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Jaicós

“Ninguém perde por oferecer ajuda, amor e respeito ao próximo” diz psicóloga de Jaicós sobre acolhimento a pessoas com coronavírus

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O medo, a insegurança, a necessidade de isolamento, a ausência do contato familiar e social passaram a fazer parte da rotina da população, após a pandemia do Novo Coronavírus. Essa nova realidade, tem gerado reações emocionais intensas nas pessoas, e lidar com elas é um desafio.

Para aqueles que foram contaminados, a situação pode ser ainda mais delicada. Sendo assim, não só os cuidados com a saúde física, mas também emocional, devem ser redobrados. Pensando nisso, a Psicóloga Débora Sá, que atua no Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), de Jaicós, conversou com o portal Cidades Na Net, sobre os impactos da doença para aqueles que testam positivo, como agir para manter a saúde emocional e a importância do acolhimento e empatia por parte da sociedade.

Débora Sá disse que pessoas que testam positivo podem sofrer com sentimentos intensos de ansiedade. “Como a orientação para quem testou positivo é que fique em isolamento social, é muito natural que surjam alguns desconfortos e sofram alguns impactos nas suas vidas. É fato que estamos vivendo uma situação inteiramente nova, e essa absoluta falta de controle sobre o amanhã pode provocar sentimentos intensos de ansiedade, receio em relação ao futuro, emoções contraditórias e confusas, pois de repente tiveram de romper com suas rotinas, se afastarem dos seus amigos, familiares, abandonarem seus empregos, deixar de sair de casa. Então as alterações de humor podem surgir como um grande impacto devido estarmos passando por um período onde nada é habitual”.

Além dos impactos causados pela doença, os positivados precisam lidar ainda com as reações por parte da sociedade e da própria família. Infelizmente, casos de preconceito tem acontecido, o que passa a ser mais um desafio a ser enfrentado pelos pacientes.

Débora disse que a situação é delicada, e quem a enfrenta pode desenvolver problemas emocionais. “Essa é uma situação bem delicada, pois além da angústia e incertezas que traz a doença, ainda precisam lidar com o julgamento e o apontamento das pessoas. Passam a desenvolver além dos sintomas físicos, problemas emocionais, como sensações de medo, insegurança, calafrios, coração acelerado, além de uma grande preocupação de como serão vistos e tratados, mesmo depois de curados” destacou.

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A psicóloga disse que nesse momento é preciso que as pessoas tenham empatia e sejam receptivas com a dor da outro. “As pessoas devem ser solidárias. Deixarem um pouco o egoísmo e o individualismo de lado e serem empáticas. Obviamente que deve existir o cuidado para que não se contaminem pelo vírus, mas se colocar sempre no lugar do outro, ser receptivo com a dor do outro é preciso. Oferecer o que gostariam de receber caso estivessem no lugar de quem testou positivo. É fato que estamos passando por um período desafiador, mas tudo depende da conscientização das pessoas. É hora de fazer o que precisa. É hora de saber ser família, de alimentar pensamentos bons, de acreditar que tudo vai passar, e ajudar quem precisa a ressignificar sua vida. A melhor forma de cuidar da gente, é cuidando do outro”.

Para quem está enfrentando a doença e os problemas advindos dela, a profissional disse que é necessário buscar manter o foco e pensar positivo. “É preciso manter o equilíbrio emocional. O nosso emocional é em grande parte o influenciador da nossa imunidade e da nossa capacidade de elaboração de todas as situações que possam de alguma forma nos impactar. É importante manter o foco e buscar pensar sempre positivo, pois quanto mais a gente se desesperar, menos a gente se apega a detalhes importantes, como focar na recuperação.

Débora disse também é importante reconhecer os próprios limites e buscar pontos de equilíbrio. “Filtrar a quantidade e a qualidade de informações pode ser também um grande aliado, assim como reconhecer os seus próprios limites e buscar sempre pontos de equilíbrio, tendo uma rotina, como: praticar exercícios físicos, em casa mesmo, pois é uma ótima ferramenta para deixar a mente tranquila e o corpo relaxado; ouvir uma boa música, ler um livro, assistir um filme, cuidar da alimentação e do sono; fortalecer a comunhão com Deus, pois ter o apoio espiritual fortalece o mecanismo de vida emocional saudável”.

Segundo a psicóloga, pensar no próprio bem-estar também é essencial. “É preciso entender também que você não depende do outro, que deve pensar mais em você, no seu bem-estar. Pensar no que VOCÊ está sentindo, e até onde importa a opinião alheia, em que ela vai te acrescentar ou qual diferença vai fazer na sua vida. É olhar para certos incômodos com mais cautela, não ficar com o que não é seu, deixar aquilo que o outro projeta ou ataca em você permaneça com ele, fique apenas com o que te pertence. Pensar sempre que você não escolheu passar por isso, mas pode escolher o que te machuca, te incomoda e o que dói em você, ou não”.

Com relação ao isolamento, a ausência do contato familiar, Débora disse que é preciso  ter coragem e focar naquilo que se pode controlar. “Coragem para enfrentar o momento. Lembrando que ser corajoso não é ser forte o tempo inteiro, mas saber respeitar quando seu corpo pede uma pausa. E paciência, para entender e sentir que nada é permanente. Que esses dias não definem sua vida e quem você é.  Tentar focar naquilo que se pode controlar, como: higienizar bem as mãos, objetos de uso, fazer exercício físicos para ajudar a fortalecer o sistema imunológico. Fazendo isso traz a sensação de que está se cuidando e fazendo o que tem que ser feito. Lembrar-se que nem todos os dias são bons e conseguimos administrar tudo sempre, e mesmo assim, tudo bem!”.

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Projeto “Corrente do Bem”

Uma ação de empatia, que tem sido executada no município de Jaicós, é o projeto “Corrente do Bem”. Criado por profissionais que atuam na saúde do município, através dele estão sendo desenvolvidas ações, com o objetivo de prestar apoio às pessoas que foram diagnosticadas com o coronavírus.

A psicóloga Débora Sá também aderiu a campanha e disse que “Ninguém perde por oferecer ajuda, amor e respeito ao próximo”. “A ação que vem sendo desenvolvida no município de Jaicós é louvável. A dor do outro nos importa sim, quando sentimos e demonstramos isso, estamos fazendo com que o outro se sinta importante, lembrado. Acaba também nos aproximando mais uns dos outros. Ninguém perde por oferecer ajuda, amor e respeito ao próximo. É tempo de todos cuidarem de todos”.

O projeto, que inicialmente reuniria profissionais de saúde, chamou a atenção e a corrente do bem tem se tronado cada vez mais forte, com a adesão por parte de profissionais de outras áreas e da população em geral.

Nestes últimos dias, quem acessa as redes sociais, tem se deparado muito com a #Comvida, que tem sido utilizada na campanha, além várias mensagens de incentivo.

O compartilhamento de mensagens de força e otimismo nas redes sociais, é apenas uma das ações da campanha. O intuito é que a corrente do bem se fortaleça e continue prestando assistência a quem enfrenta o coronavírus.

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