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MUNICÍPIOS

Mãe de Beatriz, morta em escola de Petrolina, anda 700 km em protesto pelo assassinato não desvendado da filha

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Após seis anos da morte da menina Beatriz, assassinada durante a formatura da irmã mais velha, num colégio em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, o caso ainda continua sem ser solucionado.

Beatriz Angélica Mota, foi assassinada com 42 facadas durante uma solenidade de formatura na escola particular Nossa Senhora Maria Auxiliadora, no Centro de Petrolina, em 10 de dezembro de 2015.

Desde então a família da criança busca por justiça. Os pais da menina Sandro Romilton e Lucinha Mota junto com apoiadores realizaram uma peregrinação onde andaram mais de 700 km em protesto pelo assassinato não desvendado da filha.

Os pais de Beatriz saíram em caminhada de Petrolina no dia 05 de dezembro, e atravessaram o sertão pernambucano, com destino até Recife, capital de Pernambuco, onde chegaram no dia 28 de dezembro, para se encontrar com o Governador do Estado, Paulo Câmara.

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A peregrinação da família foi acompanha por equipe do Fantástico, da Rede Globo. A Reportagem foi ao ar, no último domingo, 02 de dezembro.

À reportagem, Lucinha disse que já realizaram todos os tipos de manifesto nesses seis anos, e por isso precisavam de algo que realmente impactasse. Ela também criticou a atuação da polícia do Pernambuco.

“Foi tirado dela a vida, o maior bem precioso que ela tinha, seus sonhos, e a polícia de Pernambuco não deu a ela o mínimo, que seria um inquérito justo em que seus assassinos fossem presos, punidos, condenados”, disse Lucinha Mota, mãe de Beatriz

Para a família, algumas perguntas continuam sem resposta: Como uma criança pode ser morta numa festa com duas mil pessoas e não ter até hoje aparecido nenhuma testemunha? Por que algumas imagens das câmeras de segurança foram apagadas?

O secretário de Defesa Social do Estado de Pernambuco, Humberto Freire de Barros, disse que as imagens foram recuperadas. “Foi instaurado um inquérito para se apurar se foi intencional ou acidental no próprio manuseio. Esse segundo inquérito opinou pelo indiciamento de três pessoas, inclusive, com pedido de prisão, mas foi remetido a justiça e ao que consta até o momento não há denúncia dessas três pessoas indiciadas”, explicou.

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O secretário disse ainda que, houve dificuldades em momentos da investigação. “Houve também complexidades próprias de um crime desta natureza, em que você não consegue ter elementos que levem a suspeitos”, disse.

Na semana em que a família chegou a Recife, um perito que atuou no caso foi demitido. Ele era sócio de uma empresa que fez um projeto de segurança para a escola onde Beatriz foi morta, mas, por lei, servidores públicos não podem ser donos ou sócios de empresas. No caso do perito, inclusive, isso também caracterizaria um conflito de interesses.

O Colégio Auxiliadora disse, em nota, que o prédio tinha quarenta câmeras de segurança , mas nenhuma delas na quadra da festa. E, ainda, que não tinha conhecimento de que um dos sócios da empresa contratada para o plano de segurança era servidor público.

Lucinha Mota afirmou ainda na reportagem que polícia de Pernambuco errou no caso. “Errou e continua errando, a polícia de Pernambuco, sabotou o inquérito de Beatriz e agora está tendo a oportunidade de corrigir esse erro, mas escolheu simplesmente acolher, proteger os assassinos”, afirmou.

Depois do assassinato de Beatriz, Lucinha enfrentou uma depressão profunda e perdeu mais de 30 kg. Mas buscou forças e resolveu cursar faculdade de direito, para acompanhar as investigações.

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A caminhada foi planejada com antecedência, por pelo menos 10 meses. Lucinha e o marido, Sandro, paravam a cada 3 horas para se hidratarem e se alimentarem. A cada 8 km pelas estradas, trocavam curativos e cuidavam dos pés.

No dia 28 de dezembro, depois de 23 dias caminhando, a família chegou ao Palácio do Governo de Pernambuco e foi recebida pelo governador Paulo Câmara.

Os pais de Beatriz receberam a promessa de que o Estado vai apoiar a federalização do caso. Agora, fica à cargo Procuradoria de Justiça analisar e decidir se há elementos para que a polícia federal entre na instigação.

Investigação

As investigações para solucionar o crime prosseguem sob o comando de uma força tarefa formada por quatro delegados. O inquérito tem 24 volumes, 442 depoimentos e 900 horas de imagens foram analisadas. Em seis anos, a investigação passou pelas mãos de oito delegados e nada de concreto foi encontrado.

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Assista abaixo a reportagem completa do Fantástico:

Foto de capa: Rafael Vieira/ESP. DP FOTO\ Diário de Pernambuco

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