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Vila Pagã no Piauí contribui para preservação da natureza e de práticas religiosas politeístas

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Na Zona Rural do município de José de Freitas, a 48 km de Teresina, está localizada a Vila Pagã, um complexo de preservação ambiental e religiosa. Trata-se de ser um espaço onde é resguardada a cultura e a ancestralidade do Piauí.

“É um complexo de preservação tanto das tradições politeístas, como da cultura e ancestralidade do Piauí, e também da natureza. Nós estamos cercados pelo bioma da mata de cocais e, nesse local, encontramos várias referências à nossa cultura, ancestralidade, e sacralidade que, ao longo dos anos, foi perdida”, disse a fundadora da Vila Pagã, Rafael Nolêto.

Vila Pagã no Piauí preserva paganismo — Foto: Reprodução /TV Clube

Vila Pagã no Piauí preserva paganismo — Foto: Reprodução /TV Clube

A vila possui um templo onde são encontradas representações, sendo elas replicas ou adaptações, da religião piaga. Existe ainda, no local, a chamada “galeria dos encantados”, em que mitos nativos da cultura piauiense são evidenciados.

“São representações de mitos autóctones do Piauí. Alguns são encontrados em outras regiões, mas grande parte deles são nativos, que refletem parte da nossa identidade, da nossa sacralidade, dos nosso biomas. São eles: mãe d’água, curupira, caipora”, disse Rafael.

Estátua do cabeça de cuia — Foto: Reprodução /TV Clube

Estátua do cabeça de cuia — Foto: Reprodução /TV Clube

Tem também uma escultura do cabeça de cuia, um dos mitos mais importantes do estado. “Para nós que estudamos a origem do mito, ele é cultuado como encantado das águas. Com todo esse processo de colonização, onde os mitos dos nativos são demonizados, ele acabou assumindo esse papel mais feroz, mais monstruoso. Mas a gente exalta aqui esse lado de guardião das águas”, explicou o fundador.

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A vila possui dez membros consagrados. Há pessoas não somente do Piauí, mas de outros estados, como Bahia e Rio Grande do Sul. A advogada Eulália Rodrigues, uma das participantes, vai para a vila aos finais de semana com o objetivo de ter contato com o meio ambiente.

“Sou advogada de segunda a sexta-feira, já fui professora. A minha vida é bastante agitada, mexendo com processos e tudo, e uma forma que eu encontrei de manter esse equilíbrio é exatamente esse contato que eu tenho da natureza com a própria espiritualidade”, contou Eulália.

Outra frequentadora do local é Maria José da Silva. A mulher começou a ir para a vila acompanhada da mãe e, desde então, não deixou de participar. “É uma terapia cuidar das plantas. Eu cuido disso aqui com muito amor e carinho. Eu sempre cuido daquilo que me dão como missão para cuidar”, comentou Maria.

Vila Pagã no Piauí — Foto: Reprodução /TV Clube
Vila Pagã no Piauí — Foto: Reprodução /TV Clube

Paganismo como objeto de pesquisa

A Vila Pagã foi tema de uma pesquisa desenvolvida pela cientista social, Milena Rebêlo, que estuda o paganismo contemporâneo, um movimento social e religioso cujo objetivo é fazer reviver práticas de cultos pagãos antigos.
“Ter uma vila pagã aqui no Piauí é você pensar sobre a vida religiosa de um Piauí antigo. De você considerar as lendas, as estórias, os casos que nós ouvimos por aí por uma perspectiva pagã”, concluiu a pesquisadora.

Fonte: G1 PI / Foto: Reprodução /TV Clube

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