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Em três meses, mais de 750 pessoas faleceram no HUT, em Teresina

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Somente no primeiro trimestre deste ano, o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) registrou 754 óbitos, revela um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema de Único de Saúde (DenaSUS). Os dados fazem parte de uma auditoria realizada na unidade entre os meses de abril e maio deste ano. Dentre as principais irregularidades observadas no relatório está a superlotação, deficiência no controle de infecção hospitalar, falta de equipamentos e escassez de recursos materiais.
De todas as mortes verificadas neste período, 584 (77,45%) foram registradas no pronto-atendimento. Durante a auditoria, o HUT apresentava superlotação de 130 pacientes, com condições de iluminação, circulação, temperatura e ventilação ambiental. Também havia descontrole na identificação de pacientes e higiene precária.
Esses pontos são destacados no documento elaborados durante a auditoria.  “Em visita ao Pronto Atendimento em 07/05/2014, havia 130 pacientes internados em maca desforrada, sem grade de proteção, com risco de queda à altura, com higiene corporal deficiente. (…) As macas se alastram pelos corredores de circulação da emergência/urgência, recepção, debaixo da escadaria e se aglomeram nas áreas de recepção dos postos, muito próximas umas das outras, sem espaço mínimo para circulação e assistência ao paciente. (…) As macas não têm qualquer dado de identificação dos pacientes (nº de maca, nº de registro, nome, especialidade ou classificação da gravidade), assim como os acompanhantes não têm identificação alguma. O aspecto geral do Pronto
Atendimento é de desorganização, tumulto, limpeza inadequada, circulação de ar deficiente, aglomeração de pacientes e acompanhantes, ar circulante é insalubre. As condições de funcionamento da unidade são prejudiciais aos pacientes, acompanhantes, visitantes e profissionais que ali atuam. (…) A estrutura físico-funcional do Pronto Atendimento não atende aos requisitos mínimos exigidos da RDC/ANVISA Nº 50/2002 e Política Nacional de Humanização do SUS”, descreve o documento.
O relatório apontou também alto índice de infecção hospitalar na área comunitárias do HUT e não dispunha de de programa de capacitação para a equipe multiprofissional da unidade. “Tal afirmativa fica agravada pela admissão de que a Direção da entidade tem conhecimento de que FOI CONSTATADO ALTO ÍNDICE DE INFECÇÃO COMUNITÁRIA NAS DEMAIS UNIDADES DO HUT (grifo nosso) e inexiste justificativa técnica para tal”, cita o relatório.
A partir da auditoria, recomendações foram encaminhadas ao diretor da unidade, Gilberto Albuquerque, à Secretaria Estadual de Saúde, Fundação Municipal de Saúde, entre outros. Dos pontos destacados estão a falta de equipamentos em setores como a UTI, problemas na gestão, principalmente relacionadas à falta de reuniões periódica e problemas em prontuários de vários setores.
Sobre o caso o secretário municipal de Saúde, Aderivaldo Andrade, explicou que a inspeção do DenaSUS aconteceu após denúncias de que um paciente havia sido atendido no chão por falta de estrutura. Segundo ele, na mesma época os enfermeiros da unidade entraram em greve, prejudicando ainda mais a situação. “Quando recebemos o HUT em 2013, havia 550 doentes internados. Hoje são 315 em todo o hospital. A inspeção ocorreu durante um período conturbado, mas hoje a situação está melhor. O centro cirúrgico foi ampliado com mais três salas de cirurgia, temos uma nova UTI com 18 leitos, o centro de hemodiálise e a ampliação da parceria de leitos de retaguarda com o Governo do Estado. A demanda ainda é muito grande. Recebemos entre 250 e 300 pacientes por dia dos quais 55% são do interior, 30% de Teresina e 15% do Maranhão”, explicou ao portal.
Diário do Povo
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