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Piauiense denuncia machismo e xenofobia após ser agredida em Portugal

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Uma piauiense de 25 anos foi agredida nesse domingo (21) por dois homens na cidade de Póvoa de Varzim, no Norte de Portugal. Rafaela Silva, que é arquiteta e cursa mestrado na Escola de Engenharia da Universidade do Minho, levou um tapa no rosto, foi segurada e teve seu celular roubado depois de ter registrado as agressões.

Após um desentendimento no trânsito, Rafaela foi trancada por um carro em uma esquina por onde passava. Ao descer do veículo onde estava sozinha, a brasileira foi agredida no rosto por um dos motoristas.

“Desceram dois homens entre 45-55 anos com umas mulheres. Foi eu descendo do carro e levando um tapão na cara. O outro senhor me segurou e eu comecei a pedir ajuda, gritando por socorro mas as pessoas que passavam não me ajudaram, era como se nada estivesse acontecendo”, relembra a piauiense.

Ela diz que chegou a usar o telefone para filmar a agressão quando um dos homens tomou o aparelho e o entregou à mulher que estava com ele. “Eu cheguei a falar para a mulher: ‘Você é mulher, olha o que eles estão fazendo comigo’, e ela me olhou com uma cara de quem não podia fazer nada”, relata Rafaela.

Os suspeitos a agrediram e a xingavam usando a nacionalidade brasileira com tom pejorativo. Rafaela chegou ficar na frente do carro para impedir que levassem seu celular, ainda assim um dos suspeitos levou seu telefone com os registros da agressão.

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Com a placa do carro, a piauiense foi à polícia para registrar a ocorrência. “Quando fui a delegacia me disseram que ia demorar muito tempo, chegaram a me aconselhar a deixar para lá. Foi uma luta para fazer a queixa, eles fizeram corpo mole. Só depois que eu pedi muito. Perguntei a um dos policiais, que era casado, se ele aconselharia a sua esposa a fazer o mesmo. Ele disse que não”, conta.

Nessa segunda-feira (22), após registrar queixa, Rafaela passou por exame de corpo de delito em um instituto de medicina legal. “O que se espera agora é que esses homens sejam identificados e levados ao tribunal, que isso seja julgado. As pessoas tem que saber que isso acontece e não ter medo de denunciar”, diz a brasileira.

Xenofobia e machismo

Para Rafaela, o fato de ser mulher e estar sozinha, foram fatores que estimularam a agressão. “Se eu estivesse com meu namorado, nada disso teria acontecido. Não teria passado do bate boca. Era uma mulher, estava sozinha e o desfecho foi esse”.

A piauiense relata que o distrato a brasileiros em Portugal é mais comum do que se imagina. “A xenofobia é muito comum principalmente com mulheres. Ainda tem muito esse estigma de que mulheres brasileiras estão relacionadas à prostituição. Não sou só eu, têm inúmeras pessoas”, relembra.

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Rafaela ainda lamenta que a violência sofrida tenha afetado os seus estudos. Por abalo psicológico, a jovem perdeu uma semana de provas na universidade. Ainda assim, ela reconhece o apoio dos amigos, incluindo portugueses. “Em compensação estou tendo muito ajuda. Muita gente está compartilhando nas redes sociais. Tenho muitos amigos portugueses que acham o fato inadmissível. Já apareceram pessoas para ajudar, incluindo uma psicóloga que se colocou à disposição”.

Morando há mais de seis anos fora do Piauí, Rafaela conta que reação da família foi pedir que ela voltasse para o Brasil. “O primeiro impulso da minha mãe foi pedir pra eu voltar pra casa. Mas expliquei pra ela que isso poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo”.

Fonte: Cidade Verde

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