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POLÍTICA

Presidente do TSE lembra época em que fiscais “comiam votos” impressos durante apuração

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“A ideia de uma recontagem manual de 150 milhões de votos vai nos levar ao passado de fraudes do qual nos libertamos, em que sumiam urnas, as urnas apareciam infladas por votos falsos, fiscais comiam votos durante a apuração”, disse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto Barroso, em sua fala durante a abertura do semestre judiciário na corte eleitoral. A manifestação ocorreu antes da votação de abertura de inquérito contra Jair Bolsonaro e do envio de notícia-crime ao STF para incluí-lo no inquérito das fake news

Barroso seguiu dizendo que “basta perguntar a qualquer juiz eleitoral que tenha presidido uma junta apuradora para saber como era e do que nós nos livramos desde que moralizamos o sistema eleitoral brasileiro com o voto eletrônico”.

Sustentou que “outros países não adotam o voto eletrônico. Mantêm o voto em papel. É verdade”, mas que “são países que não tiveram os problemas que nós tivemos, como coronelismo, como voto de cabresto, com compra de votos, com mapismo, com eleições a bico de pena”.

“O voto impresso nas circunstâncias brasileiras atuais será uma porta aberta para a quebra do sigilo do voto, porque o voto impresso trará toda a composição do voto para presidente, para senador, para deputado federal, governador e deputado estadual e num país que ainda se compra voto vai ser possível saber na recontagem se o voto comprado foi entregue, inclusive maceteando o voto e pedindo para anular, por exemplo, o voto para deputado estadual ou para deputado federal”, disse.

Se o país regredir, na visão do ministro, “vamos incentivar o coronelismo, vamos incentivar a milícia, a compra de votos, além de criarmos esse imenso risco de fraudes da qual nos libertamos”.

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“É por essa razão que o Tribunal Superior Eleitoral por todos os seus presidentes [vivos] e pelos futuros presidentes, que já são conhecidos [oriundos do STF], são contrários ao voto impresso, porque ele pode fazer mal à Democracia brasileira. Portanto, eu espero que as pessoas de boa-fé compreendam que esse é um risco, esse é um retrocesso. Esta não é uma vontade de quem verdadeiramente queira o bem do Brasil”, pontuou.

Fonte: 180Graus

Foto: NELSON JR./SCO/STF

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