Hospital de Campanha Estadual do Piauí completa primeiro mês de funcionamento

O Hospital de Campanha Estadual do Piauí (HCE) completou seu primeiro mês de funcionamento nessa segunda-feira (29). Construído no Ginásio Verdão, o hospital de retaguarda foi criado em caráter emergencial para dar suporte à saúde pública piauiense diante da pandemia do novo coronavírus e tratar pacientes de todo o estado diagnosticados com a Covid-19.

Para isso, mais de 200 profissionais foram contratados, tanto da área da saúde quanto da área administrativa. A unidade de saúde é administrada pela Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação da Universidade Federal do Piauí (Fadex).

Para o diretor clínico do HCE, Elton Mota, o Hospital de Campanha é um desafio, mas ao mesmo tempo gratificante. “O primeiro mês de funcionamento foi bem desafiador para todos, pois montamos um hospital do zero, com uma equipe e toda a estrutura necessária. Estamos conseguindo superar as dificuldades com o empenho e a união de toda equipe multidisciplinar. É gratificante ver quando os pacientes recebem alta e quando ficam curados. Aquela felicidade dos pacientes compensa todos os desafios que nós temos”, afirmou Elton Mota.

Segundo o diretor do HCE, Jefferson Campelo, todo funcionamento do hospital está de acordo com o planejado. “Em 30 dias de funcionamento, nós estamos com um alto índice de alta, isso denota que o hospital passou por um planejamento que está dando certo, tanto no aspecto de profissionais, como de estrutura. O mais importante para nós é receber aquele paciente que não tem condições de se tratar em casa e podermos devolvê-lo para a sua família, com uma recuperação estabelecida, para que possa voltar às suas atividades rotineiras”, afirmou o diretor.

Além do tratamento de pacientes, no Hospital de Campanha Estadual é devolvida uma série de pesquisas científicas pelo Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), coordenados pelo prof. Dr. Joel Coelho Rodrigues. As pesquisas abrangem diversas áreas, como o desenvolvimento de respiradores pela UFPI e UFDPar, a fabricação de máscaras transparentes para possibilitar a leitura labial, a previsão da evolução de casos pelos pesquisadores da matemática, formulários eletrônicos, visitas por videochamada, entre outros.

“O balanço que a gente pode fazer desse primeiro mês de funcionamento do hospital é extremamente positivo. As pesquisas estão encaminhadas e estamos reportando tudo em termos de relatórios mensais, em que fazemos a descrição dos objetivos planejados e atingidos, eventuais desvios, e temos trabalhado em diferentes áreas. O nosso hospital é o estudo de caso em uma área totalmente nova. Então, todas as pesquisas que vamos obter daqui são inovadoras”, explicou o coordenador de PDI.

De acordo com os pesquisadores, os resultados das pesquisas servirão de apoio em futuras pandemias. “Nós podemos considerar que é um momento único porque não temos históricos de hospital de campanha, não temos históricos em nível de pandemia, pois a última pandemia foi a Gripe Espanhola que foi há cerca de 100 anos. Então, nós estamos em um momento único, onde temos que coletar toda a informação possível para estudos posteriores, pois se voltarmos a ter uma catástrofe dessas estaremos mais preparados, tanto em nível clínico como em nível de infraestrutura, tendo soluções que possam ajudar a contornar os desafios que são oferecidos por uma situação pandêmica”, relatou Joel Coelho Rodrigues.

Até o momento, o Hospital de Campanha Estadual recebeu em torno de 160 pacientes, destes, cerca de 80% receberam alta da unidade de saúde e outros 20% continuam internados.

Fonte: Ascom