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Mulheres lideram doutorados no Piauí, mas ainda recebem 10% a menos que homens

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No Piauí, as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço no cenário acadêmico, especialmente em cursos de doutorado. Um levantamento realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), intitulado “Mestres e Doutores 2024”, revela que 71,9% dos títulos de doutorado concedidos no estado foram para mulheres. Elas também dominam nos cursos de mestrado, representando 53% dos titulados, número acima da média nacional. 

“Na minha turma de mestrado, a maioria era mulher, então acho que isso diz muito sobre a nossa garra e determinação em chegar onde queremos, mesmo com todos os obstáculos”, comenta a jornalista Caroline Amaral, mestra em Comunicação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

No Piauí, mulheres lideram doutorados, mas ainda recebem menos que homens - (Freepik)FreepikNo Piauí, mulheres lideram doutorados, mas ainda recebem menos que homens

Apesar dessas conquistas, a desigualdade salarial ainda é um desafio. Em 2021, a remuneração média das mulheres com mestrado no Piauí era de R$ 11.169, a mais alta do Nordeste, mas ainda 25% menor que a dos homens. Entre as doutoras, a remuneração média era de R$ 14.782,68, ainda 10,4% abaixo da dos doutores homens.

Esse problema é uma realidade persistente em todo o Brasil: em 2021, as mulheres com mestrado recebiam 26,7% menos que os homens, e entre os doutores, a diferença era de 16,4%. 

As mulheres tituladas também dominam o mercado de trabalho: em 2021, 55,37% dos empregados mestres no Piauí eram mulheres, colocando o estado entre os líderes em termos de presença feminina entre mestres empregados, atrás apenas da Bahia e Sergipe.

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Ainda assim, a falta de valorização desses títulos é uma problemática enfrentada por muitos profissionais no Brasil. “No nosso país, ter pós-graduação não é garantia de nada. Eu, por exemplo, nunca pude usufruir do meu título, porque o mercado de trabalho em si não valoriza esses profissionais”, destaca Caroline Amaral.

Mesmo com as dificuldades, desde 1997 as mulheres têm predominado entre os titulados em cursos de mestrado no Brasil, e desde 2003, também em doutorados. No ano de 2021, elas representavam 55% dos doutores no país, colocando o Brasil no topo dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a maior proporção de mulheres doutoras.

Número de títulos concedidos cresceu no Piauí

O estudo do CGEE traz ainda outros dados sobre o panorama dos mestres e doutores no Brasil. Entre 1996 e 2021, o número de títulos de mestrado concedidos no Piauí cresceu de forma exponencial, passando de apenas três para 631.

Esse crescimento se deve, em grande parte, à expansão dos cursos de mestrado oferecidos no estado. Atualmente, existem 49 cursos de mestrado, sendo a maioria oferecida pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), com 45 cursos, seguidos pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e instituições particulares.

Já em todo o país, foram mais de um milhão de mestres e cerca de 319 mil doutores titulados nos últimos 25 anos. 

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Mestres e doutores piauienses dominam área da educação

Entre 2009 e 2021, o número de empregados mestres no Piauí cresceu de 1.372 para 4.295. Esses profissionais estavam distribuídos principalmente em três áreas de atividade econômica: Educação (2.587), Administração Pública, Defesa e Seguridade Social (1.130) e Saúde Humana e Serviços Sociais (321). 

O perfil de empregados doutores no estado segue a mesma tendência: são 2.553 doutores, a maior parte deles concentram-se nas áreas de Educação (2251); Administração Pública (147) e Saúde Humana e Serviços Sociais (56). 

Fonte: Portal O Dia

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