Belém do Piauí
BELÉM | Carreata e panfletagem chamam a atenção para a proteção de crianças contra o abuso e exploração sexual
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“Esquecer é permitir. Lembrar é combater”. Foi com base nesse slogan, da campanha “Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes”, que a Prefeitura de Belém do Piauí, por meio da Secretaria de Assistência Social, realizou na tarde desta quinta-feira, 20, uma mobilização pelas ruas da cidade.
O ato foi realizado em alusão ao “Maio Laranja”, mês que simboliza o combate ao abuso e à exploração sexual, um dos tipos de maus-tratos mais frequentes praticados contra crianças e adolescentes.
A mobilização contou com a participação de profissionais que integram a Rede de Proteção da população infanto juvenil, como a Secretaria de Assistência Social, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Tutelar.
A mobilização teve início na Praça Canaã, no centro da cidade, que foi decorada com faixas, cartazes e flores amarelas e laranjas, símbolo da campanha. Lá foram gravados vídeos que serão divulgados nas redes sociais, orientando a população de como identificar a agir casos de abuso e exploração.
Em seguida, vestidos de laranja, os participantes saíram em passeata pela cidade. À frente, um carro de som veiculava músicas e uma mensagem com orientações à população. No percurso, também foram distribuídos panfletos para a população.
Ao final, novamente na praça, foram realizados pronunciamentos. A secretária de Assistência Social, Anaías Carvalho, explanou sobre a origem da campanha e 18 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. “A data foi escolhida em memória à menina Araceli Crespo, de 8 anos, que foi espancada, estuprada, drogada e morta em Vitória (ES). A menina desapareceu em 18 de maio de 1973 e foi encontrada seis dias depois em um terreno baldio, próximo ao centro da cidade. E o mais revoltante é que ainda hoje está impune”, disse a secretária.
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Anaías Bezerra, secretária de Assistência Social
Anaías convocou à sociedade a abraçar a causa, a participar dessa luta de proteção das crianças e adolescentes, não só no mês de maio, mas por todo o ano. “Nós não podemos ser coniventes, não podemos ser omissos. Todos devem denunciar. Façam isso anonimamente. Eles merecem viver de forma saudável e protegida. Abracem essa causam”, finalizou.
Profissionais orientam
Dados apontam que a maioria dos casos de exploração, violência ou abuso sexual, ocorrem dentro da casa da vítima, seja por pessoas da própria família ou próximas da criança. As ocorrências tem aumentado diante desse momento pandêmico em que as pessoas têm permanecido mais tempo em casa, em isolamento social.
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Olisabel Silveira, assistente social
“A gente já recebeu algumas queixas no município de Belém, mas é uma realidade nacional. Esse crime de exploração ou abuso de crianças geralmente é praticado com pessoas de dentro de casa ou muito próxima a família, e com o confinamento das famílias dentro de casa, os casos tem aumentado”, disse a assistente social Olisabel Silveira.
Olisabel orientou para a denúncia. “A gente tem o Conselho Tutelar, o CRAS, e outra ferramenta importantíssima, que é o Disque 100. Qualquer pessoa pode denunciar, é anônimo, ou seja, ninguém vai saber que fez a denúncia. E feita a denúncia, a polícia, o Conselho Tutelar e o Ministério Público são obrigados a investigar sem ninguém saber quem fez a denúncia. O importante é proteger a criança”, pontuou.
Leyse Barroso, que é psicóloga do CRAS, falou sobre os sinais que as crianças dão quando estão sendo abusadas ou exploradas sexualmente.
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Leyse Barroso, psicóloga
“A criança demostra isso através do seu comportamento, das atitudes. Elas podem ter pânico com determinadas pessoas, apresentar mudanças no humor, chora sem motivo aparente, fica mais irritada, isolada, não confia nas pessoas, pode mudar na aparência e passar e vestir roupas que cubram mais o corpo, podem mudar o rendimento escolar, ter perda do sono. Todos esses são sinais que os pais devem observar e podem estar identificando”, disse.
A psicóloga orientou aos pais a estabelecerem um diálogo com seus filhos para estimular os filhos a falarem mais, se sentirem seguros e confiantes, de forma que, se acontecer alguma dos tipos de abuso ou exploração, os filhos possam relatar aos pais. “É muito importante uma boa relação entre os pais e filhos”, pontuou.
Leyse alertou, ainda, que esse tipo de crime pode causar grandes danos psicológicos, e assim, prejudicar o desenvolvimento cognitivo, psicoemocional e social. “Portanto, temos sim que estar protegendo as nossas crianças e adolescentes, observando mais, conversando, orientando que não pode haver segredo”.
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