Alegrete do Piauí
“Esse sonho surgiu na pandemia”, diz jovem de Alegrete que foi aprovado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Um jovem da cidade Alegrete do Piauí conquistou a aprovação no curso de Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
A nossa reportagem entrou em contato com o José Elísio da Silva Júnior, mais conhecido como Júnior, de 20 anos, que obteve a aprovação em um dos cursos de saúde mais procurados e extensos do país.
A aprovação foi conquistada através do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, onde o piauiense teve 940 pontos na sua última redação.
Júnior é filho da professora aposentada Maria do Socorro e do pedreiro e trabalhador rural José Elísio, nasceu em Picos e morou toda sua vida em Alegrete, onde reside atualmente. Ele também relatou que sempre estudou em escolas públicas e desde o primeiro ano do ensino médio realizou as provas do Enem, totalizando seis exames.
Ao Cidades na Net, o estudante contou que a inspiração pela Medicina foi desencadeada em 2020, quando a pandemia de Covid-19 se expandiu pelo Brasil, deixando um cenário trágico no país de morte e medo.
“Nunca pensei em fazer Medicina, nunca foi o meu sonho. Entretanto, em 2020, no meu último ano de ensino médio, fiquei bastante desapontado com tudo que estava acontecendo e repensei minha vida. Ao ver os profissionais da saúde trabalhando muito e se dedicando pelo bem da sociedade, algo aqueceu o meu coração. Aquelas imagens me inspiravam e foi aí que surgiu o desejo por fazer Medicina”, destacou.
O futuro médico também falou sobre as dificuldades que enfrentou enquanto se esforçava para alcançar o seu objetivo. “O medo do fracasso constante ao acordar, a sensação de solidão e o isolamento como se ninguém entendesse o que você está passando. Tudo isso te desafia. Não vou mentir, não tinha nenhum dia em que eu não pensava em desistir”, disse.
Além disso, revelou importantes aprendizagens que vivenciou durante esse processo. “Criei uma intimidade com Deus, vi minha evolução ao longo dos anos e me surpreendi com o que eu fui capaz de fazer. Minha família e amigos também estiveram comigo, apoiando e fazendo eu me sentir menos sozinho. E finalmente aprendi a olhar o mundo de outra maneira e a entender melhor a realidade dos outros”, contou.
O jovem disse que estudava entre 6 e 7 horas por dia através de cursinhos, em casa, de forma on-line, inicialmente. Em seguida, passou a fazer um curso presencial específico em redação na cidade de Araripina, no estado do Pernambuco.
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