MP ingressa com ação contra o Governo do Piauí solicitando interdição e reforma de setores na Maternidade Evangelina Rosa

Procurada pelo G1, maternidade afirmou que a empresa que fará as correções nos danos provocados pelas chuvas visitou o local para iniciar os reparos. E informou que haverá uma reunião com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), nesta quinta (26), para definir um cronograma da obra. Leia a nota na íntegra ao fim da reportagem.

De acordo com o órgão, a interdição deve durar até que as obras de correção de sua estrutura física sejam feitas de forma completa, para evitar novos desabamentos e alagamentos.

Em caso de descumprimento, o MP pede à Justiça que estabeleça multa contra a instituição e a Sesapi.

Segundo o órgão, na madrugada do dia 3 e no dia 4 de novembro, uma grande chuva causou alagamento em diversos setores e desabamento de forros na maternidade e no IPS.

Em razão disso, ainda de acordo com o órgão, foi necessário fazer a rápida transferência de gestantes e seus recém-nascidos para outras alas, sobrecarregando o atendimento hospitalar da unidade.

O MP relatou que uma segunda chuva ocorrida, entre os dias 21 e 22 de novembro, provocou transtornos ainda maiores ao IPS. Infiltrações anteriores acarretaram em alagamentos.

“Além do aparecimento de insetos e fungos por toda a estrutura do prédio, que ocasiona perigo aos profissionais de saúde e pacientes”, afirmou o Ministério Público.

Uma inspeção da Coordenação de Perícias e Pareceres Técnicos do MP constatou que o teto da maternidade não suportou o volume das águas, causando infiltração, inundação e desabamento de parte do forro em alguns setores.

Houve até, segundo o órgão, desabamento do forro do teto em duas salas de parto. Em outros setores houve também curto-circuito, que provocou dano em computadores.

No IPS, além de infiltrações foi constatada a queda de um trecho do muro, de aproximadamente 35 metros de extensão, que separa o instituto do Hospital da Polícia Militar do Piauí.

A inspeção constatou que a queda provocou danos aos ductos da central de gases medicinais do HPM.

O órgão pede à Justiça que determine de forma imediata reforma e manutenção de toda cobertura do IPS e dos demais setores da MDER que também foram atingidos pelas chuvas.

O órgão também quer a reconstrução do muro limite com o Hospital da Polícia Militar (HPM), que desabou durante uma forte chuva no início de novembro.

O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) recomendou à Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) que transfira, com urgência, a unidade para outro prédio. De acordo com o CRM, a atual estrutura oferece risco de desabamento do forro.

“Tivemos a impressão de que ainda há risco de desabamento da cobertura interna de algumas áreas do piso superior. Inclusive, há o risco também de curto-circuito e incêndio”, afirmou a conselheira Ana Cláudia Louçana.

Em resposta, o superintendente de Saúde da Sesapi, Jeferson Campelo, informou que um grupo de trabalho foi montado para analisar os detalhes da situação e chegar a um plano de ação.

A unidade de saúde passou quase um ano sob interdição ética, entre 2018 e 2019, feita pelo CRM, após a detecção de vários problemas, desde infraestrutura precária até falta de equipamentos e medicamentos e escassez de profissionais.

A Justiça Federal chegou a determinar reforma e concurso imediatos para suprir as necessidades do local. A unidade só foi desinterditada em novembro de 2019, depois de reforma em alguns setores e reposição do material que estava faltando.

Leia a nota da MDER na íntegra:

A Maternidade dona Evangelina Rosa (MDER) informa que empresa responsável pelas correções nas danificações ocasionadas pelas chuvas nas duas unidades hospitalares – Hospital da Polícia Militar(HPM) e Instituto de Perinatologia Social (IPS) – já visitou o local para iniciar a reparação.

Informa ainda que nesta quinta (26) se reunirá com a Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI) e Instituições envolvidas para definir o cronograma da obra que terá início imediato.

Fonte: G1 PI