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Marcha em defesa das mulheres conta com a presença da faxineira vítima de estupro

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Alunas do Projeto Dance Balance realizaram na tarde desta sexta-feira (24) uma Marcha em Defesa das Mulheres e contra os tipos de violências sofridas por elas. As manifestantes percorreram a Avenida Zequinha Freire, no bairro Vila Maria, na Zona Leste de Teresina.

A manifestação contou com a participação da faxineira vítima de estupro, que pulou a sacada de um apartamento para fugir do agressor, no último dia 14 de julho em Teresina. O suspeito do crime é o advogado Jefferson Moura Costa, que já foi denunciado por mais quatro mulheres.

“As mulheres precisam denunciar qualquer tipo de violência, porque o crime não pode sair impune”, declarou a faxineira.

Alunas do Projeto Dance Balance realizam marcha em defesa das mulheres em Teresina — Foto: Catarina Costa/G1 PI

Alunas do Projeto Dance Balance realizam marcha em defesa das mulheres em Teresina — Foto: Catarina Costa/G1 PI

A professora de dança Maria Clara, organizadora da Marcha, contou que o abuso sofrido pela diarista motivou a manifestação. Elas e as alunas arrecadaram doações para a vítima do estupro.

“Muitas das minhas alunas são diaristas e eu me senti sensibilizada. Nos juntamos primeiramente para ajudar com alimentos para a faxineira e agora estamos promovendo essa marcha para dar um basta na violência contra a mulher”, declarou a professora Maria Clara.

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Marcha em defesa das mulheres em Teresina — Foto: Catarina Costa/G1 PI

Marcha em defesa das mulheres em Teresina — Foto: Catarina Costa/G1 PI

Segundo Maria Clara, durante a divulgação da marcha algumas alunas contaram que foram vítimas de violência ou que estão em um relacionamento abusivo.

“O silêncio fortalece o agressor. Quando a vítima se cala vem o feminicídio ou mais mulheres são abusadas. Se a faxineira não tivesse denunciado o advogado, ele teria feito mais vítimas”, afirmou Maria Clara.

Uma aluna, que preferiu não se identificar, contou sofrer um relacionamento abusivo há 18 anos, mas que só percebeu a violência que sofria ano passado.

“Ele me proíbe de sair, estudar, trabalhar, de usar certas roupas e até fazer dança com minhas irmãs. Estou fazendo acompanhamento psicológico e decidida a colocar um fim nessa relação”, revelou.

A manifestação contou com alunas dos bairros Cidade Jardim, Vila Maria e Itaqui. O Projeto Dance e Balance existe há 4 anos com aulas gratuitas de dança.

Faxineira vítima de estupro

Jefferson Moura Costa foi preso em flagrante, no dia 14 de julho, depois uma faxineira pular da varanda de seu apartamento, na Zona Leste de Teresina, após ter sido estuprada. Imagens das câmeras de segurança registraram a movimentação da vítima antes de saltar para fugir do agressor.

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A prisão em flagrante foi convertida para preventiva no dia 15 de julho e o advogado, que estava preso em uma cela especial no 12º Distrito Policial da capital piauiense, foi transferido para a Penitenciária Regional Irmão Guido.

Vídeo mostra momento em que diarista corre para varanda de apartamento

A defesa do homem solicitou à Justiça, na segunda-feira (19), a transferência dele para uma sala de Estado Maior, ou, na falta de uma, que seja determinada a prisão domiciliar dele.

No pedido, feito por meio da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Piauí (OAB-PI), é citado um dos direitos do advogado que é o de não ser preso antes de sentença transitada em julgado, de outra forma a não ser em sala de Estado Maior, ou, na falta disso, em prisão domiciliar.

A OAB-PI afirmou que a unidade prisional onde Jefferson Moura Costa está custodiado não possui sala de Estado Maior e solicitou a transferência dele para o Comando da Polícia Militar do Piauí ou do Corpo de Bombeiros.

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O órgão reforçou que na ausência de sala de Estado Maior para custodiar o advogado, a lei prevê que seja concedida a prisão domiciliar. O pedido foi analisado pela juiza Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina.

O magistrado determinou que o secretário de Justiça do estado fosse oficiado para informar em até 24 horas as especificações do local onde o homem está sendo mantido. Procurada pelo G1 na ocasião, a Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) informou que ainda não foi oficiada sobre a solicitação.

G1 PI

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