Connect with us

GERAL

Superbactérias dos porcos podem ser transmitidas mais rápido para humanos, aponta estudo

Publicado

em

Estudo realizado por cientistas europeus aponta versões de superbactérias dos porcos que podem ser transmitidas para os humanos. Um dos fatores que está levando à disseminação de micróbios resistentes aos porcos é o uso intensivo de antibióticos realizado por fazendeiros. A descoberta foi feita pelos pesquisadores Semeh Bejaoui e Dorte Frees, da Unidade de Copenhague, e Soren Persson, do Statens Serum Institute, na Dinamarca.

Segundo os cientistas, a superbactéria Clostridioides difficile, principal pesquisada, é considerada uma das maiores ameaças de resistência a antibióticos do mundo. Conforme o estudo, o germe é um reservatório de genes de resistência antimicrobiana que podem ser transmitidos de animais para humanos.

Criação de suínos (Foto: Reprodução)

Em contato com o OitoMeia, a infectologista Thalytta Antunes diz que as chances de ser infectado pela bactéria são maiores para quem tem imunidade baixa.

“[…] Ele cita a bactéria Clostridioides difficile que é uma bactéria com difícil tratamento. Ela tem poucas opções terapêuticas. A característica principal dessa bactéria é uma diarreia absurda de vários dias que debilita o paciente. E essa bactéria ela é considerada oportunista. […] Se você tiver uma imunidade baixa aumenta a sua chance de pegar e o que eu digo com imunidade baixa não é tipo ter HIV não, é só o fato de você tá resfriado, qualquer coisa que diminua a sua imunidade”, pontuou a especialista Thalyta.

A preocupação dos pesquisadores é que a descoberta indica que a resistência aos medicamentos pode espalhar mais amplamente, já que o contato entre o animal de fazenda e o ser humano resulta na transmissão da doença no dia a dia. É comum a utilização de antibiótico na ração dos animais com objetivo de melhorar o ganho de peso e diminuir o risco de infecções que levariam a perdas econômicas.

Criação de suínos (Foto: Reprodução)

Em entrevista ao OitoMeia, o veterinário Inácio Andrade destacou que o ideal seria fazer o uso de um antibiograma.

“O interessante é fazer o uso do antibiótico apenas quando se há uma necessidade ideal, e o ideal seria fazer uso de um antibiograma. Ou de uma cultura de células, de uma cultura biológica pra determinar qual tipo de bactéria está atuando naquele animal, qual resistência ele tem e qual o melhor antibiótico utilizar. O que acontece é que é um procedimento que poucos utilizam. É muito difícil um veterinário ou um médico pedir uma cultura biológica pra determinar o procedimento correto”, informou Andrade.

Publicidade

Em relação aos cuidados com o animal, o veterinário indicou que o melhor é pensar em outras formas de melhorar o ganho de peso.

“No caso dos cuidados que os fazendeiros devem fazer é pensar em formas diferente pra continuar com aquele mesmo rendimento, eh, do plantel. Ao invés de estar utilizando um mix de ração que vem com antibiótico já associado usar outras técnicas, por exemplo, utilização de homeopatia, de eh fitoterapia, de outros meios pra conseguir aquele mesmo, aquela mesma melhora de rendimento sem atuar com antibiótico, né? Do que é o que a gente tenta evitar a sempre”, completou Inácio Andrade.

De acordo com os especialistas, as superbactérias também são transmitidas pela carne do boi e aves. Para quem quer ter mais cuidado com a alimentação e evitar a contaminação, o indicado pela infectologista Thallita é buscar os alimentos orgânicos.

“Alimentos orgânicos. Não tem uso de antibiótico. Tem alguns tipos de embalagens que até falam “carne sem antibiótico”. Como é, tem pouca coisa orgânica e é caro, outra recomendação é tentar comprar carne de animais criados soltos, porque esse tipo de animal consome menos antibiótico”, disse a infectologista.

FONTE: Oito Meia

Publicidade
Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS