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Vice-reitor na UFPI bate-boca com estudantes durante protesto pela volta das aulas presencias

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Estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (15), em frente à reitoria da instituição no campus Teresina, para pedir o retorno presencial das aulas presenciais. Durante o protesto, o vice-reitor da UFPI, Viriato Campelo, teve um bate-boca com algumas alunas que participavam do ato. 

As imagens mostram que a discussão iniciou quando o gestor foi questionado sobre a implantação do período letivo de 75 dias na universidade. Uma aluna indaga: “tem condição de fazer um período letivo em 75 dias?” e Viriato afirma que sim. A estudante pergunta aos demais manifestantes: “quem reprovou porque teve 75 dias de período letivo? Eu reprovei, foram 75 dias de período letivo corridos, não tem condição, me desculpa me exaltar”.

Em seguida, o vice-reitor afirma: “vai para outra universidade…(inaudível)”. Outra estudante responde: “você não pode falar para ninguém sair da UFPI não, você não tem esse direito”.

O vice-reitor nega que tenha mandado a aluna embora da universidade. “Não, eu não mandei. Você está ouvindo errado. Você tem que procurar as outras universidades, as outras universidades estão dando 75”, falou Viriato aos discentes.

Vice-reitor da UFPI bate-boca com estudantes em protesto — Foto: Reprodução

Vice-reitor da UFPI bate-boca com estudantes em protesto — Foto: Reprodução

Os estudantes realizaram a manifestação para reivindicar uma série de demandas como o retorno gradativo das aulas presenciais – a partir da implantação do ensino híbrido – , participação de um representante estudantil nas comissões que debatem o retorno presencial, transparência sobre o calendário acadêmico e melhor comunicação da administração superior, propostas bem definidas de biossegurança e promoção de debates sobre mobilidade.

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“Entendemos que é necessário um projeto que gradualmente sinalize e disponibilize o ensino totalmente presencial, acreditamos que o ensino híbrido é uma maneira de construirmos esse retorno e que a discussão sobre o retorno não se encerre por aí, que ela seja permanente com toda a comunidade acadêmica. E os estudantes precisam ser escutados, dados recentes da PREG demonstram que na pesquisa realizada pela Universidade, onde 8,386 ou seja 39,4% dos estudantes, tendo em vista que atualmente na UFPI temos 21.299 alunos, 62,2% (5.216) são favoráveis ao retorno, por isso reivindicamos um projeto que nos caiba e que participemos dele”, informou o movimento estudantil através de nota. Confira parte da carta de reivindicação dos alunos ao fim da reportagem.

Em entrevista à rádio Clube News, o vice-reitor Viriato Campelo informou que foi abordado pelos estudantes na manhã desta quarta no momento em que concedia uma entrevista a uma emissora de televisão. Ele explicou que o próximo período letivo está marcado para iniciar no dia 7 de fevereiro de 2022 e que as aulas serão presenciais.

“A universidade trabalha intensamente, desde outubro, para o início das aulas no dia 7 de fevereiro, presenciais. Eu expliquei para eles que nós estamos trabalhando nesse sentido, mas a universidade trabalha através de conselhos. Tem os departamentos, cursos, centros, áreas administrativas, então nós estamos trabalhando em conjunto”, disse o gestor.

Sobre o período letivo ter somente 75 dias ao invés de cinco meses, o vice-reitor explicou que a medida tem como objetivo normalizar o calendário acadêmico da UFPI. “Nós estamos fazendo adequações nos semestres. Por exemplo, o semestre que vai começar em fevereiro de 2022 ainda é o segundo semestre de 2021. Estamos atrasados e precisamos avançar. Por isso, estamos fazendo os semestres não em cinco meses, mas em 75 dias úteis”, afirmou.

Confira a nota dos manifestantes:

Diante dos fatos expostos, sabemos que os desafios são grandes, em meio aos cortes, e falta de transparência de planos que permitam pensar um retorno seguro, nós, os estudantes da UFPI, não desistiremos do nosso sonhado futuro, e para que ele ocorra, é necessário medidas que enfrentem diretamente as dificuldades do nosso ensino. Por isso, estamos pensando e repensando coletivamente alternativas para que consigamos superar um modelo de ensino remoto e retomemos qualitativamente para o ensino presencial.

Para isso entendemos que é necessário um projeto que gradualmente sinalize e disponibilize o ensino totalmente presencial, acreditamos que o ensino híbrido é uma maneira de construirmos esse retorno e que a discussão sobre o retorno não se encerre por aí, que ela seja permanente com toda a comunidade acadêmica. E os estudantes precisam ser escutados, dados recentes da PREG demonstram que na pesquisa realizada pela Universidade, onde 8,386 ou seja 39,4% dos estudantes, tendo em vista que atualmente na UFPI temos 21.299 alunos, 62,2% (5.216) são favoráveis ao retorno, por isso reivindicamos um projeto que nos caiba e que participemos dele.

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Por isso, apresentamos a seguir algumas premissas básicas:

1. Participação da representação estudantil nas comissões que debatem o retorno das aulas;

2. Transparência sobre o calendário acadêmico e melhor comunicação da administração superior sobre da UFPI e sobre os posicionamentos, via os canais de comunicação;

3. Responsabilização da Administração Superior sobre a formulação do calendário híbrido para todos os cursos e responsabilização sobre as aulas práticas para os cursos que precisam de práticas;

a) Flexibilização das regras e do calendário acadêmico.

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4. Garantia de direitos de Permanência e Assistência Estudantil;

a) Garantia e Manutenção do RU com o valor de 80 centavos;

b) Garantia de Residência Universitária para os alunos que necessitam dessa assistência.

c) Busca ativa dos estudantes e oferecimento de políticas de permanência nas universidades, específicas para o processo do retorno presencial;

d) Manutenção, ampliação e correção das bolsas de assistência e permanência estudantil.

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5. Proposta bem definidas de Biossegurança;

a) Manter uma rotina de comunicação eficaz entre a comunidade acadêmica, com a divulgação de informações a respeito da Covid-19 de forma nítida e acessível;

b) Uso obrigatório e disponibilização regular de máscaras (modelo PFF2) para todos(as) os(as) professores(as), estudantes, servidores(as) técnico-administrativos(as), colaboradores(as), fornecedores(as), motoristas e trabalhadores(as) em geral;

c) Higienização frequente das mãos, com disponibilização de álcool 70% em locais compartilhados e alocação de tapetes sanitizantes;

d) Ventilação adequada nas salas de aula e espaços compartilhados;

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e) Limpeza e desinfecção frequente dos ambientes, utensílios e equipamentos compartilhados, usando os produtos orientados pelos órgãos competentes;

f) Limitação da taxa de ocupação dos restaurantes universitários e/ou locais de alimentação e com os horários de refeição ampliados;

g) Monitoramento constante do quadro epidemiológico da comunidade acadêmica, com testagem em massa da comunidade universitária;

h) Vacinação obrigatória para todos os membros da comunidade acadêmica, para frequentar as atividades presenciais, por meio de comissão específica, que também se delega a função de elaborar maiores flexibilizações.

6. Debate sobre Mobilidade, como por exemplo o Transporte Público em Teresina.

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a) Garantia de um deslocamento com transporte seguro, com as medidas sanitárias necessárias.

b) Participação ativa nas mobilizações sobre o transporte público e proposição para efetivação do funcionamento do transporte.

Os estudantes da UFPI não abrirão mão de fazer parte das decisões, e nenhuma decisão deve ser tomada de maneira precipitada, sem consultas prévias à comunidade acadêmica e em seu devido tempo de planejamento. O sucesso em um retorno presencial seguro e positivo só será possível por meio do respeito à vida, à ciência, à autonomia universitária, à educação e assegurados por intermédio da nossa responsabilidade coletiva.

Fonte: G1 PI

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