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Projeto ressocializa detentos através de trabalho no Piauí

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Projeto Trabalhar utiliza a mão de obra de presos do sistema prisional do Piauí na realização de trabalhos externos em órgãos públicos e outros setores. Dentre os serviços feitos pelos presos estão os de limpeza, capina e pintura. Através do projeto, pessoas privadas de liberdade no sistema penitenciário piauiense ajudam em obras de reforma, construção e manutenção no âmbito do setor público.

A proposta do projeto, que é uma parceria entre as Secretarias de Justiça e de Educação, é destinada para instituições de educação, executando serviços de jardinagem, limpeza, manutenção e eletricidade. A meta é expandir os serviços para outros órgãos públicos. Os detentos atuam de forma voluntária e são beneficiados com a remição da pena, assegurada por lei. Dessa forma, a cada três dias trabalhados, será abatido um dia da pena a ser cumprida.

Lima, diretor da Colônia Agrícola Penal Major César Oliveira, explica que os detentos já realizam trabalhos dentro do sistema prisional e auxiliam em trabalhos administrativos na cozinha, manutenção, horta, pequenas obras e reparos. Agora, passam a atuar em outra frente, no trabalho externo e, assim, além de promover a ressocialização dos detentos, também prestam serviço para a comunidade e economia para o Estado que não precisa contratar pessoas para realizar os serviços prestados pelos detentos.

“Esses são detentos que já trabalham diariamente dentro da unidade e ao ser solicitado eles vêm acompanhados de agentes penitenciários. Até o final do ano, queremos ampliar esse serviço para outras escolas, órgãos e praças públicas”, destacou. Segundo o diretor, alguns critérios são levados em consideração para que um detento possa participar do projeto. Entre eles estão: bom comportamento, avaliação psicológica, assistência social e outras etapas para que se tornem aptos ao serviço.

É realizada uma triagem dentro da unidade de segurança onde são avaliadas as habilidades de cada detento para que possa ser destinado para a demanda que cada local exige. “Antes deles entrarem no sistema prisional, tinham uma vida social, além disso dentro da unidade, realizamos cursos e eles acabam aproveitando esses conhecimentos para aplicar na vida deles fora da prisão”, revela.

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Detentos saem da ociosidade

De acordo com o diretor Lima, o projeto foi uma iniciativa da Sejus e está sendo de grande valia. “Como observamos o comportamento deles dentro da unidade, percebemos que podemos colocá-los para trabalhar em outros locais e assim ajudar a sociedade a ter um bom convívio com a humanização”, acrescenta. A ação também tem papel importante em retirar os reeducandos da ociosidade.

O agente penitenciário Andrade, que já trabalha no sistema prisional há 32 anos, ressaltou que os detentos que participam dessas ações já estão no regime semiaberto e não apresentam perigo para a sociedade, ainda assim, são acompanhados pelos agentes. “Eles têm um bom comportamento, são obedientes e assim conseguimos executar todo o serviço que é solicitado e ficamos presentes também para preservar a segurança deles. Nós realizamos uma visita técnica aos locais para perceber a demanda e depois retornamos com os detentos para executar os serviços”, frisou. (W.B.)

Atividades promovem ressocialização

Desde que o Projeto Trabalhar foi implantado, em março de 2017, pelo menos 6 prédios já foram reformados, como as escolas públicas estaduais Maria do Carmo Reverdosa da Cruz, Professor Odylo de Brito Ramos e Júlia Nunes Alves, localizadas no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina, além de uma creche no Monte Castelo e, recentemente, o Centro Estadual de Educação Profissional – CEEP localizado no bairro Lourival Parente, na zona Sul de Teresina. Os detentos trabalharam na limpeza geral, capina e pintura da unidade escolar.

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Antes de iniciar os trabalhos nesses locais, os detentos foram avaliados e os que já possuíam experiência em construção civil tiveram a chance de colocar em prática seus conhecimentos. Os que não tinham experiência nesse tipo de serviço participaram de um curso de qualificação na área e, depois, puderam colocar em prática o que aprenderam.

O detento Wanderson Pereira, de 28 anos, um dos que participaram dos trabalhos nas escolas do Lourival Parente, afirma que o Projeto Trabalhar representa uma nova oportunidade de cumprir melhor a pena e se reinserir na sociedade. “Para a gente, que quer se ressocializar diante da sociedade, é muito bom poder trabalhar, diminuir a pena, ficar em convívio com outras pessoas, cuidar da sua família e ser bem visto pela sociedade”, afirmou.

Wanderson relata importância do trabalho (Crédito: Raíssa Morais)
Wanderson relata importância do trabalho (Crédito: Raíssa Morais)

Atuando na horta da penitenciária Major César, localizada na BR-343, km 333, em Teresina, o detento que cumpre pena de 8 anos de prisão revela que quando soube do projeto se interessou em participar para poder ter uma nova oportunidade junto a sociedade.

Atividades incentivam recomeço fora da prisão

Condenado a 18 anos de prisão, tendo já cumprido 9 anos de pena, o detento Ribamar Pereira Lima, de 52 anos, lembra que já trabalha dentro do sistema prisional há 8 anos e quando soube do lançamento do projeto fez questão de participar, já que a atividade possibilita que ele cumpra a pena de maneira mais produtiva.

Ribamar trabalha dentro do sistema prisional há 8 anos (Crédito: Raíssa Morais)
Ribamar trabalha dentro do sistema prisional há 8 anos (Crédito: Raíssa Morais)

“Eu gosto de participar porque é muito bom para nós enquanto preso. Já estou completando oito anos de serviço. Além disso, também estudo, fiz curso e já tenho certificado de Agronomia e aprendi dentro da cadeia”, disse o detento que participa das atividades pensando no futuro quando estiver reinserido na sociedade como forma de ter conhecimento para recomeçar a vida em liberdade de uma maneira diferente. (W.B.)

Benefícios para detentos e sociedade

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A diretora da Unidade Escolar Lourival Parente, Jocielma Magalhães, falou sobre as vantagens para a escola em receber o projeto, já que a unidade é muito grande e requer muitos recursos para realizar os serviços básicos como limpeza e pintura. “Encaminhei um ofício para Seduc solicitando a realização do trabalho e fui informada sobre o projeto da Sejus em ajudar as escolas que estão precisando de limpeza e isso facilita muito para gente nos recursos para se trabalhar na estrutura física da escola já que sempre estamos precisando de manutenção na unidade com um ambiente favorável para receber os alunos”, destacou.

Segundo a gestora, receber o projeto na escola foi de muita importância pois ajuda a melhorar a parte estrutural para atender melhor os estudantes no segundo semestre e que esse é um projeto essencial, pois contempla as escolas com um serviço que é bastante necessário. “Esse é um trabalho que vai ajudar tanto na ressocialização dos detentos%

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