Dois anos após tragédia, moradores do Parque Rodoviário, em Teresina, esperam reconstrução de casas

Elania Maria da Silva, de 37 anos, morava com a mãe, de 59, e com os filhos, companheiro e sobrinhos quando teve a casa atingida pela enxurrada em 2019. Desempregada, a mulher diz que as dificuldades que vivia com a família aumentaram após a tragédia e faz faxinas para conseguir se manter.

“Só mesmo com muita fé em Deus pra gente conseguir viver. A situação já não era fácil, mas depois dessa tragédia tudo piorou. Depois ainda veio a pandemia para atrasar mais ainda a construção das casas. Vou me virando. Faço faxinas, lavo e passo roupa para me sustentar ” disse.

A mãe de Elania, Maria Helena da Silva, de 59 anos, conseguiu receber o aluguel social, no valor de R$ 300 reais, pago pela prefeitura enquanto as casas não são reconstruídas.

“Minha mãe mora de aluguel com meus filhos e sobrinhos. Eu precisei ficar em outra casa, mas é perto dela. Nossa vida mudou muito. Só peço a Deus que tudo se ajeite logo e que a gente consiga ter nossa casa de novo”, contou.

A prefeitura de Teresina informou que o prefeito, Dr. Pessoa (MDB), assinaria na última segunda-feira (29), a ordem de serviço para construção de 63 casas no Parque Rodoviário, mas a assinatura foi adiada.

“Por precaução devido à possibilidade de aglomeração de pessoas, a prefeitura decidiu adiar a assinatura da ordem de serviço que iria ocorrer na segunda-feira (29). A nova data será informada com antecedência à imprensa”, comunicou a prefeitura.

Segundo a prefeitura, as construções serão viabilizadas através de recursos do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento voltado ao Setor Público) e estão orçadas em R$ 2,2 milhões.

“É um absurdo que após dois anos de tragédia essas famílias ainda não tiveram suas casas construídas. A prefeitura traz de volta à dignidade e qualidade de vida para essas famílias”, disse o prefeito Dr. Pessoa.

Um laudo elaborado pela Delegacia de Meio Ambiente e pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI) apontou que houve crime ambiental na tragédia do Parque Rodoviário, bairro da Zona Sul de Teresina.

Na época, a delegada do Meio Ambiente, Edenilza Rodrigues Viana, informou ao G1 que a empresa proprietária do clube poderia ser responsabilizada pela tragédia.

Fonte: G1