POLÍCIA
Dinheiro desviado seria utilizado em campanha e compra de voto, diz MPE
![](https://cidadesnanet.com/news/wp-content/uploads/2016/07/MP-TCE-CGU-e-PRF-participam-de-coletiva-de-imprensa.jpg)
O Ministério Público Estadual do Piauí (MPE) informou durante coletiva nesta sexta-feira (15) que o dinheiro desviado da Prefeitura Redenção do Gurguéia seria utilizado na campanha eleitoral deste ano e em compra de votos. Conforme o MPE, em depoimento, os próprios investigados falaram qual seria o destino dos valores. O órgão estima que o prefeito da cidade, empresários e outros gestores públicos desviaram R$ 17 milhões, através de licitações fraudulentas.
Conforme o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Rômulo Cordão, o dinheiro também estava sendo usado para manter um padrão de vida de luxo das pessoas envolvidas no esquema criminoso. O uso do montante foi revelado pelos próprios investigados durante depoimentos.
![Promotor Rômulo Cordão, do Gaeco (Foto: Fernando Brito/G1) Promotor Rômulo Cordão, do Gaeco (Foto: Fernando Brito/G1)](http://s2.glbimg.com/kmeX-54iqnLKNuNIYjUT6mUx3XU=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/07/15/img_1523.jpg)
(Foto: Fernando Brito/G1)
“Os depoimentos dos envolvidos colaboraram para esta informação. Boa parte dos investigados confirmaram a participação na fraude e deram detalhes de como tudo acontecia. A importância da operação também se sustenta uma vez que há provas que comprovam todo o esquema, desde os relatórios da Controladoria e também o próprio levantamento das irregularidades no município feito pelo Tribunal de Contas do Estado”, contou Rômulo Cordão.
Diante das evidências, a Promotoria de Justiça solicitou o bloqueio dos bens do prefeito e alguns empresários. Eles teriam de cinco a seis carros de luxo, comprados a partir do dinheiro desviado da prefeitura. O órgão ainda não tem o total de bens dos envolvidos.
Ainda na coletiva, a Controladoria Geral da União (CGU) e TCE informou que a operação em Redenção do Gurguéia vai descadear invetigações em outras cidades, tendo em vista que as empresas investigadas têm ligação com municípios vizinhos.
“Preferimos manter o sigilo por enquanto. Não podemos detalhar porque as investigações continuam, mas o que temos é que através dessas empresas chegamos até o gestor, secretários e servidores”, disse o promotor.
![Edilson Correia, CGU (Foto: Fernando Brito/G1) Edilson Correia, CGU (Foto: Fernando Brito/G1)](http://s2.glbimg.com/aI51MwCBVkfr0H9ojXPEKeV6XM0=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/07/15/img_1528.jpg)
De acordo com o procurador de Justiça Cleandro Moura, pelo menos 40 pessoas e sete empresas são investigadas por suspeita de fraude, corrupção, superfaturamento e desvio de verbas públicas. Ele frisou que o montante desviado na cidade não impressiona.
“Mesmo sendo uma cidade tímida no interior do Piauí, sem estrutura de metrópole, o montante não impressiona até porque esse tipo de atividade fraudulenta não leva em conta o porte da prefeitura, não é uma ação exclusiva do porte da empresa ou município. Tem sido um costume por isso trabalhamos com uma matriz de vulnerabilidade, em que descobrirmos acordos entre prefeituras e empresas”, disse Cleandro Moura.
G1
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