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Banco dos cocais: moeda própria do Piauí movimenta mais de R$ 7 milhões e bate recorde em 2021

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O Banco do Centro de Organização Comunitária e Apoio à Inclusão Social, ou Banco dos Cocais, em São João do Arraial, município a 146 km de Teresina, bateu recorde de movimentação em 2021, com R$ 7.299.586,96 milhões. O valor representa pelo menos 20% de toda a quantia movimentada no município, que possui uma moeda própria, o cocal.

Para o coordenador do Banco dos Cocais, Mauro Rodrigues, o estabelecimento é o principal responsável por alavancar a economia local. Antes da sua criação, em dezembro de 2007, moradores de São João do Arraial precisavam se deslocar até Esperantina, município vizinho, para ter acesso a uma agência bancária.

Em seus dois primeiros anos, o banco movimentou o equivalente a R$ 3 milhões. O número é crescente desde então. Em 2019, a movimentação chegou R$ 5.310.735,18 milhões e, em 2020, o saltou para R$ 6.938.387,18 milhões.

“Nosso banco tem se mantido e busca melhorar a cada dia. Esse foi o maior valor movimentado desde a criação. Durante esses anos, o cocal deu maior visibilidade ao município, aos produtos regionais. O setor comercial se expandiu, são muitos novos empreendimentos. É claro que outros fatores também contribuíram pra esse aumento no número de estabelecimentos, mas a gente fortemente atribui parte dele ao banco, à nossa moeda”, contou o coordenador.

Além do Banco dos Cocais, a região conta apenas com correspondentes bancários como loterias e postos de atendimento rápido do Bradesco. Ao g1, a prefeita Vilma Lima (PT) destacou que o estabelecimento comunitário possibilita o acesso aos benefícios sociais, como o Bolsa Família, e o pagamento de diárias dos trabalhadores que ofertam serviço terceirizado para a Prefeitura.

“O cocal é a base da política de finanças do município. Através do fomento de ações voltadas à economia solidária, o Banco dos Cocais atua na regulação da moeda local, no fornecimento de linhas de crédito, financiamento habitacional. Oferece assistência financeira e jurídica à população. Hoje é um projeto consolidado, que serviu de modelo a outros bancos comunitários”, comentou a prefeita.

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“O cocal propiciou a alavancagem da economia local em uma velocidade maior do que seria o crescimento natural. Ao restringir parte da economia local no cocal, a circulação levou ao fomento do comércio local, criou um ciclo de benefícios mútuos entre comércio e consumidores. Hoje ainda representa próximo de 20% da economia local, com base no levantamento de dados extraoficiais da Prefeitura”, esclareceu o Secretário de Administração e Finanças do município, Carlos Nascimento.

Para estimular a aceitação e o uso da moeda local entre moradores e comerciantes, a organização financeira comunitária oferece descontos de R$ 1. Ou seja, se um produto, por exemplo, custa R$ 10, pagando com o cocal, custará C$ 9.

São João do Arraial, no Piauí, possui uma moeda própria, o 'cocal' — Foto: Arquivo Pessoal

São João do Arraial, no Piauí, possui uma moeda própria, o ‘cocal’ — Foto: Arquivo Pessoalhttps://9ca73cac44b35bc4ef41ea4853813dac.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

moeda dispõe de cédulas nos valores de C$ 0,50, C$ 1, C$ 2, C$ 5 e C$ 10. As notas, produzidas pela Rede Brasileira de Bancos Comunitários, são estampadas com ícones da cultura e economia local e possuem um selo que dificulta sua falsificação.

“Nossas notas são complementares, por isso têm valores menores. Se você compra algo por R$ 100 e entrega uma nota só, você recebe o troco facilmente. Uma moeda social com limites baixos favorece a circulação de mais notas”, explicou o coordenador do Banco dos Cocais.

A população de São João do Arraial, em julho de 2021, foi estimada em 8.085 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o comerciante Gildásio Portela, a moeda local beneficia, além dos conterrâneos, trabalhadores de cidades vizinhas.

“Devo dizer que a moeda do cocal aqui é muito bem aceita. Inclusive, nessas cidades vizinhas, alguns comerciantes também aceitam ela. No Banco dos Cocais, já fiz um empréstimo, paguei, renovei. A gente paga os boletos, faz depósito, faz tudo, graças a Deus”, completou.

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Fonte: G1 PI

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