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Mães de crianças especiais denunciam descaso durante passeio no Teresina Shopping: “Foi um dia triste”

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“Nunca compreendi por que o sonho, para alguns, vira pesadelo quando alcançado”. Foi exatamente com essas palavras que a mãe de uma das 50 crianças especiais de Barras relatou o drama que viveu com sua filha durante um passeio para conhecer o Teresina Shopping.

Tudo começou quando as crianças com necessidades especiais e seus acompanhantes saíram de Barras para Teresina, uma viagem que durou mais de duas horas de ônibus, no sábado (14/12), para conhecerem a decoração natalina do shopping, as luzes e o tão sonhado Papai Noel. Na chegada, logo de cara, todos foram encaminhados a um local sem ar-condicionado, até a hora do retorno a Barras, sem poderem conhecer o local.

O passeio foi organizado pela ONG Mundo Colorido, e, de acordo com a coordenadora do projeto, tudo teria sido previamente combinado com os funcionários do shopping um mês antes da visita.

Nós tivemos o cuidado de comunicar ao shopping da nossa visita. A nossa intenção era ter nosso acesso facilitado porque iríamos levar lanche de fora para a praça de alimentação. Foi um dia muito triste”, relembrou Amanda Paz.

Segundo as mães, que gravaram tudo em vídeos e postaram em suas redes sociais, além de não ter climatização, o local não tinha cadeira e nenhum tipo de equipamento digno para a acomodação dos visitantes, principalmente para receber crianças com necessidades especiais.

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“As crianças ficaram sem água e nós pais não tivemos acesso à Praça de Alimentação, local onde a gente queria ficar para fazer a confraternização. Eu ainda desci no elevador e fui ao supermercado dentro do shopping com o meu filho que estava estressado e chorando, decepcionado com a visita”, contou Mary Sousa, outra mãe de um das crianças.

Os relatos não param. Manusa Leitão, que também acompanhava a filha identificada apenas como Paulinha, que tem Síndrome de Crush, uma doença que ocorre devido à elevada quantidade de cortisol no sangue, causando sintomas como rápido aumento de peso e acúmulo de gordura, disse que o grupo foi escoltado por seguranças do local até a saída. “Para mim, foi desumano e humilhante. As crianças mereciam mais dignidade”, contou a mulher bastante emocionada.

Para as mães e funcionários da ONG Mundo Colorido, o sentimento que fica é de frustração e sonhos interrompidos para dezenas de crianças.

“No Dia das Crianças, estiveram em outro shopping de Teresina e foi uma experiência feliz. Nunca esperamos que isso acontecesse. É uma experiência difícil de esquecer. Foi uma frustração para essas crianças, algumas sentiram bastante e ficaram muito tristes com o acontecido”, disse Amanda Paz.

OAB NO CASO

A Ordem dos Advogados do Brasil recebeu a denuncia e decidiu acompanhar o caso através da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Após receber os vídeos e relatos das pessoas que passaram por esse drama, o presidente da comissão, Joaquim Santana, conseguiu marcar uma audiência no Ministério Público do Piauí para ouvir as partes envolvidas e poder adotar as providências.

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“Estamos acompanhando o que foi noticiado nas redes sociais. Queremos saber dos pais das crianças e da presidente da ONG o que de fato ocorreu. Convocamos as partes envolvidas para prestarem esclarecimentos dos fatos. Conseguimos uma audiência para sabermos a veracidade dos fatos. Pelo que foi noticiado é muito grave, mas isso precisa ser apurado. Conseguimos com todo esforço viabilizar a Audiência e vamos acompanhar até o final”, disse o advogado e presidente da comissão.

O QUE DIZ O TERESINA SHOPPING

ESCLARECIMENTO

O Teresina Shopping esclarece que a entidade Mundo Colorido solicitou, via redes sociais, a liberação da entrada de três ônibus no estacionamento, o que foi prontamente atendido. A entidade não solicitou previamente um momento com o Papai Noel ou local reservado para realização das atividades, conforme todos os registros de contato com o Shopping. A informação repassada pela entidade era de que a visita ao shopping ocorreria às 14:00h do último sábado (14) e não às 19:00h quando chegaram, horário de maior fluxo de clientes, principalmente na praça de alimentação. Mesmo sem a comunicação prévia da estrutura que necessitariam para acomodar as crianças, o shopping buscou atender às necessidades dos visitantes, de acordo com o que foi solicitado pela entidade no momento em que já estavam no local. O shopping reitera seu compromisso social e repudia qualquer tipo de discriminação e/ou preconceito. Somente este ano foram 23 visitas programadas de escolas públicas e/ou entidades, com aproximadamente 1.500 crianças que formalizaram a solicitação por meio de ofício e foram atendidas. Durante a visita, elas conhecem a decoração natalina, assim como tiram foto com o Papai Noel e a recebem digitalmente. Além disso, recebem o lanche disponibilizado pelo shopping na praça de alimentação.

Fonte: Oito Meia

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