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Picos

“Ser Junco” chama atenção para conscientização, limpeza e restauração de objetos descartados em lixo. Conheça projeto em Picos!

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Acadêmicos dos cursos de História, Pedagogia, Letras e Biologia da UFPI – Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídeo Nunes, em Picos, desenvolveram um projeto de arte urbana com pintura, restauração de móveis e demais utensílios descartados no lixo considerados inúteis. O projeto intitulado “Ser Junco” iniciado ainda no ano de 2022 teve uma de suas etapas concluídas nesta sexta-feira, 05 de abril.

Essa etapa contou com parceria entre UFPI e FAPEPI (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piaui) e a participação e engajamento de profissionais de Fortaleza, Ceará. Estiveram presentes, a pesquisadora Euláidia Araújo e o artista plástico Célio Sousa.

O Ser Junco contemplou o bairro de mesmo nome com ações nas escolas Miguel Lidiano e CETI Mário Martins, situadas ao lado da praça Dirceu Arcoverde, a praça do PCC, como é conhecida tradicionalmente.

Os acadêmicos fizeram desenhos em paredes, retiraram lixo que estava a céu aberto jogado na calçada ao lado de fora das instituições de ensino, reformaram um sofá e com alguns pedaços de madeira – de tronco de árvores – e outros móveis velhos, transformaram em cadeiras e bancos para servirem de assento.

Trabalho de retirada de entulho e de resgate de objetos para restauração

Como foi desenvolvido o Ser Junco?

A professora Ada Raquel, lotada no curso de Pedagogia da UFPI, explicou que o primeiro passo foi uma pesquisa com moradores do bairro por meio de entrevistas em 2022, seguida de uma exposição na escola Miguel Lidiano, e reuniões.

Professora Ada Raquel

“Fizemos reuniões com os moradores para entender mais essa problemática do bairro. Tentamos aprofundar as questões ambientais. Muitos problemas ambientais como esgoto, lixo, falta de iluminação”, destacou.

A partir da reunião os envolvidos tiveram maiores conhecimentos e detectaram mais problemas. “Abandonos de animais, saneamento, trânsito e transporte, e falta de participação comunitária entre os moradores”, pontuou a docente.

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A pesquisa quantitativa revelou que o abandono de animais, saneamento e lixo são os três maiores problemas do bairro.

Na extensa calçada das duas escolas havia um depósito de lixo consolidado como local de descarte que fica situado bem próximo a uma unidade de saúde e a tradicional praça, além de estabelecimentos comerciais.

“No momento que estávamos recolhendo material para reciclagem, passaram uns três moradores e depositaram o lixo lá”, destacou a professora. “O local é inadequado para o depósito de lixo”, acrescentou.

“Pegamos um sofá. Higienizamos. Fizemos um trabalho conjunto com os alunos. Os alunos pintaram e se tornou um banco. Está lá. Bonito e bem arrumado”, disse.

Ada revelou que foram prontamente atendidos pela Prefeitura Municipal de Picos quando solicitaram a retirada do lixo e limpeza do local. “Protamente atenderam a gente. O pessoal da limpeza urbana e do meio ambiente foram retirar o restante do entulho e pedimos que lavassem essa parte da calçada para trabalharmos na pintura da parede. Onde tinha o lixo fizemos uma pintura e no outro muro também”.

Além da retirada do lixo, restruturação do sofá e da transformação de troncos de madeira em cadeiras e bancos, foram plantadas mudas de árvores.

Essa etapa do projeto culminou com uma mobilização das duas escolas durante a tarde desta sexta-feira, para sensibilizar a população sobre cuidados com o meio ambiente.

Euláidia citou o acadêmico Rafael Carvalho (aluno de Biologia) e o artista Ted Rap como autores dos desenhos. “Eles demarcaram e os alunos ajudaram com o processo da pintura”.

A pesquisadora enfatizou que a ação é uma das teorias da Psicologia Ambiental como forma de apropriação e despertar do sentimento de pertencimento e conscientização para que as pessoas cuidem do lugar.

A pesquisadora é especialista em Geografia e Planejamento Urbano e trabalha o comportamento socioambiental utilizando o lixo como objeto de pesquisa. Ela revelou que o trabalho também é executado na capital do Ceará e pretende levar para outros lugares também no Piauí. “A partir dessa pesquisa conseguimos elaborar o sistema unificado em gestão de resíduos sólidos. A partir de maio estaremos fazendo um piloto no Piauí, no Delta do Parnaíba”, concluiu Euláidia.

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Célio Sousa é artista plástico. Residente em Fortaleza, ele trabalha com reaproveitamento de materiais de descarte transformando em esculturas e outras utilidades. Ele trabalhou com a restauração do sofá e na transformação dos troncos em cadeiras e bancos.

A equipe envolvida no Ser Junco agora se voltará para a produção de trabalhos científicos em prol da divulgação do projeto e das ações.

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