POLÍCIA
Polícia descobre mais de 60 empresas de fachada que atuavam em prefeituras
A operação “Escamoteamento” deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) descobriu que 62 empresas de fachada estavam atuando em prefeituras do Piauí, Ceará e Maranhão. A informação foi confirmada pelo promotor Rômulo Cordão, coordenador do Gaeco durante coletiva com imprensa na manhã de hoje (7).
O órgão cumpre mandados de condução coercitiva e busca e apreensão nos municípios de Cocal, Buriti dos Lopes e Bom Princípio. As prisões de empresários aconteceram em Tianguá (CE). O promotor prevê um rombo de cerca de R$ 200 milhões das empresas junto a prefeituras do Piauí, Ceará e Maranhão.
O Gaeco pediu o sequestro de bens e o bloqueio de quasee R$ 19 milhões, que teriam sito repassadas por prefeituras piauienses. Ao todo, o Ministério Público observou movimentação irregular de cerca de R$ 200 milhões, obtidos em licitações fraudulentas do Piauí, do Ceará e do Maranhão.
Beneficiários do bolsa família eram utilizados como ‘laranjas’ em fraude de licitações
empresas fantasmas investigadas por fraude em licitações de prefeituras utilizavam beneficários do Bolsa Família e lavradores como ‘laranjas’ no esquema. Segundo a promotora de Justiça Luana Azerêdo, os nomes dos envolvidos foram citados em contratos públicos, no entanto, eles não fazem parte da organização criminosa.
“Os empresários usavam os nomes dessas pessoas para ganhar licitações, mas elas não sabiam do esquema fraudulento. Das 45 conduções coercitivas, 22 foram cumpridas e muitas das pessoas utilizadas como laranjas foram surpreendidas com o mandado. Eles serão ouvidas no Ministério Público de Piripiri e liberados em seguida”, explicou a promotora.
Ao todo, 96 mandados judiciais são cumpridos no Piauí e Ceará durante a Operação Escamoteamento, deflagrada nesta sexta-feira (7) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Policia Rodoviária Federal (PRF). Entre os presos estão sócios e operadores de valores das empresas, servidores da prefeitura e Câmara Municipal de Cocal.
Para a promotora, não tem como estimar quantas prefeituras eram alvos da organização criminosa. As investigações confirmam que as empresas fantasmas tinham sedes em Fortaleza, Tianguá e Ubajara, e atuavam com fraudes em cidades do Piauí e Maranhão.
“A investigação iniciou em 2013 em Cocal, depois que o promotor Francisco Túlio recebeu denúncias de obras e serviços não prestados pela vencedora da licitação e acionou o Gaeco. A partir daí descobriu-se que a empresa responsável tinha ramificações no Piauí, Maranhão e Ceará”, revelou.
Ainda conforme Luana Azerêdo, em alguns casos a empresa vencedora da licitação não executava o serviço, mas a própria prefeitura acabava realizando o trabalho. Já em outras ocasiões, a empresa concluía a obra, mas de péssima qualidade, como no caso da escola municipal de Cocal, que desabou.
“Não podemos afirmar se o prefeito de Cocal tinha conhecimento da idoneidade das empresas. Ele não é o objetivo da investigação, no entanto, somente no decorrer dos trabalho será possível dizer se ele tinha participação ou não no esquema. O que sabemos é a existência de obras que foram pagas e não consultadas. Só o repasse feito pelas prefeituras chegou a estimativa de que R$ 60 milhões no Piauí”, comentou.
Fonte: CidadeVerde/G1
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