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Polícia solicita medida protetiva para mulher agredida e ameaçada de morte por vizinhos no Piauí

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Uma mulher, de 55 anos, denunciou ter sofrido agressões físicas e ameaças de morte após ser perseguida por vizinhos no bairro Parque Piauí, Zona Sul de Teresina. Segundo a Polícia Civil, uma solicitação de medidas protetivas para a vítima foi encaminhada à Justiça nessa quinta-feira (8).

Ao g1, a mulher, que preferiu não ser identificada, contou que um conflito com os vizinhos começou há cerca de oito meses, motivado por maus tratos a um menino diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a vítima, a criança, de aproximadamente sete anos, é constantemente agredida pelo próprio pai.

Após reclamar e pedir ao homem que parasse com as agressões, ela teria passado a sofrer uma série de ameaças da família.

“Nunca havíamos tido muito contato até então. Falei porque fiquei com pena. O menino é inocente, muitas vezes não tem controle das atitudes. Ouvir uma criança pedindo socorro corta o coração. Mas aí começaram as provocações”, disse.

Suspeita de agressões a animais

De acordo com a mulher, inicialmente, o pai e a mãe do menino, além de uma irmã menor de idade, a agrediam verbalmente e utilizavam, por exemplo, som alto para causar incômodo. As agressões, no entanto, se intensificaram entre julho e agosto deste ano, quando a vítima passou a recolher gatos em situação de rua e a cuidar dos animais.

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“No dia 23 de agosto, quando chamei meus gatos, faltou um. Comecei a procurá-lo na casa, olhei para os fundos e vi meu vizinho com um pau, encurralando meu gato entre a parede e a piscina do filho dele. Eu disse ‘você quer matar meu gato?’ e ele só gritava, me chamando de vagabunda”, relembrou.

A mulher relatou que, na ocasião, estava acompanhada por um homem que prestava serviços à mãe dela e pediu que ele fosse à casa vizinha buscar o animal. Contudo, o homem também teria sido ameaçado.

“O vizinho começou a falar que se alguém entrasse na casa dele, ele mataria. Também começou a falar que me mataria ali. Ele chegou a subir no muro, tentou pular. Mas o rapaz que estava comigo disse ‘se você vier, não sai’ e isso o fez recuar”, contou.

“Durante a discussão, meu gato aproveitou e fugiu. Mas no dia seguinte desapareceu. Acredito que o vizinho tenha matado. Um mês antes, ele havia furado uma gata minha. Ela precisou de atendimento médico, levou 10 pontos”, acrescentou a mulher.

Depois do episódio, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência (BO) contra o agressor na Delegacia do Meio Ambiente e no 4° Distrito Policial (DP).

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“Eu estava com medo porque ele tentou invadir minha casa. Registrei o BO e ele foi intimado a comparecer à delegacia. Ele voltou de lá com tanto ódio que apedrejou minha casa. Troquei tudo que é de porta. Liguei pro 190 no dia, mas não fizeram nada. Não existe proteção pra mulheres aqui”, lamentou.

Perseguição e ameaças

Na tarde da última terça-feira (6), a mulher foi novamente abordada pelo vizinho, enquanto ia a pé a um supermercado da região.

“Quando vi, ele já estava em cima de mim, já foi dizendo ‘vagabunda, tu encontrou teu gato?’, eu disse ‘não, não foi tu que matou meu gato?’ e ele proferiu vários xingamentos, amedrontou dois idosos com quem eu estava conversando na rua. Só quando um dos idosos entrou em uma casa, ele foi embora, achando que o idoso foi pegar algo”, revelou.

Assustada, a vítima decidiu retornar para casa, pegar o carro e registrar uma nova ocorrência policial. No caminho, ao parar o veículo em um cruzamento, ela e o colega da mãe que a acompanhava foram abordados e agredidos por familiares do vizinho.

“A esposa dele veio correndo e gritando ‘vagabunda, deixa meu marido em paz’. A filha e o pai dele também, já me socando. Socando minha cabeça, tanto que fiquei tonta. O pai dele dizia ‘se meu filho for preso, eu te mato’. Tentaram abrir a porta e me tirar do carro, me puxando pelos cabelos, dizendo que iam me jogar na rua pros outros carros passarem por cima”.

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“A criança, que é autista, também estava. Os adultos ficavam mandando ela me bater. E o rapaz tentava me proteger. Uma hora ele conseguiu me puxar, arrancou com o carro e saímos direto para o 4º DP”, relatou.

Caso é acompanhado pelo 4º Distrito Policial (4º DP), da Polícia Civil do Piauí, na Zona Sul de Teresina — Foto: Andrê Nascimento/G1
Caso é acompanhado pelo 4º Distrito Policial (4º DP), da Polícia Civil do Piauí, na Zona Sul de Teresina — Foto: Andrê Nascimento/G1

No local, a mulher prestou depoimento. Minutos depois, os vizinhos também chegaram à delegacia para denunciá-la.

Conforme a Polícia Civil, na data, todos foram encaminhados à Central de Flagrantes. A vítima foi conduzida ainda ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito.

Ao g1, o delegado Leonardo Alexandre informou que um pedido de medidas protetivas para a vítima foi encaminhado à Justiça nessa quinta-feira (8). Além disso, o carro dela foi enviado ao Instituto de Criminalística.

“Após o exame de corpo de delito, foram constatadas as lesões. Encaminhamos a solicitação da medida e instauramos também um Termo Circunstanciado, que deve ser enviado à Justiça até a segunda-feira (12)”, comentou o delegado.

Mulher contratou ‘segurança’

Com receio, a mulher contratou o homem que prestava serviços de maqueiro à mãe dela, que era cadeirante, para morar temporariamente na residência.

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“Ontem de manhã, a filha, que é menor de idade, disse que me mataria. Disse que me mataria porque seria protegida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. É uma jovem que cresceu em uma família completamente desestruturada, é um absurdo”.

“Tenho medo de morrer. Eles tentaram me matar uma vez, podem tentar outra. Eu não durmo, não como. Estão tirando meu direito de ir e vir. Até deixei de trabalhar por alguns dias. O rapaz que está comigo também. Ele foi ferido na terça-feira, ao me defender, e precisou de atestado médico de três dias”, concluiu.

Fonte: G1 Piauí

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