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Quarentena completa um mês no Piauí; confira o que mudou desde o início do confinamento

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A quarentena em Teresina e no Piauí, imposta por meio de decretos do prefeito Firmino Filho e do governador Wellington Dias, completou um mês, conforme o próprio gestor divulgou nas redes sociais nesta quarta-feira (22/04). O texto que suspendia o comércio e levou pelo menos 50% dos 1 milhão de habitantes da capital para dentro de casa foi assinado em 21 de março, e oficialmente entrou em vigor no dia seguinte. Na ocasião, eram seis pessoas confirmadas com coronavírus em todo o Piauí, nenhuma morte. O número de pacientes atualmente está em 206, com óbitos.

No Piauí, as primeiras suspeitas de que o coronavírus havia chegado no estado chegaram no dia 28 de fevereiro, quase um mês antes dos decretos pelo isolamento. Mais tarde, já no dia 5 de março, a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) divulgava oficialmente que já investigava cinco casos em Teresina e Piauí. Os pacientes eram, principalmente, pessoas que estiveram em outros países ou estados.

No dia 12 de março, ainda sem acreditar que o coronavírus pudesse ser um problema real no Piauí, a população foi pega de surpresa quando o governador Wellington Dias suspendeu a tradicional solenidade da Batalha do Jenipapo no dia 12 de março, evento que comemoraria a luta que foi um marco na história da Independência do Brasil.

Pelo menos quatro dias depois, no dia 16 de março, as autoridades demonstram estar mais preocupadas ainda com a Covid-19 e decidem suspender as aulas nas escolas estaduais e municipais pelo prazo de 15 dias. Esse decreto já foi prorrogado pelo menos três vezes após o início da pandemia. O decreto também suspendia a realização de eventos em locais fechados com mais de 50 pessoas, e em locais abertos com mais de 100 pessoas.

SUSPENSÃO DO COMÉRCIO

Inicialmente, o Governo do Piauí permitiu somente o funcionamento de setores considerados essenciais, como farmácias, mercados, distribuidoras de água e gás, e postos de combustíveis, por exemplo. Porém, no último dia 30 de março, Wellington Dias editou as atividades consideradas essenciais e incluiu as áreas da indústria, produção de alimentos, construção civil e transportes de produtos. O objetivo seria impedir o desabastecimento.

Desde o início do decreto que suspende as atividades comerciais, mais 1 mil estabelecimentos foram fechados, após fiscalização da Guarda Municipal e Polícia Militar, apenas em Teresina. Na última segunda-feira (20), uma dessas abordagens virou destaque nacional, e inclusive abriu discussões sobre a violação de direitos de liberdade individual durante a pandemia por parte dos governos.

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A confusão envolveu um empresário, empreendedor de um pequeno comércio no bairro Parque Piauí, zona Sul de Teresina, que foi abordado por agentes da SDU-Sul (Superintendência de Desenvolvimento) da Prefeitura de Teresina, acompanhados da Guarda Municipal e da Polícia Militar.

ECONOMIA

No dia 10 de abril, foi anunciado que os municípios piauienses receberão recursos da MP 940, que abre crédito extraordinário em favor do Ministério da Saúde para o enfrentamento do coronavírus. De acordo com o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes, são cerca de 4,4 bilhões de reais distribuídos para todos os estados e municípios.

O Estado do Piauí deverá receber aproximadamente 18,5 milhões de reais (Atenção Básica e Média e Alta Complexidade). Teresina deverá receber mais de 31 milhões de reais.

PROTESTOS CONTRA ISOLAMENTO

O fechamento do comércio foi marcado por protestos, principalmente, por parte de empresários. Ainda no dia 27 de março, entidades representativas dos segmentos da indústria, comércio e serviços defenderam através de um manifesto do Movimento Empresarial (MOVE) a retomada gradativa das atividades empresariais no Estado do Piauí paralelamente às medidas que visam assegurar a saúde pública. Na imagem divulgada, eles aparecem de máscara e com álcool em gel sobre a mesa, o que gerou repercussão nas redes sociais.

(Foto: Divulgação)

Um grupo de manifestantes de um movimento chamado “Precisamos Trabalhar”, que se identifica como “apartidário”, realizou uma carreata, na tarde deste domingo (19/04), pelas principais ruas da zona Leste de Teresina, como forma de protestar contra os decretos do governador Wellington Dias (PT) e do prefeito Firmino Filho (PSDB) e para pedir a reabertura do comércio.

Apesar de se considerarem “apartidários”, muitos dos manifestantes se declaravam a favor do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e, de dentro de seus carros, pediam pelo fim da quarentena e do isolamento social, recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como forma de reduzir a disseminação do coronavírus no Brasil e no mundo.

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Em Parnaíba, os protestos pela reabertura chegaram a virar caso de Polícia. A juíza Anna Victória Muylaert Saraiva Cavalcanti Dias, titular da 4ª Vara Cível de Parnaíba, passou a ter escoltamento policial, depois de ter sido ameaçada e recebido ataques difamatórios através das redes sociais, por ter proibido o prefeito Mão Santa de relaxar as medidas de isolamento. Agora, no litoral, qualquer manifestação nas ruas pela reabertura do comércio está proibida, sob pena de multa ou prisão.

CONSTRUÇÃO DE LEITOS E HOSPITAL DE CAMPANHA

O Piauí tem no momento 773 leitos clínicos disponíveis e 246 leitos de terapia intensiva (UTI) e estabilização. O governo está levantando a disponibilidade de leitos em hospitais particulares em cidades-pólo como Picos, Parnaíba e Floriano. O objetivo é contratar na rede privada e descentralizar a oferta concentrada na capital. O governador declarou que, no momento, 16% desses leitos estão ocupados, mas a previsão de crescimento da curva de contaminação exige a rede preparada.

No estado, dois hospitais de campanha estão sendo construído, um pelo Governo, no ginásio Verdão, e outro pela prefeitura, em uma quadra da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Atualmente, 112 pessoas estão internadas com suspeitas de coronavírus. Destas, 66 estão em leitos clínicos e outras 46 estão em UTIs.

Quadra poliesportiva na Ufpi irá abrigar o hospital de campanha (Foto: Divulgação)

PERFIL DE ÓBITOS NO ESTADO

Os números revelam que o perfil de pessoas que tem morrido de coronavírus é, em sua maioria, formado por pessoas do sexo masculino, com mais de 50 anos e geralmente do grupo de risco, isto é, possui algum tipo de comorbidade como por exemplo diabetes, hipertensão ou obesidade. Alguns casos de pneumonia também podem ter agravado a situação de alguns dos falecidos por coronavírus no Piauí.

Das 15 pessoas que morreram de Covid-19 no Piauí, sabe-se a identidade de apenas três pessoas: a primeira morte, que foi a do prefeito de São José do Divino Antonio Felícia (57 anos, diabético e hipertenso), a do empresário dono da Delta, de Parnaíba, Oderman Bitencourt (45 anos, com obesidade), e a do presidente do CRECI Nogueira Neto (65 anos, não foi confirmado se possuía alguma comorbidade), em Teresina. Os demais casos não tiveram suas identidades reveladas. Apenas sexo e faixa etária: casal de idosos, ele com 88 anos e ela 73 anos e, uma jovem de 22 anos e um homem de 56 anos. Todos este quatro de Teresina.

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Fonte: Oito Meia

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