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POLÍTICA

Pela primeira vez em 20 anos, Piauí não tem representatividade feminina em Brasília

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Pela primeira vez em 20 anos, com a renúncia da ex-deputada federal Rejane Dias (PT), o Piauí deixa de ter uma representatividade feminina no parlamento em Brasília. Esse cenário resulta em uma carência de políticas públicas voltadas para mulheres. O primeiro suplente, Merlong Solano (PT), assumiu a vaga.

Rejane Dias tomou posse como conselheira do Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) na última sexta-feira (13). Conforme a proporcionalidade, o Piauí tem direito a 10 vagas no parlamento. Em 2018 eram preenchidas por quatro mulheres, em 2022 por uma e em 2023, voltou à estaca zero.

Das 513 cadeiras para deputados em Brasília, neste ano, apenas 91 são ocupadas por mulheres , o que equivale a 17,7% do total.

Advogada eleitoral Luma Danny fala sobre o déficit de representatividade nas políticas públicas para mulheres.  — Foto: Reprodução / TV Clube

Advogada eleitoral Luma Danny fala sobre o déficit de representatividade nas políticas públicas para mulheres. — Foto: Reprodução / TV Clube

“A falta de participação das mulheres causa um impacto nos interesses femininos mais do que se imagina. É uma sub representatividade no parlamento. Diante dos números temos apenas quatro mulheres no Senado Federal, sendo duas transgêneros”, relatou a advogada eleitoral Luma Danny .

Merlong Solano foi diplomado na última segunda-feira (16) como deputado federal. A última vez que o Piauí ficou sem mulheres na câmara federal foi em 2003, quando a deputada federal Francisca Trindade morreu aos 37 anos.

A advogada Luna Danny destacou ainda que a falta de mulheres na Câmara deixa uma lacuna nas discussões importantes da saúde pública feminina. “Assuntos como o aborto e a pobreza menstrual deixam de ser discutidos. Isso gera um déficit muito grande”, afirmou.

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Voluntariado feminino

Dorane França fala sobre o projeto de combate à pobreza menstrual em Parnaíba, região Norte do estado. — Foto: Reprodução / TV Clube

Dorane França fala sobre o projeto de combate à pobreza menstrual em Parnaíba, região Norte do estado. — Foto: Reprodução / TV Clube

Dorane França é voluntária em um projeto que combate a pobreza menstrual na cidade Parnaíba, região Norte do estado. Ela conta que sente a necessidade de mais mulheres envolvidas em causas dessa natureza.

“Precisamos de mais defensoras. A vulnerabilidade é real e esse tipo de causa social precisa ser levada a sério. Muitas mulheres usavam pano ou saco para conter o fluxo menstrual. Esse é um problema de saúde pública que precisa ser discutido e combatido”, afirmou .

A assistente social Charlene Marques explica a respeito de projetos voluntários que ajudam mães em situação de vulnerabilidade.  — Foto: Reprodução / TV Clube

A assistente social Charlene Marques explica a respeito de projetos voluntários que ajudam mães em situação de vulnerabilidade. — Foto: Reprodução / TV Clube

Assim como Dorane, a assistente social Charlene Marques realiza um projeto voluntário chamado “Artes de mães”, no bairro Santa Maria da Codipi, na Zona Norte de Teresina. Ela destaca que a política não alcança a maioria das mulheres.

“Aqui fazemos um trabalho com as mães que são artesãs, que trabalham com culinária, jardinagem e trabalhos manuais, mas a falta de representatividade nos é motivo de tristeza. A política precisa chegar na gente. Estamos em busca de apoio para conseguir trabalhar melhor”, relatou.

Maioria feminina no TCE

Diferente da bancada piauiense na Câmara Federal, com a entrada de Rejane Dias no conselho, o Tribunal de Contas do Piauí (TCE) é o segundo do país com o maior número de mulheres conselheiras, igualando-se ao Rio Grande de Sul.

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Fonte: g1 PI

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