GERAL
‘Ela me agrediu verbalmente’, diz aluna que bateu em diretora de escola no Piauí
“Antes de eu agredir, ela me agrediu verbalmente”, foi o que relatou nesta terça-feira (12) a estudante que agrediu a diretora da escola estadual Firmina Sobreira na quarta-feira (6). Segundo a adolescente, a diretoria disse que ela não sofre de depressão e que estaria tentando “chantagear” as pessoas. Segundo o conselho tutelar, a garota tem a doença e faz tratamento.
“Um dia ela chegou pra mim e eu achava que ela ia me dizer algo que me confortasse, ela disse que eu não tinha depressão, que era tudo para chantagear as pessoas. Ela disse que ouvia as pessoas falando de mim como louca, e que os piores sentimentos que sentiam por mim era pena. O que ela me falou me deixou muito magoada, como se eu tivesse levado pontos e não estivesse sarando”, declarou a jovem.
A adolescente contou sobre a agressão dizendo que fez isso porque, segundo ela, as palavras da diretora também a teriam agredido. Ela participou nesta terça de uma audiência na Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM), com seus pais e conselheiros tutelares. O G1 tentou contato com a diretora da escola, mas não teve as ligações atendidas. No local, a diretora também não foi encontrada.
Representantes do conselho tutelar classificam as duas partes como vítimas da falta de mecanismos do estado para atender um caso como o da adolescente, que é reincidente.
A conselheira tutelar Lucileide Magalhães contou que a estudante chegou a relatar que professores tinham receio de se aproximar dela. Lucileide disse ainda que após o primeiro incidente envolvendo a estudante, a diretora teria declinado o apoio oferecido pelo conselho tutelar, que disponibilizaria um profissional para acompanhar a adolescente na escola.
“Quando colocamos uma criança ou adolescente na escola, nós acompanhamos, mas cabe à diretoria enviar relatórios e isso não aconteceu. Se essa medida tivesse sido tomada, com certeza teríamos até evitado essa situação”, afirmou a conselheira tutelar.
A adolescente contou ainda que estava sem conseguir fazer o tratamento, pela falta de remédios. O conselho tutelar já havia declarado que a falta de acompanhamento, junto ao sentimento de rejeição que ela sentia na escola, podem ter disparado um “surto” agressivo por parte dela.
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