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PM acusado de matar mototaxista é solto e vai ao Tribunal do Júri no Piauí
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O policial militar reformado Raimundo Alves da Costa, suspeito de matar com quatro tiros o mototaxista Antônio de Sousa Rocha, de 78 anos, foi pronunciado para ser submetido a julgamento por júri popular em decisão do juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, divulgada no Diário de Justiça de quinta-feira (16).
O crime aconteceu no dia 10 de julho, na Avenida Maranhão, Centro da capital, e o acusado foi preso no dia 19 de julho. Na decisão judicial, o magistrado revogou a prisão do policial reformado e concedeu liberdade provisória a ele.
O juiz considerou que não havia fundamentos legais para manter a prisão do réu. Nesses casos, geralmente, leva-se em consideração se o réu não cometeu nenhum crime anteriormente, tem moradia fixa, não oferece perigo à sociedade e não pode atrapalhar o andamento do processo.
Embora em liberdade, Raimundo Alves da Costa deverá cumprir medidas cautelares como: residir no mesmo endereço declarado, devendo comunicar com antecedência à Justiça mudança de endereço.
“Sempre portar documentos pessoais e, quando for o caso, autorização de viagem e autorização de prorrogação de horário; comparecer a todos os atos processuais para os quais for intimado; não se envolver em nenhum outro delito e recolher-se ao seu lar, até as 20h”, diz a decisão.
O crime
Depois de ser preso pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Raimundo Alves da Costa confessou o crime e relatou que trabalhava com a vítima, mas depois ela se regularizou como mototáxi e ele não.
“A partir daí começou uma desavença entre os dois por causa de corrida, segundo o policial. No dia do crime, o suspeito disse que ficou no ponto do mototaxista e quando o outro chegou, começou a xingar ele”, contou o coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa, o Barêtta, ao g1.
Em seguida, ainda de acordo com o depoimento do acusado, os dois travaram uma luta corporal, o mototaxista pegou um pedaço de madeira e deu uma paulada na cabeça dele, que sacou a arma e atirou quatro vezes contra a vítima.
Família pede Justiça
No dia 14 de julho, amigos e familiares da vítima realizaram uma manifestação em frente ao DHPP, pedindo pela prisão do suspeito. O grupo soube da informação de que o suspeito do crime iria se entregar à polícia, acompanhado de um advogado, por isso todos foram até o local.
O suspeito acabou não comparecendo. A neta do mototaxista, Priscila Dourado, disse ao g1 que o avô já trabalhava no local – um ponto de mototaxistas na Avenida Maranhão, Centro/Sul da capital – havia 20 anos.
“A vida dele foi tirada de forma bruta, hostil e grosseira. Ele foi morto covardemente, com quatro tiros em regiões vitais, sem chance de defesa”, lamentou.
Segundo Priscila, os relatos de testemunhas são de que o avô acabou sendo morto porque teria agido como “fiscal”, ao presenciar outro mototaxista no local, que não estava em situação regular.
“Ele não queria impedir ninguém de trabalhar, mas também não queria que houvesse pessoas trabalhando como mototaxistas de forma irregular no local”, relatou.
Fonte: G1 Piauí | Foto: Gil Oliveira/TV Clube
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