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Enfermeiros protestam no Piauí contra suspensão da lei do piso salarial da categoria

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Profissionais da enfermagem no Piauí realizam protestos, nesta sexta-feira (9), contra a suspensão da lei que instituiu o piso salarial da categoria. O g1 apurou que há manifestações em Teresina, Picos e Floriano. Nesta sexta, o Supremo Tribunal Federal analisa se mantém a lei sem efeitos até a análise dos impactos da medida.

Em várias cidades do país, os profissionais fazem protestos, já que os ministros do Supremo Tribunal Federal começaram a julgar, no plenário virtual, a ação da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde), que contestou a validade da lei.

Para a confederação, a fixação de um salário-base para a categoria terá impactos nas contas de unidades de saúde particulares pelo país e nas contas públicas de estados e municípios.

Até o momento, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, votou para manter suspensa a lei, até que sejam analisados os efeitos para a qualidade dos serviços de saúde e no orçamento de municípios e estados.

Teresina

Em Teresina, enfermeiros, técnicos e auxiliares se reuniram a partir das 8h diante da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) vestindo branco, com faixas e cartazes pedindo a valorização do profissional da enfermagem.

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Profissionais da enfermagem fazem protestos no Piauí contra suspensão da lei do piso salarial da categoria — Foto: g1
Profissionais da enfermagem fazem protestos no Piauí contra suspensão da lei do piso salarial da categoria — Foto: g1

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí (Senatepi), Erick Ricelly, destacou que a manifestação busca garantir um direito e a valorização da categoria.

“Somos a categoria que mais sofreu, que mais faleceu [durante a pandemia]. E não queremos nada além do razoável, só repondo o que a categoria perdeu com a reforma trabalhista. E não é um salário tão alto”, comentou

Na manifestação, os trabalhadores seguiram pela Avenida Marechal Castelo Branco e fizeram caminhada até a cabeceira da ponte Juscelino Kubitschek, no sentido Centro-Leste, bloqueando o trânsito durante o percurso para chamar atenção da população.

Floriano

Em Floriano, 270 km ao Sul de Teresina, trabalhadores dos setores público e privado também se manifestaram pela ruas da cidade.

Picos

Em Picos, 270 km ao Sul de Teresina, os profissionais caminharam até canteiro central da BR-316, na entrada da cidade, após concentração no Hospital Regional Justino Luz. Os trabalhadores atuam tanto no setor público quanto privado.

Tânia Luz, enfermeira, disse que a categoria está reunida para mostrar a necessidade de valorização da enfermagem.

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Profissionais da enfermagem fazem protestos no Piauí contra suspensão da lei do piso salarial da categoria — Foto: Antônio Rocha/TV Clube
Profissionais da enfermagem fazem protestos no Piauí contra suspensão da lei do piso salarial da categoria — Foto: Antônio Rocha/TV Clube

“[O piso] foi uma luta de décadas que havíamos conseguido e ele suspendeu. Nós precisamos nos manifestar, mostrar o valor da enfermagem, não ganharemos muito, ganharemos o justo. A enfermagem é quem cuida de todos diuturnamente, a recuperação do paciente depende da enfermagem”, disse.

Histórico

A lei aprovada pelo Congresso fixou o piso em R$ 4.750, para os setores público e privado. O valor ainda serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).

Conforme o Dieese, o incremento financeiro necessário ao cumprimento dos pisos será de R$ 4,4 bilhões ao ano para os Municípios, de R$ 1,3 bilhões ao ano para os Estados e de R$ 53 milhões ao ano para a União.

Já a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) indicou incremento de R$ 6,3 bilhões ao ano. Foi apontada uma possibilidade de demissão de 80 mil profissionais de enfermagem e fechamento de 20 mil leitos.

Conselho reagiu à suspensão

Profissionais de enfermagem do HRBA — Foto: Comunicação Pró-Saúde/Divulgação
Profissionais de enfermagem do HRBA — Foto: Comunicação Pró-Saúde/Divulgação

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) do Piauí, Antônio Luz Neto, contou que o Conselho recebeu informações sobre a demissão de profissionais após a sanção da nova lei. Luz ainda classificou como infeliz a decisão do ministro.

“Nós recebemos algumas informações de demissões, mas ainda não temos como precisar a quantidade no setor privado nesse momento”, informou o presidente.

Segundo ele, os profissionais da enfermagem foram pegos de surpresa com a decisão do Ministro, uma vez que o impacto financeiro da aplicação desta lei já havia sido amplamente discutido.

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“Lembrando que essa matéria já foi amplamente discutida no grupo de trabalho que foi instituído na Câmara dos Deputados, onde lá foram analisados todos os impactos financeiros da rede privada e da rede pública. Então nós entendemos que na verdade o ministro foi infeliz nessa decisão, porque nós que lutamos de forma incansável durante a pandemia, durante a vacinação da Covid-19. Esperamos de fato esse reconhecimento que é um piso salarial digno para nossa enfermagem”, lamentou o presidente.

O presidente contou ainda que o impacto de R$ 16 bilhões, já previsto durante o processo de análise do grupo de trabalho, seria mínimo já que os planos de saúde tiveram reajustes nos preços durante a pandemia.

“O impacto financeiro que foi estudado lá no grupo de trabalho, que foi debatido amplamente, foi o impacto financeiro de R$ 16 bilhões para as iniciativas privada e pública. Lembrando que para a iniciativa privada, nós tivemos aí os planos de saúde e privado no ano de 2020 durante a pandemia tiveram lucros exorbitantes, então isso significa muito pouco para a rede privada para o pagamento do piso salarial dos profissionais de enfermagem”, pontuou Luz.

Valores

Enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos em atendimento em Teresina — Foto: Divulgação/Sesapi
Enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos em atendimento em Teresina — Foto: Divulgação/Sesapi

De acordo com a lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até fim do ano em que for sancionada a lei que trata do piso, devem adequar a remuneração dos cargos ou dos respectivos planos de carreiras para atender aos valores estabelecidos para cada categoria profissional, o piso salarial será:

  • Enfermeiros: R$ 4.750
  • Técnicos de enfermagem: R$ 3.325
  • Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375
  • Parteiras: R$ 2.375

Fonte: G1 Piauí

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