GERAL
Sindicato diz que carta aberta do governador não sensibilizou professores e greve continua
A direção do Sindicato dos Professores e Trabalhadores em Educação do Estado do Piauí (Sinte-PI) informou ontem que a categoria realiza assembleia geral na próxima segunda-feira para avaliar a paralisação e decidir sobre as negociações com o Governo do Estado. O Sinte-PI diz que não se sensibilizou com a carta aberta feita pelo governador Wellington Dias (PT) apelando para que os professores encerrem a paralisação e iniciem o ano letivo, para não prejudicar os cerca de 250 mil alunos da rede estadual de ensino.
Ontem à tarde, o secretário estadual de Administração e Previdência, Franzé Silva, convocou uma comissão do Sinte-PI para tentar negociar o repasse do aumento para que as aulas sejam iniciadas. Havia a expectativa de que o secretário apresentasse uma nova proposta de pagamento do reajuste de 11,36%. A Assembleia-geral para avaliar o movimento acontecerá a partir das 9 horas, no teatro de Arena, no Centro. A carta aberta do governador foi divulgada na última quarta-feira.
Nela, Wellington destaca as dificuldades financeiras do Estado, garante o reajuste de 11,36% dividido em três parcelas e apela aos professores para que encerrem a greve e iniciem as aulas. Os professores e trabalhadores na educação iniciaram a paralisação no último dia 15, quando estava marcado o início do ano letivo. Eles cobram o pagamento dos 11,36% de aumento de uma só vez.
O secretário de Comunicação do Sinte-PI, Kassyus Klay Lages, disse ontem que não é verdade que apenas o Piauí está dando o aumento acima do piso, como diz o Governo do Estado. Segundo ele, os estados do Rio Grande do Norte e do Mato Grosso já pagaram o reajuste integralmente. A categoria pretende se reunir na próxima segunda-feira para analisar o movimento e uma nova proposta que estaria sendo encaminhada pelo Estado à categoria. O secretário disse que o Sinte também fez uma carta e que o governador não se sensibilizou com ela.
Kassyus Klay reclama que o governador está relutante em conceder um reajuste de R$ 220,00 para os professores. “Ele (governador) fala em bom senso, mas é preciso ver onde está o peso das despesas do Governo. Esses 11,36% divididos em três vezes, como ele quer, não paga nem o IPTU que o prefeito de Teresina, Firmino Filho, aumentou”, afirmou. O Sinte-PI diz ainda que o Governo do Estado não paga o piso nacional do magistério. “O valor está acima (do piso) depois da incorporação da gratificação de regência”, observou Kassyus Klay.
Segundo ele, existe uma decisão judicial mandando excluir a regência do contracheque, que nunca foi cumprida. “A lei diz que não pode usar gratificação para justificar o aumento do piso”, destacou.
Fonte: Diário do Povo
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