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Jaicós

Saúde de Jaicós promove roda de conversa com mães atípicas e quer ampliar assistência a crianças com autismo

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Um momento para compartilhar experiências e conhecimento, discutir desafios e possibilidades e dar início a um trabalho voltado às mães atípicas e seus filhos. Essa foi a ação que a Prefeitura de Jaicós, promoveu através da Secretaria Municipal de Saúde.

A gestão municipal reuniu nesta segunda-feira (10), mães de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros tipos de transtorno do desenvolvimento, e promoveu a “Roda de conversa com mães atípicas – compartilhar+somar+trocar”.

O evento aconteceu no Centro de Convivência dos Idosos (CCI), contando com a participação das mães atípicas e seus filhos, do prefeito Ogilvan Oliveira, o Neném de Edite, secretária de Saúde, Audeli Coutinho e profissionais da saúde.

A ação representa o passo inicial para um trabalho que a gestão municipal pretende realizar com o intuito de oferecer um maior suporte a esse público, contribuindo para conscientizar a sociedade sobre o TEA e garantir os direitos da criança e da família.

Na abertura do evento, a secretária de Saúde, Audeli Coutinho, disse que o intuito é garantir o atendimento especializado. “Estamos iniciando uma missão, um projeto para dar suporte a vocês mães de crianças que necessitam de uma atenção especializada, e às vezes em casa vocês não podem estar oferecendo esse suporte 24 h por dia. E esse encontro é para estarmos ouvindo vocês, e também o relato das meninas de Fronteiras, que vieram para contribuir com esse importante debate. Eu levei a ideia dessa ação para o prefeito, e ele abraçou e desde o início incentivou a realização dessa reunião e o planejamento de atividades voltadas a vocês”.

O prefeito Neném de Edite disse que a gestão vai buscar fazer o melhor e que conta com o apoio das mães. “Agradecer a presença de cada uma de vocês, das mães de Fronteiras que se disponibilizaram a virem aqui, passar um pouco da experiência delas, ouvir vocês. Vimos o número de crianças em Jaicós que precisam de um acompanhamento, então queremos colocar um projeto em prática, quero abraçar junto com vocês essa causa, me prontificar para colaborar no que for possível. Essa é uma primeira conversa, e tenho certeza que com esforço e pensamento positivo, vamos conseguir dar o melhor para essas crianças, para vocês. É um novo trabalho que iniciamos com todo carinho, dedicação e amor por essas crianças que são o futuro do nosso município, do nosso país. Vocês tem todo meu apoio para o que precisarem”.

O gestor ainda anunciou que deseja criar no município um espaço para atender as crianças e suas famílias. “Estamos pensando em resgatar um prédio antigo do município que está desativado, fazer uma reforma, ampliar e transformar em um ponto de apoio para vocês mães e essas crianças. Queremos estruturar esse prédio, dar toda condição, disponibilizar os profissionais da saúde, da assistência social, uma área recreativa, com brinquedos. Tudo que for preciso para eles e estiver ao nosso alcance, vamos buscar dar esse apoio. Quero fazer tudo com o apoio de vocês, vamos dar as mãos para fazermos o melhor”.

Após os pronunciamentos, a roda de conversa contou com a contribuição das integrantes do Grupo de Mães de Autistas de Fronteiras, Fabiana de Oliveira, Eva Policapol, Darla Andrade e Marina, que relataram suas experiências e levaram a discussão do tema “Autismo e os desafios da maternidade atípica”.

As mães participantes também tiveram espaço para tirar dúvidas e compartilhar suas experiências. Maria dos Remédios Carvalho, mãe do pequeno Davi Luca, de 5 anos, foi uma das participantes. Ela elogiou a iniciativa da gestão e destacou a importância da união pela causa.

“Eles estão de parabéns por essa ação. Conversei com o pessoal da gestão e acredito que unidos fazemos a força. A gestão sozinha é mais difícil, mas quando junta todas as mães colaborando, dando opinião, se fortalece, a união faz a força e acredito que a gente vai conseguir levar a frente esse debate. E isso é muito importante para o município, para as nossas crianças, pois vivenciamos uma luta diária. Meu filho está indo para Picos toda semana para ser atendido. Tem as dificuldades, não só no município, mas a nível de estado, mas a gente vai tentando conversar que é a melhor forma da gente se entender”.

Maria ainda disse que a criação de um espaço no município será de grande importância. “Parabenizo também a iniciativa de criar esse espaço para as famílias, esperamos que o projeto vá para frente, dê tudo certo, porque para nós e nossos filhos seria uma grande conquista. Representa uma oportunidade única em saber que nossos filhos possam ter um espaço para eles evoluírem, terem um acompanhamento. Um jogo didático, uma atividade a mais que a gente não pode oferecer em casa eles teriam nesse local. Seria um espaço de grande importância para o município”.

A professora, mãe de uma criança autista e integrante do grupo de Fronteiras, Fabiana de Oliveira, disse que o intuito é ajudar outras mães atípicas. “Estamos pela primeira vez em Jaicós, a convite da Secretaria de Saúde. Da mesma forma que vimos que nos unindo poderíamos ficar mais fortalecidas, esperamos que o nosso exemplo possa transcender fronteiras e ir para outras cidades. Estamos disponíveis a ir a qualquer município que nos convide, no sentido de sermos esse apoio para as demais mães. Para que elas percebam que quando a gente lida com o diagnóstico buscando conhecimento, as coisas ficam mais leves de conduzir”.

O grupo foi criado em 2019 e atualmente envolve a participação de 40 mães. As integrantes do grupo estão iniciando agora o processo para a criação de uma associação.

“A Eva é a criadora do grupo, de whatsapp. Nós nos sentimos sozinhas. Cada mãe recebia o diagnóstico e ia para sua casa tratar o autismo a seu modo, dentro de suas possibilidade. Quando vimos surgir na nossa cidade um número maior de diagnósticos, pensamos ‘já que a gente não tem, porque não poderíamos ser essa rede de apoio uma das outras’, aí foi quando surgiu a ideia de criar esse grupo, tanto para a gente compartilhar experiência, troca de materiais sobre o transtorno, como também ser esse acolhimento para quem vem chegando. Nosso intuito é passar conhecimento e apoio aos novos diagnósticos. Agora estamos em fase de criação da nossa associação de pais para que a gente sai do mundo virtual, do espaço apenas de um grupo de whatsapp e tornemos algo formar, é para que passemos a existir de fato e de direito, essa é nossa luta agora”, explicou Fabiana.

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Ao final do evento, que contou também com um espaço lúdico para receber as crianças, foi servido um lanche para todos os presentes.


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