POLÍTICA
Zé Filho diz que Marcelo tem de mudar discurso se quiser ganhar eleição
O vice-governador Antonio José de Moraes Souza Filho, o Zé Filho (PMDB), disse ontem que o pré-candidato a governador da base governista, deputado federal Marcelo Castro (PMDB), deve afinar seu discurso com os anseios da população se quiser crescer nas pesquisas e ganhar a eleição de outubro. A afirmação, em tom de recomendação, foi dada durante a transmissão do cargo de presidente da Fiepi (Federação das Indústrias do Estado do Piauí), no início da noite de ontem, a pouco mais de 24 horas dele assumir o governo do Estado.
Zé Filho será empossado governador amanhã, após a renúncia formal de Wilson Martins, marcada para as 10 horas, na Assembleia Legislativa. Ontem, no início da noite, o vice-governador renunciou ao cargo de presidente da Fiepi. No lugar dele, assumiu o vice-presidente, o empresário Félix Raposo, executivo do Grupo Claudino. Zé Filho assegura que vai apoiar a candidatura de Marcelo Castro ao governo do Estado, como ficou acordado com os partidos da base aliada.
No entanto, em sua opinião, para seu nome obter sucesso no pleito eleitoral, o parlamentar deve mudar o discurso. “Marcelo tem que afinar o discurso com o que a população quer. Está ai a segurança como um grande problema, principalmente em Teresina, o problema da saúde. São coisas que o candidato precisa ter afinidade. O Piauí tem que deixar de ficar com esse pires na mão em Brasília pedindo esmola, sempre recendo bombom, e os outros estados se desenvolvendo. Não podemos continuar sendo o último da fila”, declarou.
O vice-governador ressaltou, ainda, que não tem obsessão pelo poder e garantiu que não será candidato à reeleição quando assumir o Palácio de Karnak. “Não tenho obsessão por cargo nenhum. Sou um homem realizado na vida, não vai ser um cargo de governador que vai fazer mudar o que eu penso, o que eu desejo e o que eu quero”, declarou. Observou que seria candidato se fosse de toda a coligação dos partidos que dão sustentação ao grupo. “Se não fui (apoiado por todos os partidos), não posso ser candidato de mim mesmo. Se é o Marcelo eu sou o primeiro a apoiá-lo. Se o Wilson quer ser senador eu vou apoiar, agora eu não vou usar a máquina do governo para fazer com que ele seja eleito. O cidadão (se referindo a ele próprio) sim, vai fazer o possível para elegê-los”, destacou.
FIEPI – Com mandato até o final de 2015 na Fiepi, Zé Filho se afastou do cargo e Félix Raposo ficará no comando da entidade até dezembro, quando acaba a gestão a frente do Palácio de Karnak. “É como uma continuação, agente está só se afastando temporariamente. O nosso mandato aqui vai até o final de 2015. No período que a gente tiver substituindo o governador Wilson Martins, ele (Félix Raposo) vai estar me substituindo aqui. É a continuação do trabalho e não tem nada de estresse, como não vai ter no governo”, afirmou.
Diário do Povo
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