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Projeto restaura e digitaliza documentos históricos de Jaicós e entrega à Paróquia de N. Senhora das Mercês
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Professores e alunos do curso de História da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos, realizaram na manhã desta sexta-feira (13), em Jaicós, a entrega de documentos eclesiásticos que foram restaurados e digitalizados através do Núcleo de Pesquisa e documentação em História (NUPEDOCH).
Foram entregues 43 livros e 1 avulso, 7 DVD´s contendo o material imagético e uma ficha catalográfica com descrição detalhada do conteúdo de cada documento. A documentação, datada dos séculos XVIII, XIX e XX, que apresenta informações referentes aos registros de batismos e casamentos, compõe a história da centenária cidade de Jaicós.
Durante o evento, que aconteceu no Salão Paroquial (Patronato), os documentos foram entregues à paróquia de Nossa Senhora das Mercês, através das representantes Osana Barbosa, Secretária da Paróquia e Aurenir Paiva, membro do Conselho Paroquial de Pastoral e do CNLB Conselho Nacional do Laicato do Brasil .Em breve, o conteúdo será disponibilizado para fins de pesquisa através de um site específico do NUPEDOCH .
De acordo com o professor Dr. Mairton Celestino, coordenador do projeto, o NUPEDOCH surgiu inicialmente como um projeto de extensão, e posteriormente foi transformado em Núcleo. “Nasceu como um projeto de extensão ligado à Universidade e o objetivo era catalogar os documentos de Oeiras. Iniciamos o trabalho em 2014 e em 2016 entregamos em Oeiras a documentação eclesiástica da freguesia de N. Senhora da Vitória. O projeto foi tão bom, que daí nasceu um núcleo de pesquisa. Iniciamos também o projeto de digitalização de toda documentação eclesiástica do entorno de Picos” explicou.
Mairton Celestino falou também como foi realizado o trabalho de recuperação dos documentos de Jaicós. “Digitalizamos os de Valença e entregamos em 2017, logo em seguida pegamos os documentos de Jaicós e entregamos agora em 2018. Nossa equipe é composta por 5 professores e 20 alunos. Nós pegamos a documentação, limpamos, digitalizamos, tiramos fotos de cada um dos arquivos, criamos uma ficha catalográfica, que é seguida de um DVD que tem as imagens e a ficha catalográfica tem a descrição de cada um dos livros. Então, a pessoa não precisa mais abrir os livros, ela vai na ficha, vê o assunto que lhe interessa, acessa os CD´s e abre as imagens ” falou.
O professor ressaltou ainda que a preservação da documentação é de suma importância, levando em conta as questões sociais e também a preservação da história. “Existe um aspecto importante, que é a questão social, por exemplo, para pedidos de aposentadoria ou qualquer ação judicial, é importante essa documentação eclesiástica, pois ela é um documento jurídico. Outro aspecto é a preservação da história, uma vez que você conserva essa documentação e disponibiliza para um público maior, que necessariamente não precisa estar na cidade, mas com os CD´s e fichas catalográficas a pessoa consegue ter o acesso a história de cidades e regiões que ninguém conhecia. Então, Jaicós, com essa documentação disponível, possibilita a nós historiadores termos uma dimensão maior da história dos índios, que aqui tinham muitos, e da escravidão, existem vários registros de batismos de escravos em Jaicós nessa documentação” finalizou.
Para a aluna Maria Gabriela Leal, que está no 5° período do curso de História, o projeto é uma contribuição mútua, tanto para a sociedade, quanto para os integrantes do Núcleo. “Nosso projeto tem o objetivo de preservar os patrimônios históricos, principalmente documentação, que é o foco da nossa pesquisa. Porque existe muito silenciamento de acontecimentos e nesses livros há bastante registros sobre escravos, que é uma questão histórica e com certeza devem existir raízes familiares desses escravos, descendentes deles, que não sabem sobre isso. E objetivamos também despertar o interesse das pessoas em pesquisar, descobrir mais. Esse projeto enriquece muito o nosso conhecimento e é uma contribuição mútua, para a comunidade e para nós pesquisadores” disse ela.
O próximo trabalho que será desenvolvido pelo Núcleo será a salvaguarda de todas as fichas e prontuários médicos, digitalização e conservação da documentação do Sanatório Meduna, que foi um dos primeiros hospitais particulares de assistência psiquiátrica do país, localizado em Teresina.
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