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GERAL

Mais de 25 mil alunos estão sem aulas na UFPI há cerca de um mês

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Na manhã desta quinta-feira (10/09) os docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI), dos campis de Floriano, Teresina, Bom Jesus e Picos, realizarão um ato público na reitoria da instituição.

De acordo com o professor Marcos Antônio, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI), a intenção é de levar até o reitor as pautas da categoria. “A construção desta pauta local foi realizada por cada Comando Local de Greve. Este ato não é apenas simbólico, mas um ato reforçando o movimento grevista em prol da qualidade da educação pública em todos os seus aspectos”, disse Marcos Antônio.

Os docentes estão paralisados há um mês e nesse período as aulas estão interrompidas. O calendário acadêmico já está prejudicado.

SEGURANÇA
Uma das pautas que foi tratada com unanimidade pelos docentes, além das melhorias salariais e melhorias nas condições de trabalho, diz respeito à segurança dentro dos campis. O professor Marcos Antônio ressalta que houveram medidas tomadas pela UFPI junto aos órgãos da segurança pública, mas que as mesmas não foram repassadas para a comunidade acadêmica.

Marcos Antônio, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) (Foto: Manoel José/O Olho)

“A segurança é um desses pontos que é unânime para todos os campis. Vimos que a reitoria tratou com alguns órgãos públicos de segurança sobre medidas a serem adotadas dentro da instituição, mas, nós não sabemos de nada, e isso também deve ser tratado com os professores, com a classe, com os alunos, com os técnicos”, acrescentou.

Ainda na manhã de ontem (09), os docentes realizaram uma reunião onde avaliaram a contra proposta que foi apresentada pelo governo. ADUFPI garante que as propostas foram inconsistentes e que não há previsão de término para a paralisação.

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“Avaliamos a proposta que o governo fez e que é inconsistente e não atende os anseios da categoria. Deliberamos ainda e discutimos nossas pautas. Criamos um documento e vamos entregar hoje ao reitor. Além da questão nacional temos a questão local também, isso é bem específico. Temos problemas específicos, por exemplo, com os professores que estão nos colégios agrícolas do interior”, completou.

ESTRUTURA
A greve que já dura pouco mais de 30 dias no Piauí e mais de 100 dias no Brasil, afeta cerca de 25 mil alunos da UFPI. Entre os professores a adesão é de pelo menos 98% em todos os campis espalhados no Estado. Marcos Antônio lembra ainda falta o mínimo de estrutura física para que os alunos sejam atendidos com decência e possam realizar suas atividades normalmente. De acordo com ele, existe uma evasão de professores do ensino superior visto as condições de trabalho as quais são submetidos atualmente.

Mais de 25 mil alunos estão sem aulas na UFPI (Foto: Manoel José/O Olho)

“Falta estrutura mínima para você receber um aluno para uma orientação de iniciação científica, de mestrado, você não tem gabinete para desenvolver seu trabalho enquanto professor. Outro problema é a terceirização dos técnicos administrativos. Isso afeta nosso trabalho de forma significativa, porque eu não tenho um técnico concursado para me auxiliar numa prática, para montar um roteiro que será discutido com o aluno. O que eu tenho são pessoas que prestam esse serviço de forma precária, até porque eles não são treinados para isso, é um conjunto de situações que está desqualificando a profissão do professor. Estamos vendo uma evasão de professores, que estão abandonando a carreira e tentando recomeçar uma outra carreira. Isso porque o magistério superior não é atrativo para ninguém”, finalizou.

INTERIOR
O professor Geraldo Carvalho, do campis de Floriano, está em Teresina onde também participa do movimento grevista. Segundo ele, todos os campis do interior convivem com a mesma situação que o campis de Teresina.

Profesor Geraldo Carvalho, do campis de Floriano (Foto: Manoel José/O Olho)

De acordo com ele, os alunos que estudam no interior ainda são obrigados a conviver com a falta de assistencialismo, visto que quase 100% desses estudantes são vindo de fora do Piauí e necessitam de uma política assistencialista que seja mais efetiva. Por fim, Geraldo complementa destacando que falta professores efetivos também é outro problema que necessita de ajustes urgentes.

“A assistência estudantil é precária, porque a maioria dos alunos do campis são de fora da cidade e portanto exige uma contribuição maior por parte da UFPI. Temos ainda a insuficiência do número de professores. No curso de pedagogia, por exemplo, deveríamos ter 20 professores efetivos e só temos 17, outros nove são substitutos. Para um campus que tem nove anos de idade, metade dos professores é substituto, isso é inaceitável. Além de todas as pautas levantadas pela categoria vamos pedir ao reitor que abra as contas da Universidade. O governo cortou R$ 10 bilhões da educação. Qual será o impacto disso na UFPI? A comunidade precisa saber”, criticou.

 

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O Olho

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