Altos desiste de jogar Série C do Brasileiro em Floriano por falta de iluminação no estádio Tiberão

Apesar do esforço do clube e de parceiros, o Altos não irá jogar a Série C em Floriano. Depois de semanas de tratativas com a prefeitura e também parceiros privados da região, o projeto de reforma para que o estádio Tibério Nunes se adequasse às exigências da CBF para sediar jogos da terceira divisão esbarrou em um problema antigo do estádio: a iluminação. Com isso, o Jacaré irá mandar seus jogos em Teresina, como fez durante o Campeonato Piauiense e na própria Série C em 2022.

O (estádio) Lindolfo Monteiro vai ser a casa do Altos na C. Em Floriano ficou travado por aquele motivo (adequações do estádio). Nós tentamos, mas não foi para frente” — Bruno Lacerda, diretor de marketing do Altos

Após a confirmação de que a prefeitura não poderia custear as adaptações necessárias no estádio, a esperança do clube residia em parceiros privados que se disponibilizaram para articular o que fosse necessário, inclusive em parte do financiamento. O grupo, liderado pelo vereador Anselmo Jorge, chegou a encaminhar parte da reforma e agendar uma vistoria no local, mas o empecilho na iluminação permaneceu.

Ficou faltando a iluminação. A gente tinha conseguido a tinta para pintar o estádio, as barras antipânico nós conseguimos também. Com a Equatorial (concessionária de energia) a gente teve uma visita no local e saímos de lá tudo certo que ia acontecer, mas depois fomos informados que não poderiam nos atender mais. Não sabemos o que aconteceu – afirmou o vereador.

Interesse antigo

Embora o estádio Tibério Nunes tenha recebido os jogos do Corisabbá durante o Campeonato Piauiense, seriam necessárias pequenas reformas para que receba competições nacionais, como instalação de barras antipânico nas saídas de emergência, barras antiesmagamento nas arquibancadas e sistema de iluminação para jogos noturnos.

Para viabilizar os jogos na cidade, o presidente do clube, Warton Lacerda, chegou a viajar para Floriano e se encontrar com o prefeito e representantes de sua equipe, além de parte dos vereadores e do presidente do Corisabbá, Anderson Kamar. Para a direção do Jacaré, os jogos da série no município ajudaria o desenvolvimento esportivo e econômico da cidade, além de ofertar aos torcedores locais a possibilidade de acompanhar jogos nacionais.

A diretoria do Altos chegou a emitir nota anunciando a desistência da tentativa de jogar na Princesa do Sul, quando a prefeitura confirmou que, embora pudesse ceder o estádio, não poderia custear adaptações necessárias para atender o que pede a CBF para uma praça receber jogos da Série C. O ge apurou que, a estruturação de um sistema de iluminação e a instalação de barras antipânico foram orçadas em cerca de R$ 90 mil.

Teresina não agrada

Sem dispor do estádio Felipão, principal praça esportiva do município de Altos, desde 2021, o Alviverde busca uma “nova casa”. O clube quer mandar seus jogos em um local onde consiga atrair torcedores para lucrar com a bilheteria das partidas e atrair patrocinadores do empresariado local. Em Teresina, no entanto, isto não tem acontecido, e o clube chega a ter prejuízo com a realização de alguns jogos devido à pouca presença de torcida. Em 2022, o Jacaré teve média inferior a 300 pagantes por partida.

– Teresina, infelizmente, não dá público. Eu não estou podendo jogar em Altos, por questões políticas. Os torcedores em Teresina só querem ir para grandes jogos. Até os times da capital mesmo, o próprio River-PI. (Em Teresina) você está pagando para jogar. Sem falar que nós não temos apoio da prefeitura de Teresina para jogar, no momento não está tendo apoio de grandes empresários, nunca tivemos – disse o presidente do Altos, Warton Lacerda, quando iniciou as tratativas com a prefeitura de Floriano.

Altos registra baixos públicos no Estádio Lindolfo Monteiro — Foto: Pablo Cavalcante / ge

Na capital, o time manda seus jogos atualmente no estádio Lindolfo Monteiro, mas iniciou a temporada no Albertão, que encontra-se interditado por falta de laudo atualizado da vigilância sanitária.

Fonte: Ge Piauí