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Mineiro em expedição pelo Brasil chega ao PI após caminhar 2.200 Km

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[ad#336×280]Percorrer a pé 10.700 km de um extremo a outro do Brasil. Esse é o desafio proposto pelo fotógrafo mineiro José Geraldo de Sousa Castro, 56 anos, que chegou à Teresina após caminhar 2.200 km de Roraima ao Piauí. Conhecido como “Zé do Pedal”, o aventureiro vem fazendo toda essa caminhada empurrando uma cadeira de rodas. A ideia, segundo ele, é chamar atenção para o respeito às pessoas com deficiência e ainda para a falta de acessibilidade nas cidades. Determinado, Zé do Pedal garante que vai cumprir a jornada de passar por 20 estados.

Para o aventureiro que busca o cumprimento da o cumprimento da NBR 9.050, que dispõe sobre acessibilidade em prédios, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, as impressões da capital piauiense não foram das melhores. Mesmo sem nenhum tipo de deficiência, Zé do Pedal tem o olhar de quem sente no dia a dia as dificuldades.

“Não tem por onde um cadeirante ou uma mãe passar com um carrinho de bebê. As calçadas são irregulares ou quebradas. Carros ficam parados nas rampas de acesso. São situações absurdas e nós precisamos mudar isso. Infelizmente, isso acontece aqui e nos outros estados que já caminhei. Existe um grande desrespeito com as pessoas que precisam de rampas para melhor se locomover. 23% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, são mais de 40 milhões de brasileiros. Nos estados que já passei constatei que a acessibilidade, na verdade, é uma grande utopia”, declarou.

Zé do Pedal mostra as barreiras de locomoção em Teresina  (Foto: Carlienne Carpaso/G1)

Zé pretende entregar no Senado Federal e na Câmara dos Deputados em Brasília um documento pedindo a criação dos Conselhos Municipais dos Direitos de Pessoas com Deficiência.

A expedição pelo Brasil recebeu o nome de “Extremas Fronteiras Barreiras Extremas: Cruzada pela Acessibilidade”. Para custear a viagem, Zé fez todo o projeto para conseguir apoio financeiro, mas dos R$ 200 mil que pediu recebeu apenas uma doação de R$ 5mil. “Normalmente, eu durmo em uma barraca no meio da estrada. Hotel é uma questão excepcional. Algumas vezes consigo abrigo em fazendas ou nas casas humildes das cidadezinhas. Eu registrava a caminhada em fotos, mas a máquina quebrou. Se eu mandasse consertar eu iria deixar de comer. Outra questão difícil é o perigo das estradas”, afirmou.

O começo de tudo

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Cartaz do Filme Zé do Pedal (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)A história de aventuras de Zé do Pedal começou ainda na década de 1980 quando ele queria assistir os jogos da Copa do Mundo na Espanha. Inicialmente, a falta de dinheiro impossibilitou o sonho, mas uma ideia mudou tudo. “Eu queria ir à Espanha, mas não tinha dinheiro para a viagem, então resolvi ir de bicicleta e foi aí que surgiu o nome Zé do Pedal. Após isso continuei as viagens sempre com uma finalidade social”, lembrou.

Após atravessar o mundo de bicicleta para ver os jogos do mundial, o ativista não parou mais. Pelo Japão ele passou de velocípede chamando a atenção para a situação das crianças na Etiópia e usou o mesmo “veículo”para viajar do Chuí a Brasília pedindo ajuda para o Nordeste. Zé do Pedal cruzou oito países da América Latina em uma moto e usando pedalinho navegou pelo Rio São Francisco. A França também recebeu a visita do aventureiro que desta vez estava em um kart a pedal.

As histórias do ativista, ciclista, viajante, torcedor e fotografo José Geraldo de Sousa Castro viraram roteiro de cinema. No ano passado estreou o documentário “Zé do Pedal, As Fronteiras do Mundo: Acima da Terra Abaixo do Céu”, dirigidos por Bruno Lima e Fabricio Menicucci.

O mineiro segue nesta quarta-feira (28) para o estado vizinho do Ceará, viagem que deve durar em média 15 dias. Desde que começou a expedição Zé do Pedal já passou pelo Amazonas, Pará e Maranhão.

Fonte: G1

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