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Bocaina

Conheça os gansos “Chico” e “Beethoven” que gostam de passear e são amigos fiéis de seus donos; fotos e vídeos

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Ao longo do tempo muitos ditados populares, mitos, entre outras colocações são conhecidas pela humanidade. Uma delas é que os animais são irracionais. Mas será que são mesmo?

Atitudes e comportamentos dos animais deixam criadores, profissionais da psicologia e até mesmo da medicina veterinária bastante perplexos. O termo “animais irracionais”, já foi muito falado também nas escolas.

Sobre o assunto, os gansos “Chico” e “Beethoven”, residentes nas cidades de Bocaina e Picos, respectivamente, por meio de suas atitudes e comportamentos, revelam que racionalidade e sentimentos podem existir em outros seres vivos que não seja apenas no homem.

No tocante, alguns profissionais, tanto da Psicologia quanto da Medicina Veterinária apresentam seus pontos de vista sobre racionalidade animal, mas primeiro, vamos conhecer um pouco de cada ganso e logo depois o que pensam os profissionais sobre o assunto.

Bocaina

Na zona rural de Bocaina, o ganso Chico acompanha seu dono em todas as direções. Na sua roça, se o dono, Edmar Barros, está regando as plantas o Chico certamente estará a seu lado. Quando ele vai para dentro de casa, o Chico também quer entrar. “É muito sabido. Ele é o chefe aqui”, disse Sandra Barros, esposa de Edmar.

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Fiel companheiro e protetor, Chico tem ciúmes de seu dono. “Belisca todo mundo que chega perto de Edmar. É um ciúme danado que ninguém pode nem chegar perto”, contou Sandra.

Superação

O Chico é um ganso que foi adotado ainda bebê há aproximadamente 20 anos. Em sua companhia, tinha uma gansa, uma companheira, que morou junto por todo esse tempo e fez muita falta quando faleceu. Por conta de sua morte, Chico apresentou um quadro depressivo. A depressão foi revertida aos poucos, quando a família passou a residir na roça há sete meses, como forma prevenção no isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus.

“Ano passado foi acometido por uma depressão após perder a companheira de afeto”, disse Sandra.

Edmar relatou que o Chico era manso apenas com ele. “Só pegava nele eu. Toda vida sempre fiz carinho tentando amansar, mas depois que ele ficou viúvo quando perdeu sua parceira, começou a se apegar mais comigo durante esse período de pandemia quando vimos para cá”, disse chamando o Chico.

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Para a reprodução os gansos constroem seus ninhos próximos a locais com água, tipo lagoa. “Eles fazem os ninhos e só põem os ovos lá”, contou Edmar.

O ganso também age como vigia que anuncia logo quando há presença de pessoas. Edmar também relatou que durante a noite, o Chico rodeia a casa como se tivesse vigiando sempre a cantarolar.  É possível perceber os sinais de aviso do Chico logo ao se aproximar da propriedade rural da família, além dos cães de guarda.

Chico é um apreciador da música e do “barulho”. Edmar disse que em momentos quando demais familiares chegam e ligam o som de seus carros, o ganso fica perto. Quando a música para de ser tocada ou o som é desligado, o ganso logo começa fazer barulho como se estivesse pedindo música ou a ligação do aparelho.

Picos

Em Picos a história do Beethoven é um tanto semelhante com a de Chico em Bocaina e também com os seres humanos, pois ele gosta de passear com seus donos Paulo Silva e Fernando Silva. A família o tem como membro, um filho.

O Beethoven até na adoção tem algo em comum com Chico. Foi adotado pela família quando morava ainda em Itainópolis com sua irmã que formava o casal. No entanto, ela foi morta por um predador e assim deixou Beethoven solitário.

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Com isso Fernando e seu pai Paulo, trouxeram o ganso para morar em casa, na cidade de Picos O interessante é que o animal se adaptou a vida urbana. Em sua rotina diária a ave acorda às 05 horas da manhã.

Após despertar, começa a bicar a janela do quarto de Seu Paulo, dando sinal que quer sair e passear, como se fosse uma pessoa que chega em uma residência batendo na porta. Ao abrir a porta, logo o voo rasante até o encontro de Paulo. Como sinal de satisfação abre as asas ao saber que vai ter acesso ao lado de fora.

Membro da família, compartilha também das refeições da manhã e adora comer cuscuz com leite. Em sua alimentação saboreia, além do milho e cuscuz, algumas frutas como a melancia e, no prato de vegetais, os capins.

Beethoven passeia com seus donos pela rua, pela praça e também vai aos supermercados. Em todos os trajetos sempre há o cuidado com o trânsito e o ganso consegue identificar quando pode ou não atravessar a rua. Fernando disse que ele passou a andar com o ganso de forma natural.

“Tudo começou de forma natural. Primeiro íamos até esquina. Depois passei ir até o outro lado do quarteirão e assim ele começou a me seguir sempre”, relatou. “Só anda com ele, eu e papai”, disse Fernando. “Lá no supermercado quando vem as atendentes, Beethoven fica com ciúmes e quer avançar nas meninas”, contou. sorrindo.

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Paulo Silva ou Paulo do IBGE, 86 anos, afirma que o animal gosta de ouvir música e quando o rádio é desligado se sente incomodado. O sinal de insatisfação: suas bicadas na perna de seu Paulo que denunciam não ter gostado da sua atitude em ter desligado o aparelho.

Outra insatisfação do Beethoven é quando está na rua durante passeio e Paulo está em conversa prolongada  com alguém. Como sinal que não está gostando, logo começa a bicar as pernas do seu dono.

Paulo declarou que o aprendizado do animal aconteceu de forma natural e que não houve nenhum tipo de adestramento. Principalmente no tempo quente o Beethoven não perde um banho em sua banheira.

Dona Emília esposa de Paulo disse que o Beethoven já tentou acesso à cama do casal, mas ainda não teve êxito.

Paulo completou contando que o ganso por sua habilidade e simplicidade atrai frequentemente a atenção de muitas pessoas. Crianças, jovens e adultos fazem de tudo para agradar o Beethoven.

“Na praça tem um rapaz que vende milho assado e toda vez que passamos por lá ele debulha uma espiga e dá para o Beethoven comer”, contou.

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Muito admirado, propostas valiosas já surgiram para o Beethoven. Seu Paulo revelou que já apareceram pessoas propondo comprar o animal oferecendo quantia de até R$ 10 mil reais. “É um membro da família. Não vendo por nada. Todo mundo daqui de casa gosta dele”, defendeu.

Susto

Em um certo dia quando passeavam pela rua, Seu Paulo tomou um grande susto ao ver o ganso sendo atropelado por uma motocicleta. “Quando o motoqueiro atropelou e ele ficou batendo asas eu gritei: Meus Deus do céu!”, declarou afirmando que a reação no momento foi imediata. “Logo pensei: matou ou quebrou as pernas, mas graças a Deus não houve nada grave”, complementou.

O que pensam os profissionais da Psicologia e da Medicina Veterinária?

A psicóloga, Zélia Santos, fala sobre o comportamento animal e dá seu ponto de vista quanto a questão de raciocinar ou não. Para ela, os animas são dignos de aprendizados.

“Cientificamente eu não tenho esse conhecimento de que os animais raciocinam. Tenho animais e vejo que devido a repetição de movimentos eles agregam saberes e desenvolvem muitas ações até mesmo intrigantes. Muitas vezes queremos entender várias atitudes que os  nossos animaizinhos têm diante das situações que eles são colocados”, disse destacando o teórico Skinner que trabalha o comportamento. “Até então não temos a comprovação. No entendimento e no lidar momentaneamente, a gente observa que existe muita sabedoria dentro desse aprendizado”, concluiu Zélia.

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O médico veterinário e especialista em Saúde Pública, Dr. Jonnes Barros, destaca que animais como cães, elefantes, golfinhos entre outros, apresentam muitas formas de comportamento, habilidades, sentimentos, instintos, e que existem assertivas da Ciência em relação ao poder cognitivo dos animais, ou seja, poder de memória.

“Os animais têm um linguagem entre eles e muitas vezes transfere para alguém. Temos história de cachorro que acompanhou até o cemitério seu dono quando faleceu e permaneceu indo por vários dias a espera dele”, citou.

Em relação ainda aos animais domésticos, foi ressaltada algumas raças de cães como pastor alemão, labrador, pequinês, golden. “Eles se apegam demais ao ponto de sentirem os problemas de seus donos”, explicou. “Lá na casa de meu pai tinha dois cães e o mais velho era muito ligado. Quando meu pai faleceu, o cachorro ficou em baixo do caixão. Com uma semana depois, o cachorro faleceu”, contou.

Dr. Jonnes destacou também o elefante, que possui poder de memória aguçada. “É um animal que tem poder muito grande de memorizar as coisas. Aprende facilmente. O elefante quando é criado no habitat, ele sabe quando vai morrer e passa a procurar um lugar onde espera a morte”, destacou.

No tocante, os animais aquáticos como golfinhos, de acordo com o médico veterinário, possuem comunicação dentro de sua própria família e não se misturam com outras famílias que estejam por perto. “Os golfinhos são muito inteligentes. Aprendem fácil e têm também uma afinidade muito grande com o ser humano”, pontou.

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Segundo Jonnes, os animais têm um poder muito grande de cognição, ou seja, memorização. “Quando se fala nessa questão de raciocínio é referente a certos domínios que eles não têm e são ensinados”, esclareceu acrescentado. “Muitas ações no meio deles tratam-se de instinto, seja de defesa ou sobrevivência. Como exemplo quando adentra em uma mata e a cobra ataca é porque ela acha que você está invadindo o habitat dela. Isso ocorre mais por questão de defesa”, concluiu.

Membro da Associação Brasileira de Especialistas em Zoonoses, Dr. Jonnes Barros, concordou com a colocação de que a racionalidade animal difere da racionalidade humana.

Veja abaixo vídeos e fotos dos gansos “Chico” e “Beethoven”


Vídeos do Chico

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Veja os vídeos do Beethoven 

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Veja fotos do ganso Chico e logo em seguida fotos do Beethoven

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Veja abaixo fotos do ganso Beethoven


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