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“Dói não saber quem matou meu filho”, diz mãe de estudante de Engenharia

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No fim do mês de fevereiro, a dona de casa Lindalva Sousa Rocha completa 61 anos de idade e será a primeira vez que não terá o abraço apertado do filho Leandro de Sousa Rocha assassinado aos 29 anos, em novembro do ano passado, na frente ao hospital do Dirceu, na zona Sudeste de Teresina. Três meses após o crime, a mãe chora de saudades do filho e por que, até o momento, o suspeito não foi sequer identificado.


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“Um dia eu choro, outro estou bem, outro tô pior. Pra mim, não é fácil, pois não tem mais volta. A gente espera todo dia e nada. Peço que a Justiça dos homens resolva. É uma dor muito grande. No dia 28 de fevereiro faço aniversário. Ele sempre vinha, almoçava comigo, a gente colocava a mesa no quintal e íamos assar carne. Ficava todo mundo junto, tirando os retratos. Ele gostava de dançar, era muito divertido. Este ano não vou ter mais aqueles abraços tão fortes, abraços que ninguém nunca me deu. Era um abraço apertado e ele dizia: mainha, eu amo a senhora”, recorda em lágrimas a mãe.

Leandro Rocha havia trancado o curso de Engenharia Civil e trabalhava como porteiro em uma escola particular de Teresina.

As investigações do  Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)  apontam que ele teria sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). A motocicleta que o jovem andava não foi levada pelo atirador. A suspeita é que, mesmo baleado, Leandro continuou pilotando a moto na direção do Hospital do Dirceu onde buscaria socorro médico. Contudo, a unidade de saúde estava fechada para reforma que deveria ter sido concluída em 29 de novembro de 2019, uma semana antes do crime, mas ainda hoje permanece fechada.

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Foto: Yasmim Cunha/ Cidadeverde.com

Baleado, Leandro teria buscado atendimento no Hospital do Dirceu que está fechado há alguns meses para reforma

Para Lindalva saber que o suspeito de ter matado seu filho ainda não foi identificado e nem preso aumenta a dor. Ela conta que, por inúmeras vezes, procurou o DHPP para saber do caso. A moto em que Leandro estava já foi devolvida à família. Já pertences pessoais como o celular ainda estão em poder da polícia.

“Dói mais ainda não saber quem matou meu filho. Isso dói mais até porque essa pessoa que fez isso com meu filho pode até já ter passado perto de mim e a gente não conhece”, desabafa a mãe.

ÚLTIMO ABRAÇO DE MÃE E FILHO

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Dona Lindalva relembra que a última vez que viu o filho em vida foi na manhã do dia anterior ao crime.

“Ele tomou café comigo, foi trabalhar e saiu levando a comida para almoçar. Essa foi a última vez que vi meu filho vivo. Quando ele saiu do trabalho, foi para o bar do meu irmão, tio dele, e de madrugada foi lanchar na Praça dos Correios. Só soube às 10h do dia seguinte quando uma emissora de TV chegou em minha casa. Depois, meu outro filho foi ao IML com um amigo e ligou dizendo: mãe, infelizmente, o Leandro está no IML. Fiquei doida e saí correndo na rua com a mão na cabeça desesperada”, relembra a mãe.

Foto: Yasmim Cunha/ Cidadeverde.com

Mãe vai ao local onde o filho morreu para acender velas e rezar o terço

Dona Lindalva se recorda do filho com um jovem alegre que gostava bastante de abraçar a família e os amigos. Em casa, ela guarda fotos do filho, a rede que ele gostava de dormir, um aparelho de som e uma mala com roupas, inclusive, algumas camisas do Flamengo, o time do coração de Leandro. O jovem morava com a avó na zona Leste de Teresina, mas sempre visitava a mãe e o pai que moram na região do Grande Dirceu.

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Foto: Yasmim Cunha/ Cidadeverde.com

Dona Lindalva guarda uma mala com roupas do filho

Após a morte do filho, a dona de casa vive à base de medicação antidepressiva.

“Vez e outra coloco o som que ele deixou e ouço o CD que ele gostava de ouvir. Lembro das vezes que ele saía para comer pizza com a gente e sempre pedia de camarão e nordestina. Meus outros filhos e meu neto, o pai dele e a avó os primos, os amigos, todo mundo lembra dele. Passou o Natal, vem meu aniversário e depois o Dia das Mães e nunca mais será aquela alegria. Todo fim de semana ele ficava mais tempo aqui em casa e agora ele não vem mais”, conta a mãe.

MÃE GUARDA LEMBRANÇAS DO FILHO

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Dona Lindalva compartilhou com o Cidadeverde.combilhetes entregues pelas crianças na escola onde Leandro trabalhava como porteiro. Na mesma escola trabalha um dos irmãos de Leandro que agora vive a dor de todos os dias chegar ao local de trabalho e não ver mais o irmão.

Foto: arquivo pessoal

Leandro era muito querido pelas crianças na escola onde trabalhava como porteiro

“Ele diz que o pior momento do dia é quando chega de manhã na portaria e não vê o irmão, só as crianças. Toda vez que vou lá choro quando vejo essa cena. Só peço Justiça”, pede Lindalva Rocha.

Fonte: Cidade Verde

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