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Negócios bilionários entre Brasil e Iraque projetavam a bomba atômica. Relembre!

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A década de 80 foi um período muito importante para a economia brasileira, mesmo o país estando praticamente quebrado e vivendo uma tensão social no período militar.

Parceria de bilhões

O Brasil estava falido e uma alternativa foi a carta do general e presidente João Baptista Figueiredo, datada do dia 12 de setembro de 1982. Daí o ponta pé para uma parceria bilionária entre Brasil e Iraque. De um lado, o Brasil, falido, praticamente. Do outro, o Iraque, uma das maiores ou senão a maior potência em petróleo do mundo. Ambos tinham sonhos em comum e estavam unidos em prol do desenvolvimento. Eram parceiros comerciais umbilicais. Assim como o Brasil, outros países visavam a amizade com Saddam Hussein que era vice-presidente iraquiano.

Nesse época a Petrobras descobriu o maior campo petrolífero do mundo no Iraque: o poço de Majnoon, que foi o primeiro elo da forte ligação que o Brasil teria com aquele país.

O estreitamento da relação entre Saddam Hussein e João Baptista Fiqueiredo rendeu um intercâmbio de negócios na indústria automobolísitica, exportação brasileira em alimentos industrializados, armamentos pesados e serviços de engenharia de construção civil, exportação de café, óleo vegetal e outros produtos.

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A mão de obra brasileira abriu milhares de quilômetros de rodovias e ferrovias no Iraque. Nessa época enquanto muitos países racioanilizavam petróleo, o Brasil mantinha as importações.

Para Antônio Delfim Netto que conduziu a economia brasileira durante grande parte do regime militar, Saddam Hussein foi um grande amigo do Brasil. O país sobreviveu a dois choques do Petróleo sem sofrer maiores danos econômicos. Naquela época, como em muitas outras partes da história do país, faltava crédito externo e o Iraque foi o grande fornecedor de petróleo ao Brasil.

Parceiro militar

O Iraque foi um grande parceiro militar do Brasil. Iraquianos compraram lançadores de foguete, munições e no projeto secreto tentou construir em conjunto com militares brasileiros “o artefato” codinome secreto da bomba atômica.

Em destaque está o Centro de Tecnologia Aeroespacial de São José dos Campos que teve um papel crucial e coordenou o intercâmbio entre os centros de pesquisas e as fábricas.

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Economia

Na economia o Iraque sem exigir maiores garantias, exportava milhões de barris em condições favoráveis ao Brasil. Com isso a Petrobras na época teria economizado pelo menos 32 bilhões de dólares nos seus negócios com Bagdá.

A construtora Mendes Júnior mobilizou mais de 20 mil homens entre brasileiros e de diversas nacionalidades, e executou as maiores obras de engenharia já realizadas por uma empresa brasileira no exterior.

A Volkswagen de São Bernardo do Campo-SP fechou o maior contrato de exportação de veículos da história e da indústria automobilística mundial impedindo uma onda de desemprego em massa no ABC – Paulista – época em que o atual presidente Lula mobilizava o sindicalismo brasileiro e se destacava como um dos mais aguerridos.
Filiais de multinacionais como a Massey Fergusson começaram a desbravar os mercados do Oriente Médio. Produzir, embarcar, desembaraçar e distribuir os produtos era uma verdadeira epopéia no período em que poucas empresas tinham cultura exportadora.

Política

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Na política como reza a tradição os iraquianos gostam de retribuir gentileza. O Brasil foi um dos primeiros países a se solidarizar a Saddam após a nacionalização da produção iraquiana de petróleo no período em que as grandes potências internacionais ameaçavam o Iraque com embargo econômico.

Mas como essa amizade começou?

A Carta

Tudo começou em setembro de 1982. João Baptista Figueiredo além de derrapar em seus discursos e manifestações públicas enfrentava os desafios colossais no início dos anos 80, entre eles, a greve do ABC Paulista liderado por Luíz Inácio Lula da Silva que levava mais de 100 mil pessoas em cada comício, isso somado ao esgotamento do milagre econômico que acentuava as pressões políticas.

O presidente do Brasil decidiu escrever uma carta para Saddam. Endereçada ao seu “Grande e bom amigo”, quase suplicável para que o Brasil participasse de novas obras no Iraque: as ferrovias Bagdá-Nassiriah, Basra-Um Qas e o anel ferroviário que circundaria a capital iraquiana.

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“A Mendes tornou-se um dos pilares da relação Brasil/Iraque”, recorda o ministro da Fazenda e do Planejamento, à época, Delfim Neto.

Sem dinheiro e sem crédito, mas com petróleo!

Nos anos 70, a Petrobras começou a se preparar para os cenários de choque do petróleo. Já se antevia um cenário de esgarçamento das relações entre os paises produtores e as multinacionais. Disso o Brasil tentou tirar proveito criando a Braspectro, uma subsidiária interacional da Petrobras, que nasceu da finalidade de prospectar petróleo em regiões longíquas. A empresa esteve na Argélia, Líbia e no Iraque. A grande descoberta foi em 1973, no delta dos rios Tigres e Eufrates, um campo de petróleo com 10 bilhões de barris. A quantidade era equivalente a toda reserva do Brasil, avaliado em $ 70 bilhões.

A ruptura entre Brasil e Iraque se deu por consequências das guerras contra o Irã e o Kuwait. Na época, o Iraque sofreu um embargo das Nações Unidas e consequentemente uma invasão anglo-americana. Na época Saddam Hussein quem quer que seja este homem foi um leal amigo do país durante muitos anos.

Mais detalhes sobre essa parceria bilionária entre Brasil e Iraque você pode conferir no livro de autoria do jornalista Leonardo Attuch intitulado Saddam: ao amigo do Brasil. A história secreta da Conexão Bagdá.

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