Distúrbio cerebral raro faz aluna piauiense ler e escrever de cabeça para baixo

“É um transtorno raro na formação da imagem. Na verdade a gente enxerga de cabeça para baixo, mas o cérebro inverte, deixando a imagem na direção correta, o que não acontece nesse caso”, informou o neurologista Raimundo Feitosa Neto.

No caso de Sandra, 16 anos, ela escreve e ler de cabeça para baixo. Para realizar outras atividades, como digitar no teclado do computador, manusear o celular entre outras, ela faz normalmente. Ela explicou que a habilidade a acompanha desde a infância.

“Eu sempre escrevi de cabeça para baixo. Meus professores já tentaram ver ser eu conseguiria escrever normal, mas eu não consigo. Quando os professores pedem pra eu escrever no quadro, por exemplo, não fica legível”, disse.

Na escola, a estranheza dos colegas é natural, mas que não é algo que atrapalhe a aluna no rendimento escolar. “Meus colegas olham admirados e perguntam como que eu consigo fazer isso. Ficam inconformados. Mas eles me tratam normalmente, inclusive meus professores”, falou.

Quem garante é a diretora, Márcia Rodrigues. Segundo ela, a estudante faz parte de um alunado que estuda no ensino regular da escola, sem nenhum auxílio especial.

“Na verdade, ela não tem nada de diferente. A Sandra faz parte do primeiro ano regular, em uma sala com mais de 30 alunos e todos são normais, sem nenhuma especialidade. Ela acompanha o ritmo de todos. É inusitado, mas nada que possa atrapalhar seu rendimento”, reforçou a professora.

A dona Maria do Carmo, mãe da jovem, acredita que a filha tem um dom e que nunca precisou ir a um especialista da saúde para descobrir o fenômeno, pois a garota não aparenta ter necessidades especiais.

“Desde criança que ela escreve e ler assim, com tudo de cabeça para baixo. Os professores tentaram mudar, mas nunca conseguiram. Pra mim é um dom, porque ela escreve bem e tem a letra bonita, apesar desse modo dela. Nunca procurei um médico, porque ela é normal e o dom dela não prejudica em nada. Só me preocupo com a coluna dela. Ela força muito as costas e sente dores devido a posição”, disse a mãe de Sandra

Especialistas explicam que os olhos processam a cena normalmente, mas o cérebro entende de maneira diferente.