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Alta dos preços no Piauí: veja lista de alimentos com maior impacto
O quilo do tomate pode chegar a R$ 9 reais em Teresina, segundo previsão na Nova Central Estadual de Abastecimento (Ceasa). O g1 fez um levantamento e listou os alimentos que terão o maior impacto nos preços devido ao reajuste nos combustíveis.
A previsão é de um impacto de pelo menos 15% no preço dos produtos, podendo resultar em um aumento de até R$ 2,00 no quilo de alguns dos itens, que já estão com preços elevados devido à alta inflação que o país enfrenta.
Listamos alguns dos alimentos com maior impacto nos preços. Confira:
- Cebola
- Pimentão
- Tomate
- Morango
- Kiwi
- Pera
- Maçã
- Tangerina
Na manhã desta sexta-feira (11), era possível encontrar o kg do tomate custando entre R$ 4,99 e 7,00; cebola entre R$ 5,00 e 8,99; pimentão entre R$ 2,00 e 5,00; cenoura entre R$ 6,99 e 9,00; maçã entre R$ 3,99 e 6,99; pera a R$ 9,00; morango a R$ 6,25 (valor médio da bandeja) e kiwi a R$ 9,00. A tangerina estava em falta.
O supervisor operacional da Nova Ceasa, Marcos Massaranduba, explicou que o aumento dos preços de frutas, legumes e verduras (FLV) é diretamente influenciado pelo reajuste dos combustíveis, porque o transporte é feito por caminhões e, no Piauí, cerca de 90% dos produtos vêm de outros estados.
Itens como a cebola e o pimentão, por exemplo, vêm de Santa Catarina. Algumas frutas, importadas, chegam pelo Porto de Santos, em São Paulo. “O frete é o que impacta. Abastece o caminhão, impacta no frete e o frete impacta diretamente no preço do produto”, explicou o supervisor.
“Então o que vem desses estados mais longes, do Sul e do Sudeste, vai ter um impacto maior do que o que vem de estados mais perto, do Nordeste, como Ceará, Pernambuco e Bahia”, completou Massaranduba.
A alta não preocupa apenas os consumidores, mas também os permissionários que atuam na Nova Ceasa. “É ruim porque o consumidor acha que quem está aumentando o valor somos nós, muitos não associam ao aumento dos combustíveis e do frete. A gente entende que fica caro para o consumidor, mas precisamos garantir o nosso”, desabafou Silvana Pinto Oliveira.
Rodrigo Alves de Sousa, que atua há cerca de 10 anos no local, disse ao g1 que o cenário é preocupante.
“A gente não sabe onde os preços vão parar. Todas as mercadorias que vendemos vêm de outros estados, a gente tem que arcar com o frete. O preço hoje ainda está normal, amanhã ninguém sabe”, relatou.
Guerra x preços
O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Piauí (Coreceon-PI), Fernando Galvão, explicou ao g1 que o reajuste nos preços dos combustíveis está ocorrendo em parte devido à Guerra na Ucrânia.
O conflito também envolve os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, que se comprometeram a fornecer armamento à defesa ucraniana contra a invasão russa.
“É um conflito regional, no leste europeu, mas que tem impactos globais, sobretudo na área de energia, tanto na produção de gás como na de petróleo. Gera incerteza, pois envolve potências econômicas com arsenal nuclear”, explicou.
Devido às incertezas geradas pelo conflito, o especialista afirmou que os agentes econômicos tentam se proteger, refletindo no mercado do petróleo. “Nisso de não conseguir olhar a longo prazo como as coisas estarão, já há um reajuste de preços no barril do petróleo que saltou de cerca de 90 dólares para bater mais de 130, encarecendo toda a cadeia”, afirmou.
O reajuste afeta tanto a produção, como a distribuição e, consequentemente, a comercialização de mercadorias. “Um problema é que, logisticamente, a movimentação de mercadoria no Brasil é, principalmente, por rodovias e a matriz energética desse modal de transporte é o diesel e a gasolina, então essa alta impacta a estrutura de custos das empresas”, disse.
O custo é repassado nos preços, chegando ao bolso dos consumidores. “Temos também a inflação, uma alta generalizada nos preços em um momento em que o país enfrenta grandes taxas de desemprego e ainda temos o rescaldo de uma pandemia”, relatou.
“A alta taxa de inflação baixa nosso teto de recuperação da economia no pós-Covid em 2022. São grandes implicações que tornam tudo mais difícil. É um cenário que está durando mais do que deveria. Com a mesma quantidade de dinheiro colocamos menos coisas no carrinho do supermercado, a população empobrece e temos perda de qualidade de vida”, pontuou o economista.
Fonte: G1 Piauí
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