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Investigação conclui que marido tentou forjar suicídio de jovem assassinada diante da filha em Teresina

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A Delegacia de Feminicídio concluiu a investigação sobre a morte de Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos, e indiciou o marido dela, Eliésio Marinho da Silva, tanto pelo assassinato como por crime de fraude processual. Segundo a Polícia Civil, o homem tentou fazer parecer que Kamila havia cometido um suicídio.

Kamila Carvalho do Nascimento foi encontrada morta com um tiro na cabeça em sua residência na madrugada do dia 20 de outubro de 2023. Ela foi encontrada morta no quarto com um tiro na região da cabeça, segurando uma faca na mão esquerda. Além disso, havia uma arma de fogo próxima ao corpo.

Segundo a Delegada Nathalia Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a faca foi colocada na mão da vítima, e o tiro que a matou foi disparado de uma distância maior do que seria possível se ela mesma estivesse segurando a pistola. 

O suspeito pelo crime é o marido de Kamila, Eliésio Marinho da Silva. Ele foi preso três dias após o crime, e continua preso por mandado de prisão preventiva (decretado para evitar que ele pudesse atrapalhar as investigações), que foi prorrogado durante o inquérito.

A investigação o indiciou pelos crimes de homicídio, qualificado como feminicídio e por ter sido cometido diante de uma criança (a filha do casal). Ele também foi indiciado por fraude processual, pela tentativa de tentar ludibriar os investigadores.

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Reprodução simulada do crime

Empresário é indiciado por feminicídio e fraude processual

No dia 28 de novembro, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o Instituto de Criminalística realizaram uma reprodução simulada da morte de Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos. A jovem foi encontrada com um tiro na cabeça dentro de casa, em outubro deste ano, na cidade de Teresina.

O resultado dessa reprodução foi o laudo pericial em que foi descoberto que o homem teria tentado forjar o suicídio.

Segundo a delegada Nathalia, a perícia observou três questões que corroboram para a tese de que o suicídio foi simulado:

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  • Empunhadura da faca na mão da vítima: Kamila não teria como empunhar a faca da forma como estava no momento em que atirou em si própria. A empunhadura não era compatível com a posição da vítima, e teria sido colocada na mão após a morte.
  • Distância entre a arma e a vítima: Um tiro disparado contra a própria cabeça, por conta da curta distância, deixaria diversos vestígios na vítima, como restos de pólvora ou queimaduras na pele. A perícia, no entanto, constatou que o tiro que a matou foi disparado de uma distância maior do que seria possível se ela mesma estivesse segurando a pistola. Testes feitos com a mesma arma e munição demonstraram que ela sofreria os efeitos secundários ao tiro mesmo com a arma a 40 centímetros do rosto, distância ainda superior ao tamanho do braço dela, mas a vítima não apresentava nenhuma marca ou vestígios.
  • Manipulação do corpo da vítima: A perícia constatou que houve mudanças na posição da cabeça e de membros do corpo de Kamila após a morte. Além disso, o suspeito teria relatado que conseguiu ver o buraco produzido pelo tiro na cabeça da vítima. “Mas ele não teria como ver esse buraco se não tivesse movido o corpo dela”, explicou a delegada Nathália.

Tiro foi disparado a longa distância

DHPP investiga caso de mulher encontrada morta em casa com tiro na cabeça na Zona Norte de Teresina — Foto: Reprodução

DHPP investiga caso de mulher encontrada morta em casa com tiro na cabeça na Zona Norte de Teresina — Foto: Reprodução

O caso foi tratado inicialmente como um possível suicídio, conforme relatos do próprio marido. No entanto, o laudo cadavérico apontou que o tiro foi disparado a longa distância. Ou seja, o laudo indica que a própria vítima não poderia ter disparado o tiro.

“Um dos fatores que levaram à [prisão] temporária dele foi justamente que o laudo cadavérico da vítima mostrou que o disparo foi a longa distância e não a curta distância como ele teria relatado”, explicou a delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do DHPP, responsável pelo caso.

Entenda o caso

Kamila Carvalho do Nascimento foi encontrada morta com um tiro na cabeça em sua residência na madrugada da última sexta-feira (20), no bairro Nova Brasília, Zona Norte de Teresina. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por meio do Núcleo de Feminicídio.

A Polícia Militar do Piauí (PM-PI) tomou conhecimento do caso após ser acionada, por volta de 2h, pelo advogado do marido da vítima.

“Quando a polícia chegou, a mulher foi encontrada morta no quarto com um tiro na região da cabeça, segurando uma faca na mão esquerda. Além disso, havia uma arma de fogo próxima ao corpo. Na residência se encontravam o advogado do marido da vítima e a filha do casal, de 2 anos”, informou o delegado Francisco Costa, o Baretta, coordenador do DHPP.

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A pistola encontrada próximo ao corpo de Kamila, segundo a Polícia Militar, estava com o gatilho travado.

Fonte: G1

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