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PICOS│Seminários de Literatura Piauiense e Picoense celebram aniversário de 30 anos da ALERP; veja fotos

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A Academia de Letras da Região de Picos – ALERP, celebra neste ano o trigésimo aniversário de existência. A entidade desde sua fundação vem promovendo cultura através da literatura e dos mais diferentes campos das artes.

Durante seus trinta anos de luta pela valorização dos potenciais culturais, artistas diversos da microrregião de Picos e também de outras regiões do país deixaram seus registros. Outubro é o mês de sua fundação e alusivo ao seu aniversário ao longo deste ano de 2019, vários eventos foram promovidos como forma de comemoração e acima de tudo reconhecimento cultural

No tocante a programação de 30 anos, a Alerp realizou durante os dias 25 e 26 de outubro, no auditório Desembargador Edvaldo Pereira de Sousa, o XVI Seminário de Literatura Piauiense e o XIII Seminário de Literatura Picoense que contou com palestras, exposições e lançamentos de livros, musical, recital, entrega de premiações do concurso de poesias, homenagens, apresentações culturais, bate-papo entre outros acontecimentos.

Atividades da programação dos 30 anos da ALERP

> Primeiro Dia

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No dia 25, primeiro dia, teve início às 19h30 com abertura musical e recital poético pelo médico, escritor, poeta e cantor, Solon Reis.

Logo em seguida, o evento foi conduzido pela cerimonialista, professora Marli Veloso, com acolhida e leitura do poema da professora Deolinda Marques.

No decorrer, o poeta e atual presidente da entidade, Vilebaldo Rocha, fez um resgaste histórico de como surgiu a academia e seus primeiros passos da criação.

“Hoje completa trinta anos e três dias. A academia surgiu primordialmente em um evento que aconteceu no INSS onde participaram vários intelectuais, professores e ativistas culturais que queriam que as coisas tomassem corpo e nome. Entres esses nomes podemos citar Rosa Luz, Luís Bernardes, entre outros. Quero dizer que eu também estava lá e hoje estou feliz em estar aqui neste aniversário de 30 anos. Como presidente isso muito me honra e sei que essa trajetória não foi fácil. Estou na academia desde o ano de 2013, mas percorri toda essa trajetória. Tenho a felicidade de ter aqui pessoas engajadas na cultura: artistas, poetas e pessoas que fazem a arte picoense e da microrregião acontecer. Quero agradecer a presença de cada um neste evento”, disse o presidente, momento em que recitou poemas Jardim de Girassóis e Heróis, ao lado garotinha Ana Clarissa.

Após as palavras de agradecimento de Vilebaldo, o escritor Enéas Barros em breves palavras também agradeceu pelo convite afirmando ter origens na cidade de Picos, herdadas de seu avô Fontes Ibiapina.

Um dos entusiastas da Alerp, o advogado e poeta, Ozildo Batista, marcou presença e discorreu sobre influências que os picoenses têm com as artes.

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“Picos tem essa vocação literária e científica remontando nossos antepassados com grandes obras literárias que tiveram intensas atuações. Picos é um grande celeiro da arte literária e de outras artes como a literatura de cordel, o repente, a cantoria, o humor,  a música. A grande força cultural de Picos é sua oralidade, pois temos uma proximidade com estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Somos esse caldo cultural do nordeste”, lembrou o advogado.

Poeta, artesão, José Osvaldo Lavor, literato cordelista e xilogravurista em brado de felicidade pelos trinta anos, facultado a palavra, elogiou, agradeceu e disse o quão difícil era fazer arte nos antepassados em Picos por causa das críticas.

“Participando desse grande banquete cultural e intelectual no apogeu de seus trinta anos de fundação, orgulhosamente tenho o prazer de dizer que sou um dos fundadores onde fazer cultura na cidade de Picos nos transformou em verdadeiros garimpeiros. Muitas e muitas vezes fui criticado por demonstrar os meus trabalhos literários antes mesmo da fundação da Alerp. Quero deixar aqui o meu muito obrigado pela presença e pelos trinta anos da Academia de Letras da Região de Picos”, recordou o xilogravurista José Osvaldo agradecendo pela presença do público.

Jovens do Grupo Cultural Adimó exibiram coreografias através da dança.

No primeiro dia do XVI Seminário de Literatura Piauiense e XIII Seminário de Literatura Picoense, houve homenagens à professora Camila Maria da Silva (in memoriam). A cargo das congratulações, a professora Deolinda Marques que ocupa a cadeira na Alerp nº 27, mencionou Camila Silva como uma das professoras que mais contribuiu para cultura literária e cultural em Picos, que integrou a União Picoense de Escritores.

“Fico bastante emocionada porque Camila foi minha professora no ginásio e ela nunca me esqueceu. Ela era uma pessoa por quem eu tinha muito respeito e admiração como aluna e posteriormente como professora quando passei a lecionar. Nos encontramos várias vezes em reuniões. Esse seminário por decisão do grupo homenageou Camila Maria da Silva”, disse Deolinda Marques que fez leitura e exposição da biografia da professora homenageada.

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Presente na ocasião estavam familiares da homenageada. Filho de Camila, Washington Silva, agradeceu pelas homenagens prestadas e revelou o desejo de ver o nome de sua mãe como patronesse em escolas.

“Nossa mãe foi muito presente em nossas vidas. Somos quatro filhos homens. Está sendo difícil esse momento. No entanto tive algumas felicidades e uma delas foi colocar o nome dela na minha primeira filha. Ela dizia que era uma graça de Deus ter os dois filhos perto dela. Isso de certa forma traz muito conforto para nossa alma. Um dia quero ver o nome de minha mãe como nome de uma escola”, relatou o filho da homenageada.

Francisco das Chagas Sousa, ocupante da cadeira 04, o Chaguinha, membro da Alerp, fez importante resgate histórico onde retratou a história cultural pré-alerpiana. A efervescência cultural da década de 80, final do século XX, em Picos e região, foi representada por nomes como Chico Miguel agitador cultural, Ozildo Batista, dentre outros que ajudavam na divulgação literária. Entre os mentores da época estavam: Gilson Chagas, Odorico Carvalho, Eraldo Santos, Sávio Barão, Mundica Fontes, Fernando Barão, Brígida Barão, Firmino Libório entre tantos nomes que produziam artes e contribuíram para o progresso cultural picoense. Chaguinha fez um comentário sobre a época e desabafou. “Tínhamos nossos artistas ao nosso lado e muitas das vezes não eram valorizados”.

Em 1987 foi ocorreu a primeira semana cultural promovida pela Secretaria de Cultura do Estado do Piauí, no auditório do IAPAS. No local e em várias outras escolas havia discussões, atividades que eram executadas na praça Félix Pacheco. Entre essas, apresentações de teatro. Picos despertava de certa forma para as encenações teatrais através de Cícero Santos no Clube de Teatro Charles Chaplin, Grupo Mutirão Arte e Cultura formado por artistas novos entre escritores que se encontravam para discutir cultura, literatura, poesia. No período de efervescência cultural picoense vale ressaltar o Grupo Ecológico de Picos – GECOP,

“Cada segmento discutia a literatura e a cultura em Picos. Ela não surgiu por acaso e, em 1989, com a criação do clube cultural Fonte Ibiapina juntamente com os outros movimentos se reuniram para discutir a realização de um evento onde fomentasse cultura e literatura. Nesse ambiente viu-se a necessidade de criação do encontro denominado Primeiro Encontro Cultural de Picos onde concentrou-se diversos literatos e entusiastas das artes”, explicou.

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> Segundo Dia

No dia, 26, sábado, segundo dia, a programação perdurou durante manhã, tarde e noite. Pela manhã, houve palestra com o escritor Eneas Barros, com tema Traga-me um espadachim (Romance). Durante sua palestra homenageou o avô Fontes Ibiapina e o pintor picoense, Tácito Ibiapina, mostrando parte de suas obras em tela. Na ocasião descreveu sua trajetória familiar e falou sobre acontecimento durante pesquisa de seus livros e inclusive do livro Traga-me um espadachim que conta sua viagem à Europa.

O escritor deixou uma recomendação muito importante para todos que da escrita fazem suas profissões, seja ela independente do segmento. “A pesquisa é importante para escrever qualquer trabalho. Não importa se é livro, documentário, ficção, romance. Particularmente escrevo romances baseados em fatos históricos […] estou escrevendo um romance do século XVIII e estou pesquisando sobre elementos da época”, orientou reiterando o assunto e deixando uma mensagem de recomendação. “A mensagem que deixo para quem escreve e trabalha com esse tipo de literatura é a pesquisa, para que não repita erros históricos”, recomendou o escritor.

A programação da tarde iniciou às 14h, com musical na voz e música com Wanderley Soares.

Após a participação do cantor picoense, o lançamento da Antologia Alerpiana – 30 anos, onde é possível encontrar no livro os escritores, cadeiras que ocupam e biografia de cada.

Foi divulgado o resultado e entrega de premiação do concurso de poesia. Na categoria infanto-juvenil a vencedora foi a aluna da Unidade Escolar Teresinha Nunes, Yasmim Gonçalves, com a poesia Deixe-me.

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Na segunda colocação ficou o aluno da escola Miguel Lidiano, Elizeu Amorim, com o poema Essa é a imagem do sertão.

A jovem, Maria Rita de Sousa, moradora da comunidade quilombola Custaneira com a poesia Meu grande sonho, ficou na terceira colocação.

A categoria adulto, agraciou o primeiro lugar para Remédios Maia que representou José Maria de Carvalho, que não pôde comparecer, autor da poeisa Requiem. O título em latim significa saudade.

O segundo lugar da categoria foi para Marta Betânia com a poesia intitulada como Flagra.

O escritor e poeta alagoinhense, Samuel Nascimento, que escreveu a poesia crítica aos maus-tratos, intitulada, Sou Negro, foi premiado em terceira colocação.

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Ao término da solenidade de premiação dos vencedores do concurso de poesia, jornalistas, escritores, poetas, entres outros, foram convocados a receber a menção honrosa direcionadas nas duas categorias.


Menção Honrosa

Os homenageados na categoria adulto foram: Carlos Eugênio Rego, João Victor Nunes Fialho, Ana Maria Coutinho Feitosa, Paulo Vinicius dos Santos Moura, Eva Graça Maria de Brito, Maria Fidélia da Rocha Brito, Otaviano Arsênio de Brito, Jailson Dias de Oliveira, Regivalda Raimunda de Sousa e Gustavo Henrique Rodrigues Ferreira.

Na categoria infanto-juvenil foram homenageados: Melissa Gabriele Santos, Iane Lara Silva de Oliveira, Bianca de Sousa Silva, Samuel João da Silva, Camily Vitória Costa de Araújo, Jailton James da Costa Gonçalves, Yan Carlos Oliveira de Meneses e Matias Rodrigues da Silva.


O encerramento da tarde teve como palestrante o escritor e professor da Universidade Federal do Piauí, Luíz Egito de Sousa Barros, com o tem Zé Limeira: o poeta do absurdo.

As comemorações alusivas ao trigésimo aniversário no mês de outubro encerraram à noite com a recepção, atração musical com o cantor sertanejo, Riq, o monólogo interpretado por Mateus, a leitura da biografia da escritora pela cerimonialista e mediadora do bate-papo, Marli Veloso, apresentação do livro, agradecimentos, venda de livros, autógrafos, e buffet.

A autora do livro Travessia Ambiental, Inês de Sousa Luz, explica suas inspirações e embasamento do contexto da obra.

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“O livro remete a um assunto que hoje é unanimidade: a questão da natureza. O livro Travessia Ambiental, reflete o conflito que está acontecendo hoje no mundo natural e artificial. O mundo natural é aquele que o criador criou e deixou de forma gratuita para gente que são os elementos naturais: o sol, as estrelas, a lua, o mar, a floresta. O mundo artificial é o que o homem criou que seriam as construções, os shoppings e esse estímulo ao consumo desenfreado. Então há esse conflito entre os mundos natural e artificial, e, minha proposta é essa, chamar as pessoas para refletir sobre esse conflito e se perguntarem o porquê de estar acontecendo isso. A natureza clama por zelo e cuidado. Somos partes integrantes da natureza e precisamos dela, então, temos que perceber que necessitamos dos elementos naturais para a sobrevivência, inclusive do elemento água que ninguém vive sem ela. A proposta desta noite, deste livro, é chamar as pessoas para uma reflexão de que precisamos zelar com urgência desse mundo natural”, disse.

Histórico da Academia de Letras da Região de Picos – ALERP

A Academia de Letras da Região de Picos foi fundada em 22 de outubro de 1989 através do encontro realizado no auditório do INSS, em Picos, denominado 1º Encontro de Cultura da Região de Picos. O evento contou com a organização da professora Rosa Luz, diretora da Escola Técnica Petrônio Portela – PREMEN, do Clube Cultural Fontes Ibiapina, do Grupo Mutirão Arte e Cultura, Grupo Charles Chaplin, Grupo Ecológico de Picos – GECOP, jornalistas, professores, entre outros segmentos de proução e difusão da cultura picoense com a finalidade de resgatar, preservar e difundir a cultura destacando-se como Guardião da Cultura de Picos e macrorregião.

A ALERP possui 40 cadeiras e atualmente 31 estão ocupadas com membros efetivos e perpétuos. O atual presidente é o poeta Vilebaldo Nogueira Rocha.

> Veja abaixo todas as fotos do primeiro e segundo dia <

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