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POLÍTICA

Fundação provocou rombo de R$ 5,6 milhões no estado com ajuda de políticos

Publicado

em

Por Rômulo Rocha – Do Blog Bastidores*

* Artigo

SOBRE DENÚNCIAS E DENÚNCIAS E SOBRE A INÉRCIA

Quando em 2015, ao se analisar documentos, os membros que compunham o Blog Bastidores, do 180, e o ainda jornalista titular, descobriram o endereço de uma casinha na zona leste de Teresina, abandonada, para onde políticos direcionaram nacos consideráveis de emendas parlamentares, iniciou-se uma série de publicações jornalísticas.

Não deu outra. O Instituto para Infância e Adolescência (FCAMC) inaugurava, pelo menos em relação ao titular do Blog Bastidores, algo que iria se repetir em algumas outras coberturas ainda mais polêmicas: a procura da Polícia Civil para registrar boletins de ocorrência com algum causo visando incriminar o jornalista que assinava as matérias.

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Então a cada matéria publicada a estratégia foi o registro de um boletim de ocorrência por calúnia, difamação e suposta perseguição à instituição que ajudava inúmeras crianças carentes, olha só, graças a ações nobres de políticos da Assembleia Legislativa do Piauí e da Câmara de Vereadores de Teresina. Havia muita destinação de emendas à FCAMC à época.

Houve toda uma mobilização para calar o blog em questão. Além dos processos, ali em 2015, quando ainda se iniciava a escrever para o 180graus, também se teve contato com ações na mídia – o que também viria a ser praxe em outras coberturas mais polêmicas. Após as publicações a Fundação contratou uma agência e essa agência se encarregou de divulgar em dois portais de notícias locais ‘feitos’ da FCAMC. Ela era a super-heroína, já o jornalista…

Eram publicadas fotos de crianças felizes, depoimentos, produtos esportivos, atos com as crianças carentes, tudo para ajudar na cortina de fumaça criada para tentar desqualificar o profissional de imprensa responsável pela cobertura e o próprio portal (nesse caso da FCAMC ainda não tinham destacado portais para atacar e imputar crimes ao jornalista responsável por escrever o caso), apenas para levantar a bola da FCAMC.

Pessoas da comunidade também foram destacadas para falar com o jornalista, que por vezes era convidado a eventos para poder atestar a veracidade de que a FCAMC realmente gastava todo o dinheiro com crianças. Um membro da Polícia Militar falava nos atos da Fundação. Membro da Polícia Civil pedia a retirada das matérias do ar ou que pelo menos o fim das publicações.

A pressão foi tamanha, que foi necessário revisar todo o trabalho. O próprio então presidente da FCAMC, em entrevista que à época foi gravada, para evitar distorções, negou com veemência as suspeitas.

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AGORA A OUTRA PARTE DA REALIDADE

Ocorre que hoje, com as tomadas de contas especiais abertas e/ou em andamento, para se apurar o rombo que a fundação provocou nos cofres públicos, parcialmente atualizado, a cifra já chega no mínimo a R$ 5,6  milhões (R$ 5.630.065,50).

– Secretaria de Cultura: R$ 185.483,57 [parcialmente atualizado] – TC 024065/2018, número do procedimento no Tribunal de Contas do Estado.

– Secretaria de Saúde do Piauí: R$ 1.183.247,67 [parcialmente atualizado] – TC 001338/2017, número do procedimento no Tribunal de Contas do Estado.

– Secretaria de Saúde do Piauí: R$ 317.997,81 [parcialmente atualizado] – TC 001337/2017, número do procedimento no Tribunal de Contas do Estado.

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– Secretaria de Saúde do Piauí: R$ 1.719.716,51 [parcialmente atualizado] – TC 001335/2017, número do procedimento no Tribunal de Contas do Estado.

– Secretaria de Saúde do Piauí: R$ 1.631.087,29 [parcialmente atualizado] – TC 001339/2017, número do procedimento no Tribunal de Contas do Estado.

– Secretaria de Saúde do Piauí: R$ 593.122,65 [parcialmente atualizado] – TC 001336/2017, número do procedimento no Tribunal de Contas do Estado.

Total: R$ 5.630.065,50

A ainda outros repasses suspeitos.

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UMA MORTE E OUTROS FATOS ‘INTERESSANTES’ SOBRE O CASO

O então presidente da FCAMC, Raimundo Gomes de Lima, o Lima da Creche, é dado como morto.

Não se tem conhecimento de investigação criminal [da Polícia Civil ou do Ministério Público] que detalhe para onde foi esse dinheiro ou investigue o papel de cada um dos supostos envolvidos nesse grupão pró FCAMC.

O promotor Fernando Santos, também movido por outros promotores, chegou sim a atuar no âmbito cível, com relevante participação, para impedir a sangria.

Há muitos políticos graúdos que beneficiavam essa instituição e várias empresas que a circundava.

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O titular do Blog Bastidores não perdeu os inúmeros processos de que foi alvo. Quando vivo, Lima da Creche sequer compareceu às audiências – após a repercussão das investidas contra um jornalista de forma gratuita.

Na época o advogado Nazareno Thé foi contratado para o caso.

Os portais usados para desclassificar as publicações do 180 nunca se retrataram. Ao menos um deles inclusive deu espaço para empreiteiros alvos do TCE plantarem Fake News contra este jornalista.

A agência contratada para, por sua vez, contratar portais que falassem bem da instituição, nunca disse quanto recebeu.

O dinheiro dificilmente será recuperado.

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No Piauí é assim. ( Ou seria em todo lugar? )

Fonte: 180 Graus
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