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Dengue mata por causa de queda na pressão sanguínea, diz infectologista

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Dengue “comum” ou dengue hemorrágica? Esta é uma dúvida comum em pacientes diagnosticados com dengue ou que apresentam sinais da doença. Em geral, os sintomas são parecidos nos dois casos: dor no corpo e febre alta. Mas as duas formas da dengue evoluem de forma distinta no organismo e, a depender da demora no tratamento, podem levar à morte.

O recente óbito da médica Laysa Lira por suspeita de dengue hemorrágica em Teresina acendeu um alerta quanto ao tipo considerado grave da doença. Laysa morreu 13 dias após perder o filho de 5 anos para a doença. Mas, afinal, o que é considerado como dengue hemorrágica e como trata-la?

Em conversa com o Portalodia.com o médico infectologista Kelson Veras explicou que o termo “hemorrágico” deve ser abolido do vocabulário popular em relação à dengue, porque a doença não mata em razão de uma hemorragia (sangramento), mas sim por conta de um outro quadro que ela causa no organismo: a queda da pressão arterial.

Antes de tudo, é preciso entender que a dengue é uma doença viral de rápida evolução, caso não seja devidamente tratada, e que pode se tornar um problema de saúde pública grave se não receber a devida atenção tanto das autoridades em Saúde, quanto da própria população, que é a principal responsável pela prevenção e a transmissão da doença.

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus da dengue tem um período de incubação que varia de três a 15 dias e não há uma predisposição à dengue, ou seja, todo mundo está suscetível a ser infectado. Mas qual a diferença entre a dengue considerada grave e o tipo clássico da doença?

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Kelson Veras explica: “na dengue clássica, a primeira manifestação da doença é a febre alta, que varia entre 39° e 40°, de início repentino. Pode haver também dor de cabeça, dores no corpo, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal generalizadas, sobretudo nas crianças. Os sintomas duram em média até sete dias e depois há uma regressão”.

Dengue mata por causa queda de pressão sanguínea, diz infectologista - (Assis Fernandes/O Dia)Assis Fernandes/O Dia

Já no caso do tipo grave da doença, os sintomas são semelhantes ao da dengue clássica, mas a evolução é rápida. O médico esclarece que a dengue grave causa no organismo derrames cavitários, ou seja, vazamentos de líquido para várias cavidades do corpo. Isso pode levar a uma queda da pressão, que é principal causa da morte.

“Na dengue grave, há um comprometimento do endotélio, que a cama que reverte a parte interna dos vasos sanguíneos. Eles começam a vazar para as cavidades, para dentro da pleura, para dentro da barriga, principalmente nestes locais. Isso faz com que a pressão caia e é nessa queda que mora o perigo. É muito raro alguém morrer de dengue por hemorragia, como se fala. Morre-se por causa da queda da pressão. É por isso que é importante procurar socorro médico assim que se começa a sentir os sintomas. Para evitar que a doença evolua a este ponto de a pessoa ter uma queda de pressão e um choque irreversível”, esclarece Kelson Veras.

“Na dengue grave, há um comprometimento do endotélio, que a cama que reverte a parte interna dos vasos sanguíneos. Eles começam a vazar para as cavidades, para dentro da pleura, para dentro da barriga, principalmente nestes locais. Isso faz com que a pressão caia e é nessa queda que mora o perigo”.

Tratamento e cuidados com automedicação em caso de dengue

Não existe um tratamento específico para a dengue. A medicação é aplicada conforme os sintomas relatados pelo paciente e incluem analgésicos e antitérmicos como paracetamol e dipirona. O médico Kelson Veras orienta para os riscos da automedicação em caso de suspeita de dengue. É que alguns medicamentos podem potencializar os sintomas e levar ao agravamento da doença.

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É o caso, por exemplo, dos anti-inflamatórios. “Estes medicamentos causam uma mudança no funcionamento das plaquetas sanguíneas, o que pode prejudicar a coagulação e favorecer o aparecimento de sangramentos, o que aumenta esses riscos de vazamentos para as cavidades.

É preciso cuidado na automedicação em casos de suspeita de dengue - (Reprodução/Freepik)Reprodução/Freepik

Veja abaixo quais remédios não tomar em caso de suspeita de dengue:

  • Salicitatos: ácido acetilsalicílico, ácido salicílico, diflunisal, salicilato de sódio.
  • Anti-inflamatórios hormonais ou corticoesteroides: prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona.
  • Anti-inflamatórios não esteirodais: indometacina, ibuprofeno, dclifenaco, naproxen, diflunisal, piroxicam, naproxen, fenilbutazona, sulfanipirazona.

A melhor forma de tratar a dengue, segundo os especialistas, ainda é a mais simples: a hidratação. O médico Kelson Veras orienta a quem tiver o diagnóstico de dengue, beber bastante água e repousar.

“Tem que beber água para manter a urina clarinha, parecida mesmo com a água. Reposição de líquido sempre. E, claro, a prevenção: evite deixar água parada porque isso é criadouro de mosquito da dengue. Fale com seu vizinho e fique atento na sua rua se tiver poças ou criadouros. Evitar é sempre mais simples que tratar a doença depois”, finaliza o infectologista.

Fonte: Portal O Dia

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