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JAICÓS | Moradores do Bairro João Melé convivem com a falta de energia; “O sonho ficou pela metade” diz

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O sonho de diversas famílias que residem no bairro João Melé, no município de Jaicós, ficou pela metade. Eles conseguiram alcançar o tão almejado objetivo de terem a casa própria, mas agora, convivem com outro problema: a falta de energia elétrica nas residências.

Mais de 20 famílias que moram no Conjunto Habitacional do Programa Minha Casa Minha Vida, situado no Bairro João Melé, enfrentam o drama de viver completamente às escuras. Elas precisam recorrer à lamparina ou lampião para iluminar as noites e não tem acesso aos simples direitos de tomar água gelada, assistir televisão e ligar um ventilador para refrescar o ambiente.

O morador Reinaldo da Vera, disse que faz três anos que espera a chegada da energia. “Faz três anos que a gente pede energia para cá e não conseguimos ainda, colocamos particular, mas não estamos conseguindo ligar para nossas casas, estamos todos no escuro. Os postes estão aí, com os cabos ligados e não conseguimos ligar” falou.

Ele disse que as famílias tem sofrido com o problema. “A gente fica muito triste, tem hora que venho aqui, mas nem a casa não abro, porque vejo o cabo ligado com energia e não posso ligar para minha casa. Tem as crianças que choram por causa das “muriçocas”, não tem uma televisão, um ventilador, nada” disse.

Cansados de esperar, os moradores se uniram e contrataram uma empresa de Picos para realizar a colocação dos postes e linha elétrica, mas mesmo assim, a Eletrobrás, não realizou a ligação. Segundo Reinaldo, eles gastaram cerca de 20 mil reais do próprio bolso. “Nós moradores combinamos, contratamos uma empresa de Picos, gastamos cerca de 20 mil reais. A energia tá ligada, mas a reclamação deles é que o transformador está longe. E nós não queremos esses postes, vamos doar para empresa, o que queremos é energia para nossas casas, mas mesmo assim não estamos conseguindo. Se não ligar, vamos ter que mandar a empresa tirar e repor o dinheiro pra gente. Nós gastamos, estamos vendo o sonho perto de casa e não podemos ligar” relatou.

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Dalvenisa da Silva, que reside no residencial há 4 anos, com o esposo e duas crianças, disse que é um grande sofrimento. “Faz 4 anos. É só no sofrimento, labutando com criança doente. Quando eles adoecem passo a noite toda “só afiada em lanterna, lamparina”. Sem água, aqui não tem, é comprada, já não tenho condição e o “dinheirinho” que pego é para comprar água e querosene para “alumiar”. Meu sonho era resolver essa energia, porque aqui é um sofrimento, até para beber água é colocando em uma “muringa corada”, porque a água é “mesmo que fogo” contou.

Eva da Costa, que tem dois filhos pequenos, diz que as crianças não gostam do escuro e sentem falta de uma televisão. “A casa já está pronta há quase 1 ano, mas só moro aqui há 1 mês, por causa da falta de energia. Tenho crianças pequenas, é ruim para morar aqui. É difícil, tenho que ir direto na casa da minha mãe, que é longe, minha geladeira fica ligada lá e o escuro também é sofrido, as crianças não gostam, sentem falta da televisão, querem assistir um desenho e não tem como. Meu sonho era ter energia, porque melhorava tudo pra gente aqui, mas o sonho ficou pela metade” disse.

Tatiely Silva, que mora no local há 1 ano e 7 meses com o marido e a filha pequena, disse que o pior momento é durante a noite. “É ruim, quando vim para cá minha menina tinha apenas 6 meses de vida. E a pior hora é a noite, tem dia que tem muito inseto e tem vezes que ela fica toda picada, já teve que ir ao médico por isso. A gente tem que ficar indo do outro lado buscar água, mistura, não tem como divertir a criança em anda. É sofrido, só moramos aqui por que não temos outra opção” falou.

Ela disse que o sonho é ter água e energia. “Meu sonho é que aqui pudesse ter pelo menos água e energia, iria melhorar em tudo, porque assim é complicado. E mais na frente, que seja um bairro como os outros, porque para ser dentro da cidade de Jaicós, para mim é uma vergonha” disse.

Moradora do residencial há 1 ano e 6 meses, Dominga Josefa, disse que são várias promessas, mas a energia não chega. “É algo difícil, não tem água, energia. No inverno é um sofrimento, porque fica cheio de bicho a noite. É só promessa e mais promessa e nada dessa energia chegar. Aqui são 2 crianças e dois idosos, minha mãe é doente, é difícil para nós. Meu sonho é que chegue energia e água, nós precisamos muito” destacou.

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José Fernandes, que mora no residencial há 2 anos e meio, disse que água e luz é um direito deles que está sendo negado. “O pobre hoje não tem direito nem a viver mais, porque isso aqui é um direito nosso, por lei, de onde a gente morar ter água e luz, é para isso que pagamos IPTU, mas não está servindo para nada, porque não temos ajuda aqui. Se comprar um frango tem que colocar todo na panela, porque não tem onde guardar, convivemos “na muriçoca”, sem luz, sem conforto nenhum” disse ele.

Um dos moradores ainda relatou que tem ido constantemente à cidade de Picos tentar resolver a situação com a Eletrobrás, mas sem sucesso. Ainda segundo ele, casas e terrenos já estão sendo vendidos, devido ao problema.

Obras inacabadas, cadeados trancados, lâmpadas apagadas, postes instalados, mas sem serventia alguma, e placas de venda que podem ser vistos ao longo do residencial, são as marcas do sonho de várias famílias, que ficou pela metade. E enquanto aguardam a regularização da situação, eles tentam driblar as dificuldades como podem.

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