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Em audiência, advogado e empresário suspeitos de matar adolescentes no Piauí confessam crime
O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) retomou, nesta sexta-feira (5), a audiência de instrução e julgamento dos suspeitos de envolvimento na morte de Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, e Anael Natan Colins, 17, em Teresina. Durante a sessão, os réus, o empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues e o advogado Guilherme de Carvalho confessaram o crime. Relembre o caso.
A sessão teve início às 8h30, na 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, no Fórum Cível e Criminal Desembargador Joaquim de Souza Neto, localizado no Centro da capital. Ao todo, seis testemunhas informantes e réus foram ouvidos nesta sexta (5). Na quinta-feira (4), outras 12 pessoas prestaram depoimento.
Anael e Luian foram encontrados mortos em 15 de novembro do ano passado, em uma região de mata na PI-112, entre Teresina e União. De acordo com a Polícia Civil, os adolescentes invadiram o sítio do servidor público Francisco das Chagas Sousa, de 70 anos, no dia 12 de novembro, para entrar em uma festa que acontecia no terreno ao lado.
Na audiência, o empresário João Paulo de Carvalho e o advogado Guilherme de Carvalho confessaram ter matado Luian e Anael e alegaram legítima defesa. Segundo os réus, Francisco das Chagas, pai de Guilherme, foi agredido pelos adolescentes.
O terceiro réu, o servidor público Francisco das Chagas Sousa, de 70 anos, pediu dispensa da audiência por questões relacionadas à saúde. Em fevereiro deste ano, o idoso chegou a ser preso, mas teve a prisão domiciliar concedida por ser hipertenso e portador de arritmia ventricular. Ele prestará depoimento posteriormente, em data ainda não divulgada.
Empresário, primo e tio podem responder pelos crimes de: duplo homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, tortura e impossibilidade de defesa das vítimas), cárcere privado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Na sessão, advogados de defesa solicitaram um nova perícia e a soltura dos dois primos João Paulo de Carvalho e Guilherme de Carvalho, que estão presos suspeitos do crime desde o dia 8 de fevereiro deste ano, até o julgamento.
Ao final da audiência, o juiz forneceu um prazo para alegações finais. Somente depois, ele definirá se o caso será ou não julgado pelo Tribunal Popular do Júri, que julga crimes contra a vida.
Relembre o caso
Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, e Anael Natan Colins, de 17 anos, foram encontrados mortos em 15 de novembro de 2021, na zona rural Leste de Teresina, após ficarem dois dias desaparecidos. Os dois eram amigos de infância e moravam na região do bairro Planalto Uruguai, na Zona Leste da capital.
Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, os adolescentes estavam juntos no dia 12 de novembro de 2021, quando foram vistos pela última vez, e invadiram o sítio do servidor público Francisco das Chagas Sousa, de 70 anos, para entrar em uma festa que acontecia no terreno ao lado, um sítio localizado na BR-343, no bairro Gurupi, na saída Leste de Teresina.
Após serem flagrados pelo proprietário, os jovens foram dominados por ele e pelo filho, o advogado Guilherme Carvalho, que chamaram, em seguida, o sobrinho de Francisco, o empresário João Paulo Carvalho, 35 anos.
Depois, conforme a polícia, Luian e Anael foram levados até o local onde foram mortos, no povoado Anajás, às margens da PI-112, Zona Rural Leste da capital, a 20 km de distância de onde foram pegos. A polícia não informou se eles foram torturados no local, mas foram encontrados com os braços quebrados.
No dia 13 de novembro, a moto em que Luian e Anael andavam foi encontrada próximo ao sítio da família.
Segundo o delegado Luís Guilherme, o advogado Guilherme de Carvalho foi o autor dos dois tiros que mataram os jovens. A arma usada seria do empresário João Paulo Carvalho. Na caminhonete do empresário, segundo a polícia, foram encontradas marcas de sangue.
Já o servidor público Francisco das Chagas, segundo a Polícia Civil, teria participado das agressões que os adolescentes sofreram antes de serem executados, ainda na casa onde foram dominados.
No dia 25 de janeiro, o empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues chegou a ser preso suspeito de participação no crime. No entanto, foi liberado cerca de seis horas depois.
No dia 26 de janeiro, o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko, informou que havia cinco pessoas suspeitas de envolvimento nos assassinatos dos adolescentes. Na ocasião, o servidor público estadual, tinha confessado o crime e assumido a responsabilidade sozinho.
No dia 4 de fevereiro, a família mudou a versão.
Fonte: G1 Piauí
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