ESPORTES
Vice-artilheiro em São Paulo já foi pedreiro e era chamado de Neymar no Piauí
“Nordestino quando sai da terra, sai para vencer”. É desta forma que o atacante Crislan, de 23 anos, resume a ascensão na carreira coroada com o prêmio de Craque do Interior do Campeonato Paulista, recebido na última segunda-feira durante festa promovida pela FPF (Federação Paulista de Futebol). Natural de Teresinha (PI), o jovem deixou o trabalho pesado ao lado do pai para rodar clubes do interior do Estado e se tornar destaque no Atlético-PR, Náutico e, por último, Penapolense.
Conhecido como o “Neymar do Piauí”, Crislan trabalhava com o pai em Teresina como assistente de pedreiro e precisou largar os estudos ainda quando adolescente para persistir na carreira de jogador de futebol. Para encarar os treinos diários, percorria ao menos três quilômetros de ônibus ou como carona na bicicleta do pai.
“Eu larguei a escola para me dedicar o máximo ao futebol. Foi difícil, mas para mim era puxado chegar do colégio às 14h para ir de ônibus, treinar e voltar para casa à noite. Eu só tinha tempo para dormir. Tomei essa decisão porque eu sabia do meu potencial”, disse ele em entrevista exclusiva ao iG.
Desde a escolha, o atacante passou pelo Piauí Esporte Clube, Caiçara Esporte Clube, Fluminense Futebol Clube até se profissionalizar pelo Comercial Atlético Clube. De lá, foi para o River-PI, Belo Jardim e Atlético-PR, o primeiro clube de expressão nacional na carreira. Fez 12 jogos no Campeonato Paranaense, marcou três gols e acabou emprestado para o Boa Esporte. Em Minas Gerais, jogou apenas quatro partidas e retornou para Curitiba em 2014 para, mais uma vez, disputar o Estadual.
“Graças a Deus, não tive nenhuma problema com a adaptação. No Atlético, pude fazer muito bem no meu papel e acho que ter focado naquilo que eu queria me ajudou. Apesar de algumas deficiências técnicas, fui trabalhando forte no dia a dia. Acabei reconhecido e saí do clube com as portas abertas”, disse o atacante que à época anotou quatro gols em 11 jogos, uma média de 0,36.
“O salto é muito grande do futebol de Piauí e do Atlético-PR. Eu tinha um pouco de deficiência tática, mas em um mês eu já sabia o melhor lugar para eu ficar dentro de campo. Acertei rápido porque quando você quer muito algo, você trabalha forte para corrigir o erro”, completou.
Antes de chegar ao futebol paulista, Crislan ainda passou pelo Náutico. “Foi onde eu pude alavancar um pouco a minha carreira, mas os atrasos salariais foram complicados. Isso é passado agora e Deus me honrou que com o Penapolense e gols”.
Crislan terminou o Campeonato Paulista com nove gols, dois a menos que o artilheiro da competição Ricardo Oliveira, atacante campeão com o Santos. Agora, ele espera por propostas para decidir por qual clube jogará no segundo semestre do ano.
Fonte: iG
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