POLÍTICA
Dilma e Aécio ousam ‘peitar’ Bonner e o Jornal Nacional; Globo cancela entrevistas
Dilma Rousseff e Aécio Neves se rebelaram contra as regras das entrevistas que seriam feitas com ambos na bancada do Jornal Nacional, na próxima semana.
PT e PSDB exigiram garantia de tempo mínimo para responder a todos os pontos que seriam levantados durante a sabatina, além de tentar mudar a configuração das entrevistas.
“A Globo comunica que, embora os candidatos tenham concordado em ser entrevistados pelo Jornal Nacional nos dias 20 e 21 de outubro, foram feitos pedidos quanto ao tempo e formato das entrevistas: postulava-se que a duração da entrevista excluísse o tempo das perguntas. Não foi possível se chegar a um acordo porque o tempo de produção do telejornal (excluídos os anúncios comerciais), com o horário eleitoral obrigatório, é, em média, de 21 minutos. Sendo assim, as entrevistas não se realizarão”, informa a nota oficial divulgada pelo canal.
Em linguagem popular, petistas e tucanos ‘peitaram’ William Bonner e a cúpula da emissora líder em audiência (e influência) do país. Sob pressão, a Globo decidiu cancelar as entrevistas.
Perde o canal, que deixará de ter o futuro presidente ou presidenta do país em participação exclusiva no JN, e perde também o telespectador-eleitor, por ter suprimida mais uma oportunidade de avaliar os candidatos.
A cúpula do jornalismo global não está acostumada com ‘insurgências’ desse tipo. O último episódio semelhante aconteceu em setembro de 2006, quando o então presidente Lula, candidato à reeleição, faltou ao debate promovido pela emissora. Ele comunicou sua desistência apenas três horas antes do início do confronto. Na época, William Bonner fez uma entrada ao vivo para lamentar a decisão de Lula.
É inegável que o enfrentamento das equipes de Dilma e Aécio está relacionado à repercussão das entrevistas realizadas com ambos no JN, em agosto. A postura contundente de Bonner e Patrícia Poeta surpreendeu os marqueteiros, o público e até a imprensa.
O estilo incisivo do apresentador gerou uma série de memes nas redes sociais. Ele chegou a ser chamado de ‘meu malvado favorito’, em referência ao filme de animação.
A petista e o tucano não tiveram a vida facilitada pelos âncoras do telejornal, que contestaram praticamente todas as respostas.
Quem sai ganhando com o rompimento entre o Jornal Nacional e os presidenciáveis é a Record. A emissora não poupará esforços para ter os candidatos em seu principal telejornal. Nem que para isso tenha que ceder às exigências rejeitadas pela Globo.
Fonte: Terra
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