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Piauí está entre 9 estados com impasses para ter equipes de UTI

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O Piauí está entre os nove estados brasileiros que estão encontrando dificuldades para recrutar profissionais para a linha de frente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Além do Estado, estão na mesma situação a Bahia, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins. É difícil encontrar médicos intensivistas, além de profissionais especialistas nas áreas de enfermagem e fisioterapia. A solução tem sido recrutar profissionais recém-formados e sem experiência em alta complexidade.

No Piauí, hoje, são 50 médicos com diploma de intensivistas credenciados pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), entre profissionais na ativa ou não. “Esse processo de dificuldade de recrutar profissionais, desde o início do ano, está mais difícil. As equipes são compostas por várias pessoas, que não é apenas o médico intensivista”, revela Bruno Ribeiro, médico intensivista do Hospital Getúlio Vargas.

A fila de espera por um leito de UTI no Piauí está em 146 pessoas. “Todos os dias morrem pessoas na fila. Muitas pessoas saem da fila de espera sem abrir novos leitos, o que nos leva a crer que estão acontecendo novos óbitos. A covid-19 está aumentando nossa tristeza, além do número de pacientes na UTI. A mortalidade é elevada, com UTI lotada automaticamente esse número sobe”, alerta o médico intensivista.

A carência por áreas multidisciplinares também é uma realidade. “Precisamos de fisioterapeuta e enfermeiro com especialidade em UTI, ou que tenha pelo menos experiência. E essas pessoas já estão trabalhando, ou no hospital privado ou público. Então montar uma equipe nova, do zero, é muito difícil porque todos os profissionais estão com a carga horária limitada”, acrescenta Bruno Ribeiro.

As UTIs estão sendo formadas por pessoas sem experiência em alta complexidade. “Estamos tendo que recrutar jovens, pessoas recém-formadas, ou com pouca experiência na área de UTI. Ou seja, uma equipe que não está tão preparada para lidar com esses casos pode influenciar no resultado final do tratamento. O paciente com Covid grave tem alta demanda de atenção durante 24h”, aponta o profissional.

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UTI exige força física e atendimento amplo 

Além de toda a capacitação técnica, os leitos de UTI exigem força dos profissionais de saúde. “A manobra de prona está sendo exigida cada vez mais. Tem que virar o paciente sem que nada que está nele saia do lugar, entre cateteres e tubos. Tudo isso exige experiência. É um procedimento muito delicado, que coloca o paciente de bruços. Imagine fazer isso com três de 10 pacientes, além do alto risco de contágio que exige muito do profissional. Todo dia estamos precisando fazer. Vem maqueiro, vem enfermeiro, vem todo mundo. É uma demanda muito grande e isso é apenas um detalhe”, pondera o médico Bruno Ribeiro.

Os pacientes apresentam diversas complicações que exigem atendimento complexo. “Tem a questão da hemodiálise. Muitos pacientes estão desenvolvendo problemas renais por conta da Covid-19. Uma unidade que precise cuidar só desse tipo de paciente necessita de pessoas com mais experiência”, finaliza o intensivista.

 

Fonte: Meio Norte

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