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Vítimas de violência sexual sofrem pressão psicológica para retirar queixas, aponta Coordenadoria da Mulher em Picos

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A violência sexual contra mulheres, crianças e adolescentes é um problema pungente na sociedade picoense e de outras cidades da região. Dentro desse agravante, pode-se destacar também a pressão psicológica que as vítimas da cultura do estupro sofrem por parte das famílias do agressor para que sejam retiradas as queixas e assim isentar o agressor do crime praticado.

A coordenadora dos Direitos da Mulher e presidente da União das Mulheres em Picos, Maria José do Nascimento, conhecida como Nega Mazé, afirmou em entrevista concedida ao Cidadesnanet.com.br que muitas mulheres que registram Boletim de Ocorrência por sofrerem violência sexual, sofrem também pressão psicológica por parte da família do agressor para que seja retirada a queixa da delegacia.

“Pedimos que sociedade colabore e não pressione as vítimas a retirarem as queixas” frisou a coordenadora.

Indagada quanto às medidas necessárias a serem tomadas em caso de pressão psicológica, a coordenadora relatou que as vítimas procurassem a rede de enfrentamento à cultura do estupro, assim como também a Delegacia da Mulher e a Coordenadoria da Mulher.

“Nós estamos aqui no Centro Administrativo à disposição da mulher pra orientar pra qualquer lugar que tenha necessidade e possa prestar ajuda pra ela” afirmou.

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De acordo com Nega Mazé, a rede de combate à cultura do estupro e violência contra mulheres, formada pela Coordenadoria dos Direitos da Mulher, Delegacia Especializada da Mulher e Grupo de Apoio a Mulher Vítima de Violência  juntamente com a União das Mulheres em Picos e o projeto Salva Maria age com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para apoiar as mulheres que são vítimas de violência física, violência psicológica e da cultura do estupro.

A coordenadora também faz um alerta no que diz respeito à forma e semelhança dos casos de violência sexual. Segundo Nega Mazé, um dos casos que cita como exemplo, aconteceu na cidade de São José, na madrugada de 23 de junho do corrente ano, quando a vítima de iniciais M.P.S.B, foi surpreendida pelo agressor, identificado como Antônio da Silva Sousa,23 anos, que através da força física levou a vítima para o interior do cemitério no povoado Atalho, local distante onde foi cometido o estupro.

Outro caso, aconteceu recentemente, no último sábado, dia 22 de setembro, na cidade de Dom Expedito Lopes, quando duas menores de idade, uma de 13 e outra de 15 anos, sofreram agressões físicas durante tentativa de estupro.  O laudo médico tem um prazo de dez dias para confirmar se houve a consumação do ato sexual que é caracterizado como estupro ou apenas tentativa.

“Os dois casos foram da mesma forma. Foi uma emboscada. Eles acompanharam elas e fizeram a emboscada no lugar. Queremos chamar a atenção também pra a forma, pra alertar as mulheres para a forma que está sendo feito o estupro. São muito semelhantes os casos. A mulher geralmente é pega desprevenida, sem esperar a ação, que acontece muito em lugares ermos, de pouca movimentação e afastados totalmente das casas, em ruas de pouca ou nenhuma movimentação” afirmou Nega Mazé.

“Os agressores geralmente seguem as vítimas e se aproveita delas pela fragilidade, principalmente em lugares afastados. É preciso ter cuidado nos locais onde andam e não andarem desacompanhadas” acrescentou a coordenadora.

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“Pedimos a sociedade que colabore para que os estupradores sejam retirados do seio da sociedade porque eles necessitam de tratamento e não podem conviver no meio da sociedade, eles oferecem riscos. Isso é um perigo pra sociedade” desabafou Mazé.

“A gente pede que as mulheres tomem mais cuidados quando for sair, principalmente, para lugares distantes e não irem desacompanhadas” alertou Maria José.

A Coordenadoria da Mulher em parceria com o Serviço de Atenção às Mulheres e Crianças Vítimas de Violência Sexual (SAMVVIS) divulgou levantamento feito em relação aos casos de violência sexual contra mulheres, homens, crianças e adolescentes, que abrange a cidade de Picos e microrregião, registrados no período de janeiro a dezembro de 2017, e no período de janeiro a julho deste ano.

De acordo com o SAMVVIS, somente no ano passado, de janeiro a dezembro, foram registrados um total de 103 casos. Desse total, 43 casos envolvem adolescentes entre 11 e 15 anos; 27 casos foram registrados com crianças entre 6 e 12 anos de idade e 15 casos envolvem crianças de 0 a 5 anos.

O sexo feminino é o que mais sofre com a cultura do estupro. O levantamento aponta que 92 pessoas do sexo feminino e 11 pessoas do sexo masculino sofreram casos de violência sexual e que o agressor tem elo de aproximação, convivência e/ou conhecimento com a vítima.

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Em 2018, no período de janeiro a julho, foram registrados um total de 56 casos de violência sexual. Desse total, 26 casos de violência sexual foram registrados envolvendo adolescentes entre 11 e 15 anos.

 

Matéria Relacionada: –Coordenadora pede ajuda no combate à violência contra mulher em Picos

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