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Reforma tributária: armas podem entrar no “imposto do pecado”

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O grupo de trabalho (GT) que analisa o Projeto de Lei Completar 68/2024, o primeiro enviado pelo governo ao Congresso para regulamentar a reforma tributária, vai apresentar na manhã de quinta-feira (4) o relatório sobre o texto. Na tarde desta quarta (3), o GT esteve reunido com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Residência Oficial da Presidência, em Brasília, para ajustarem o documento.

Membros do GT concederam entrevista coletiva após a reunião. Eles evitaram dar detalhes do relatório, mas declarações indicam que o grupo vai sugerir mudanças na versão do PLP enviada pelo governo. Segundo o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), existe a possibilidade de armas de fogo serem incluída na taxação do Imposto Seletivo (IS), o chamado “imposto do pecado”.

“Tudo pode entrar no seletivo desde que seja prejudicial à natureza ou prejudicial à saúde”, acrescentou.

O deputado Luiz Gastão (PSD-CE), por sua vez, disse que o texto enviado pelo governo é “bem diferente” do que será apresentado amanhã. “Acreditamos que nós fizemos um trabalho de melhora muito grande com relação a esse texto”.

Questionado se a alíquota de referência para resultado das somas dos percentuais do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) continuará em 26,5% com as mudanças feitas, Gastão falou que o GT acredita que sim. “Talvez até baixe um pouco dentro das modificações e do melhoramento”.

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Segundo Cláudio Cajado (PP-BA), o GT vai ser reunir com líderes da Câmara após a reunião do relatório amanhã para “poder tomar as decisões políticas”.

“O texto que saiu aqui [da reunião com Lira] é consenso entre os sete [membros do GT]. O presidente também, batemos com o presidente hoje. Então vamos conversar com as bancadas”, declarou Joaquim Passarinho (PL-PA).

“Logicamente um partido como o meu, um partido com quase 100 deputados, sempre tem posições diferenciadas. Nós vamos ouvi-los também.”

Questionado se houve acordo com Lira para que não sejam apresentadas emendas ao PLP ou feitos destaques no plenário, Augusto Coutinho (Republicanos-PE) falou que “de jeito nenhum”.”Vai seguir todo o trâmite normal da Casa. A emenda é uma coisa natural.”

Mesmo indagados, os deputados não falaram sobre como ficará a composição da cesta básica no relatório. “A responsabilidade é muito grande, porque o governo fez vários estudos para incluir aqueles 15 itens. Quando você coloca um ou outro produto, há um impacto na alíquota de referência”, declarou Hildo Rocha.

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“Então nós temos que levar em conta a responsabilidade de termos um IVA [Imposto sobre Valor Agregado] que tenha uma alíquota igual aos dos países da OCDE.”

A previsão é que o PLP seja votado no plenário da Câmara na próxima semana, na quarta (10) ou quinta-feira (11). Se aprovado, ainda precisará ser analisado pelo Senado.

O que diz o PLP?

O PLP institui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), em substituição ao ICMS, ISS, Pis/Cofins e IPI.

Pelo texto, o Senado Federal fixará, com base em critérios presentes no projeto, alíquotas de referência para o CBS e IBS, com ajuda do Tribunal de Contas da União (TCU). Com base no desenho atual do PLP, o Ministério da Fazenda estima que a alíquota de referência do IBS será de 17,7%, e a da CBS, de 8,8%, totalizando 26,5% sobre bens e serviços.

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Os estados, municípios e União têm autonomia para fixar essas alíquotas, mas em não fixando ou possuindo alguma dúvida, podem usar as de referência fixadas pelo Senado.

Em relação ao Imposto Seletivo, que é federal, as alíquotas serão estabelecidas em lei ordinária.

No que diz respeito à cesta básica, o PLP estabelece que a carga tributária dos produtos dela será zerada; atualmente, a alíquota média é de 8%. O projeto diz que farão parte da cesta básica produtos como arroz, leite, manteiga, margarina, café, óleo de soja, farinha de mandioca, açúcar, massas alimentícias e pão.

Fonte: Cidade Verde

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